Tuesday, May 27, 2008

Mulheres em Meghalaya


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Hoje venho falar das mulheres de Meghalaya
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Meghalaya é um estado da India em que a organização social particularmente em termos de género é completamente diferente do resto do país e até do mundo
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Senão vejamos:
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Meghalaya, que em sânscrito significa "a morada das nuvens", é um pequeno estado no nordeste da Índia, encarrapitado nas montanhas. Poderia ser um lugar como qualquer outro, mas em Meghalaya, 85% da população vive em tribos e existem 985 mulheres para cada homem nas cidades, o que é uma taxa estranhamente alta, se comparada a do restante da Índia. A razão? Lá nenhuma família fica triste quando nasce um bebê do sexo feminino na família, porque Meghalaya é considerada a maior comunidade matrilinear da terra.
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Apesar de a descendência passar de mãe para filha, e não de pai para filho, os 5 milhões de habitantes do estado não vivem num matriarcado, quer dizer, as mulheres não dominam os homens. Um estudioso da cultura da região definiu assim o delicado equilíbrio de poderes a partir do qual se organiza a vida dos meghalayanos: "O homem é o defensor da mulher, mas a mulher é a guardiã da sua riqueza". É ela que cuida dos bens e da casa, enquanto o homem se responsabiliza pelo sustento da família e o tio materno organiza o lado religioso da vida da comunidade. Em geral, quem herda a propriedade familiar é a filha mais nova ou "Ka Khadduh". Caso ela morra sem filhas, a herança vai para sua irmã mais velha, para a filha dela, para a mãe da irmã e assim por diante... No entanto, ela não pode vender a propriedade ancestral sem o consentimento dos tios e dos irmãos.
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Três tribos povoam o país, de florestas exuberantes, onde vive uma riquíssima diversidade de animais e um quarto das 1200 espécies de orquídeas nativas da Índia: os khasis, os jaintias e os garos. Na língua das tribos, falada junto com o inglês, os nomes das coisas inanimadas são do gênero masculino até se tornarem úteis, aí eles viram nomes femininos, assim "madeira" é palavra masculina, mas "tábua" é feminina.
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Parece um paraíso? Mas os homens reclamam. Movimentos "masculinistas" pipocam exigindo direitos iguais ou simplesmente a instauração do patriarcado. Dizem que se sentem "animais reprodutores", que são obrigados a se mudar para a casa da sogra quando se casam, que as mulheres podem colocá-los porta afora e que os filhos, além de não herdarem o nome do pai, em caso de separação ficam com o clã feminino.
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Essas tradições ancestrais, preservadas até hoje, graças ao isolamento geográfico, começam a ser questionadas, sobretudo sob a influência das idéias supermachistas que dominam o restante da Índia e que conseguem chacoalhar a "morada das nuvens" via satélite...
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Como será o futuro do pequeno estado onde as mulheres reinam soberanas? Não dá para saber, mas é quase inacreditável que uma sociedade assim tenha conseguido florescer justamente na Índia, o país dos abortos de fetos femininos e onde é comum a imolação de mulheres pela família do marido! É torcer muito para que as mulheres e os homens de Meghalaya consigam achar uma terceira via, quem sabe, um modelo até que sirva de exemplo para o resto do país...
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#óptimo resumo da Adília Belotti que ainda nos deixa umas quantas sugestoes para conhecer melhor Meghalaya#
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Nada a ver com a notícia acima, mas no penúltimo link não pude deixar de reparar nesta notícia revoltante:
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uma tristeza o mundo de (certos) homens...
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3 comments:

  1. Adorei o texto, Marian! Mesmo porque só tinha conhecimento do outro extremo de comportamento patriarcal e bastante rígido. Espero realmente que consigam achar uma terceira via de entendimento, baseado na compreensão.

    *Quanto a nota final, fere-me as entranhas!


    Obrigada querida amiga pelas gentis palavras.

    Carinhoso beijo.

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  2. muito boa a dica... e claro, matrilinear, vou copiar, blogar, fazer eco..rs...
    Aliás, tbm não é a primeira vez...
    hahahahahaha... beijinhos...

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  3. É sempre bom descobrir essas coisas.
    :D
    Andamos todos a lutar pelos nossos direitos, homens e mulheres, em alguma parte do mundo... mas é bom saber que nem sempre as mulheres estão numa posição "mais baixa".

    Beijinho!

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