Saturday, November 26, 2005

O Óptimo…



Encontrei no fim-de-semana passado, na revista Grande Reportagem do ‘DN’, um artigo do Pedro Mexia com o título O Inimigo do Bom que me fez sentir identificada nalguns pontos e sorrir umas quantas vezes.

Diz ele

[…] Não gosto do bom: gosto do óptimo.Acontece que o óptimo raramente acontece […] Nunca nada é como eu gostava que fosse. Nunca nada chega. Nunca nada é suficiente. O que me rodeia está muito abaixo das minhas expectativas. E eu mesmo, justos céus, eu mesmo estou tão abaixo das expectativas que nem devia ser admitido a concurso.
[…]
O óptimo tem ocorrências registadas. Há prova documental. São conhecidos casos. Mas isso é uma excepção. Daí que sofram um bom bocado aqueles que (como eu) querem que o nível de exigência seja altíssimo em tudo. Aqueles que gostavam que todos os candidatos fossem o Churchill, todos os poetas o Höderlin, todos os párocos o Santo Agostinho, todos os professores o Barthes e todas as namoradas a Emmanuelle Béart.
[…]
Sou um grande chato com o meu individualismo maniacamente crítico. Antigamente fazia como o Groucho Marx: não me inscrevia em nenhum clube que me quisesse como membro. Agora estou noutra fase: já nenhum clube me quer como membro. As gentes exigem gente que assine por baixo e não dê chatices. Gente que se submeta ao colectivo. E eu abomino o colectivo, em todas as suas encarnações.
[…]
As minhas preferências muito marcadas e as minhas exigências muito altas são mais um mecanismo que me empurra para o penhasco da misantropia. Mesmo se reconheço nisso um paradoxo. Sendo eu um convicto pessimista, actuo como um optimista, daquele que julgam que o óptimo é uma situação sustentável. Quando o senso comum nos previne que o óptimo é esporádico. E que nos devemos contentar com o razoável. Eu acho que o senso comum tem bom senso. De facto o óptimo é inimigo do bom. E depois? Eu também sou inimigo do bom.

Devo admitir que fiquei impressionada e deliciada: quando menos esperamos arriscamo-nos a encontrar alguém que sente coisas que também sentimos e para cúmulo da mesma maneira que as sentimos!Afinal muitas esquisitices que pensamos ser só nossas são património colectivo, talvez pouco falado, ainda menos escrito, mas colectivo.Se há coisa que sempre me fascinou foi encontrar pontes unindo o individual ao colectivo, talvez porque, tenho a convicção, são duas facetas indispensáveis de serem assumidas harmoniosamente.
*

Choque



Chocantes notícias que já encontrei em vários lugare: casos de brutal violação dos mais elementares direitos humanos, a merecer todo o destaque e denúncia que se possa dar, todo o repúdio internacional activo e urgente.

Na demanda de mais factos e confirmações, encontrei esta notícia cuja foto já conhecia por circular à alguns anos na net, mas que nem por isso perdeu a actualidade.

Em Dia Internacional de Eliminaçao da Violência contra a Mulher, fica esta estarrecedora lista de atentados aos direitos humanos em geral e aos direitos das mulheres em particular.

Porque urge combater a falta de consciência, de conhecimento, de leis, que permite que em tantas partes do mundo grasse a violência, a tirania, e a opressão contra a vida.
*

Angelina Jolie EB da Onu


Angelina Jolie com os filhos Maddox e Zahara


Como Embaixadora de Boa Vontade da Onu, Angelina Jolie tem feito um trabalho extremamente activo em prol de populações desfavorecidas.

A intrépida menina de Tomb Raider e controversa personalidade pública, colocou a sua visibilidade internacional em prol de acções humanitárias.

Ao que parece, Angelina apaixonou-se desde que o descobriu, por um estilo de vida aventureiro e humanitário.
Longe do charme dos círculos de cinema, é ela quem muitas vezes pilota seu próprio avião a lugares tão remotos como o Quénia ou o Líbano, e participa em acções para melhorar as condições de vida das populações locais.

Tem 2 filhos adoptados, originários do Vietname e Quénia, órfãos de guerra, e junto com Brad Pit, o actual companheiro, esteve no Pakistão recentemente em acçao humanitária.
*

Wednesday, November 23, 2005

Natal, já?!


imagem vinda daqui

Desde uns poucos anos para cá encontro o natal ‘comercial’ mais cedo… as lojas de decoração e grandes superfícies forçam a lembrança da quadra ainda distante quase 2 meses através do clima inconfundível dos presentes e afins da quadra.

Tenho a vaga ideia que ainda a uma meia dúzia de anos o natal comercial só começava no início de Dezembro!

Enfim...

Espectacular, está agora instalada na Praça do Comércio essa arvore gigante - 72 metros de altura.
*

2 livros


Xinran – uma jornalista chinesa, escreve as mudanças ocorridas na condição feminina na China dos últimos anos. Foi das primeiras jornalistas a ousar trazer a publico a intimidade silenciada de muitas vivências no feminino silenciadas por séculos através de um programa de rádio ‘palavras na brisa nocturna
O livro conta diversas historias nascidas na interacção entre ela e as mulheres que se manifestaram ao longo dos 8 anos do programa.

*
'A Historia de Zoya'

Jonh Follain, e Rita Cristofari são um casal de jornalistas que entrevistaram Zoya, uma mulher afegã militante da RAWA, uma associação revolucionária que luta contra a opressão. Todo o livro é um relato violento do modo de vida da população do Afeganistão com particular realce para as mulheres, acompanhando a resistência e luta de Zoya.
Deixo algumas linhas

Um dos taliban - que parecia um pouco mais velho que um adolescente – saltou do jipe, dirigiu-se a ela com o seu chicote e agrediu-a no braço. A mulher, que não tinha visto a patrulha, infringira a lei por as mulheres não poderem ter qualquer contacto com comerciantes e serem obrigadas a levarem consigo um mahram para lhes comprar as coisas.
Longe de se agachar, a mulher virou-se para o taliban furiosamente, gritando-lhe: - eu tenho idade suficiente para ser tua mãe e tu chicoteias-me? Não tens vergonha?
Estava tão irritada que se atreveu mesmo a tirar a burqa e atira-la aos pés do taliban: - ouve, porque é que não vestes isso tu próprio? – troçou ela
Ela era alta e forte. Penso que andaria na casa dos quarenta. O seu agressor sentiu-se tão surpreendido que não soube o que responder. Ninguém o treinara para este tipo de resistência. Tudo o que lhe tinham ensinado era como chicotear as mulheres. Foi-se embora disfarçadamente. Após a sua vitória a mulher recuperou a sua burqa, vestiu-a de novo e continuou as suas compras.
*

Friday, November 18, 2005

Historia de Nunki


Nunki

Para ler, saber... quem sabe ajudar!
ou ganhar um amigo verdadeiro

O desenvolvimento da historia, fotos e ainda um vídeo, tudo na rubrica animais que falam, bem como outros casos.

No refugiodaspatinhas.org*
*

Tuesday, November 15, 2005

Zimba



Adorei encontrar este relato na Cora, dia 13, onde se pode ler mais sobre este assunto e tantos outros interesantes.

Passo a história cuja protagonista é uma cadela Pastora Alemã chamada Zimba.

Nos animais tambem encontramos seres particularmente benévolos e vocacionados para salvar!

Enquanto a manicure Loreni me faz as unhas, conta-me uma história comovente. Ela mora em Viamão e tem uma cadela pastor alemão.Um belo dia do mês passado, caiu de uma árvore um papagaio quase adulto, no canto do pátio. A cadela pastor alemão, de nome Zimba, que percebe tudo que acontece no pátio, viu o papagaio tombar da árvore e cair na grama do chão. A cadela avançou sobre o papagaio e o abocanhou, parecendo tê-lo engolido. Todas as pessoas que estavam no pátio espantaram-se com a aparente fúria gastronômica da cadela, mas seguiram com os olhos o animal, que se dirigiu à sua casinha. Lá, a cadela abriu a boca e saltou de dentro dela, vivo, íntegro e sadio, o papagaio, que assim foi depositado pela cadela na sua casinha. As pessoas correram para lá e puderam notar que o papagaio tinha sobre suas penugens a baba da cadela.
* * *
Durante 15 dias o papagaio viveu sob a guarda da cadela, dormindo com ela dentro da casinha, na maior parte do dia passeando no pátio. Até que o segundo fato impactante veio a ter o pátio como cenário. Alguém jogou da rua uma trouxa em que estavam enrolados oito gatinhos recém-nascidos. Não há animal que seja mais rejeitado pelos seus donos quando nasce do que o gato. Mais uma vez alguém quis se desfazer de uma ninhada de gatos e atirou-os vivos, enrolados em um pano no quintal da cadela Zimba e do papagaio.
* * *
Para pasmo dos residentes humanos da casa, a cadela se arremessou sobre a ninhada de gatos e segurou com as presas um dos filhotinhos pelo cangote. Fez a viagem até sua casinha e lá depositou, vivo e salvo, o gatinho. Cumpriu com extraordinária precisão as outras sete viagens, sempre transportando com a boca, pelo cangote, os outros sete gatinhos até sua casinha. E lá deixou os oito gatinhos abrigados na casinha, junto com o papagaio. Estão lá vivendo até hoje os gatinhos, crescidos, alimentados por leite servido pela dona do sítio, em convívio estreito com o papagaio e a cadela.
* * *
Esta é apenas uma das milhares de histórias de meiguice animal, que sai do anonimato apenas porque uma manicure resolveu contá-la para um colunista de jornal.
*

Saturday, November 12, 2005

Novo livro de Allende



Descoberto a correr na alucinante hora de almoço de ontem, ali para os lados do Saldanha numa livraria de centro comercial...

Descobri uma entrevista com a autora a propósito do livro
*

Lisboa...



...com terramoto e um pouco mais
*

Breves



No sítio do costume claro, gostei das reportagens sobre Ocelotes e ainda a outra sobre o Nepal: Quem são os maoístas e porque transformaram este reino dos Himalaia num lugar de morte?

Reportagens sempre acompanhadas de excelentissimas fotos...

Ponto de situação



Para quem pergunta aqui fica: a minha presença menor que a habitual no blog deveu-se a ferias a semanas atras e agora ao inverso, o trabalho nao me está a deixar com grandes folgas.

Preve-se dias mais risonhos e blogueiros daqui a outras tantas semanas :-)

Entretanto deixo uma dica: o texto e a galeria de imagens de Estreito de Lembeh vale sem duvidas uma visita virtual
*

Nature's Palette


Outono em Acadia

Vale ler o texto e visitar a galeria de imagens
*

Monday, November 07, 2005

Falar de Blogues



Quando e como nasceram os blogues? Como evoluíram? Em que terrenos se têm afirmado? Estas e outras questões serão discutidas no próximo dia 10, no ciclo Falar de Blogues, a decorrer na livraria Almedina. António Granado, do blogue Ponto Media, Catarina Rodrigues, que organizou o 2º Encontro de Weblogs, Joana Amaral Dias, do Bicho Carpinteiro, e Rogério Santos, do Indústrias Culturais, são os convidados.

Livraria Almedina - Quinta, 10 de Novembro, 19 horas

(na Agenda Cultural de Lisboa, Novembro)
**

Terence McKenna



Em 'O Pao dos Deuses', Terence McKenna, autor de vários livros, fala de drogas incluindo o açúcar, álcool e tabaco comum além de costumes, botânica e muito mais. Mereceu de Tom Robbins a crítica: ‘Terence McKenna é o mais importante - e divertido – académico visionário da América. Desconhecer as suas descobertas etnobotânicas é desconhecer a pulsão central da consciência humana – a qual não é vegetar com as moscas do esterco, e sim voar com os deuses’


*
Palavras de Terence McKenna:

‘A supressão do fascínio natural que sentem os seres humanos pelos estados alterados de consciência está ligada de forma intima e casual com a actual situação de perigo em que se encontra toda a vida na terra. Ao suprimirmos as aguas emocionais que flúem de um relacionamento profundamente ligado, quase simbiótico, com a terra. Em consequência disso desenvolvem-se e perpetuam-se estilos sociais mal adaptados a sobrepopulação, o desperdício de recursos e a intoxicação ambiental.. Nenhuma cultura na terra se encontra tão profundamente narcotizada quanto o ocidente industrial em termos de acomodação ás consequências do comportamento mal adaptado. Procedemos como se nada fosse numa atmosfera surreal de agravamento das crises e de contradições irreconciliáveis. ‘

*
‘Na década de sessenta, a moda dos cabelos mais compridos para os homens, concomitante ao uso de marijuana nos Estados Unidos, é um exemplo clássico de um influxo de valores aparentemente femininos acompanhando uso de uma planta dissolutora de fronteiras. A reacção histérica a um ajuste tão pequeno nos costumes revelou a insegurança e a sensação de perigo que sente o ego masculino em presença de qualquer factor que possa restaurar a importância da parceria nas relações humanas.’
*
‘A televisão fez o seu trabalho e criou no pós-guerra uma cultura americana do tipo Barbie-e-Ken. Os filhos de Ken e Barbie afastaram-se fugazmente da intoxicação da tv em meados dos anos sessenta através do uso de alucinogénios. […] Uma dose dupla de terapia televisiva e cocaína foi prescrita para os hippies errantes , e rapidamente eles foram curados e transformados em yuppies orientados para o consumismo’

in Terence McKenna - O Pão dos Deuses
*

Deus Nórdico: Norueguês dos Bosques



Esta raça de gatos o Norwegian Forest Cat, existe em Portugal desde a década de 90 embora as primeiras referências em canções norueguesas datem de 1837

Descrição da raça e outros detalhes na revista abaixo, com outras coisas interessantes para ler

In: revista Cães e Gatos – último trimestre de 2005
*

Wednesday, November 02, 2005

Pelos Olhos dos Deuses...



..é como se chama o novo livro prestes a ser editado de Robert Haas, fotógrafo que mais uma vez traz espetaculares imagens do continente africano
*

Y K Centeno




Agora que já dormes
há rio no teu sono, há mar?

Passeias na praia longínqua
paras nalgum rochedo

vês os montes
a serra

sopras a flor das amendoeiras
como se fosses vento

apanhas camélias brancas

enfeitas o cabelo

és feliz
na noite do teu tempo?


Y K Centeno
*

Palavras breves…


imagem

A palavra que digo,
A palavra que esqueço,
Qual delas me redime?
*
Palavras-tubarão
arreganhando
os dentes
*
Sou apenas um sinal
Sou apenas um caminho
(quantas vezes percorrido
Até chegar ao destino?)
*
Montanhas no horizonte:
A imensidão do caminho.
*
A placidez do dia
no desencontro
das horas.
*
Horizonte feliz:
céu e mar
confundidos.
*
Retirado de
a Oriente
de
Yvete K Centeno
*

Nutrição energética


imagem

O que nos interessa [nos alimentos] é a sua energia.

E, para sabermos aqueles que nos podem, de facto nutrir, teremos de ver como é que os alimentos evoluíram na terra, estabelecendo um paralelismo com a nossa própria evolução
Aqueles que nos estão mais próximos são os que, tal como nós, foram os últimos a aparecer na espiral evolutiva da natureza – os cereais. São, por isso, os que menos choque físico-vibratório nos podem causar. ‘Para nós os mais correctos em termos energéticos’

Bem Estar Interior de Maria José Costa Félix
(Cap. Alimentação como Nutrição Energética)

*

Kiseniologia ou as memórias do corpo


Wilhelm Reich tambem se dedicou a este tema

O corpo nunca esquece aquilo que lhe fazemos.

E as variadas doenças que nos afectam exprimem as múltiplas feridas da criança que nos habita.

E através dos músculos que o corpo nos vai dizendo o que sabe acerca de nós próprios a todos os níveis – emocional, mental e espiritual. As memórias que, desde os nossos primeiros tempos de vida, foi guardando. Dores antigas. Feridas que nem imaginávamos que alguma vez tivéssemos tido e sobretudo estivessem ainda por curar.

Existe uma técnica que interpretando o movimento do músculo nos permite apressar o processo de limpeza de tudo o que existe dentro de nós em desequilíbrio, condição indispensável para viver sem doenças: a kiseniologia.
Qualquer músculo pode servir para essa revelação do corpo
Sendo de carácter fisiológico, a resposta muscular escapa ao controle mental consciente. E, através do teste muscular, comunicamos com a consciência do corpo, que é a nossa própria fonte de informações.
Todos os medos, todas as raivas, as dores que aí se foram acumulando desde o momento em que fomos concebidos, estão lá. Presentes mas recusadas e esquecidas pelo mental consciente, a determinar as nossas reacções no presente, sem que disso nos apercebamos.

Enquanto as emoções do passado mexerem connosco, não podemos dispor, por exemplo, do fantástico potencial do nosso córtex frontal – sede das nossas decisões, da capacidade de escolha –, porque continuamos comandados por uma região do cérebro que nos obriga a reproduzir sempre os esquemas de reacção do passado.

Cap. Kiseniologia/Bem Estar Interior - Maria José Costa Félix
*

Chi Kung


Maria José Costa Félix è autora de vários livros

O Chi Kung ajuda-nos a aumentar a vitalidade – física, emocional, mental e espiritual
[…]
Chi Kung não é um conjunto de conhecimentos. Sim uma arte que se vai aprendendo e experimentando através de uma pratica diária. Um pouco como aprender a tocar piano. Tem de se começar por conhecer as notas.

Uma das primeiras coisas que se aprende a que é da maior importância respirar suavemente e que aquilo que se respira não é apenas ar, mas a energia que existe no universo em que estamos inseridos.

Outra coisa importante é estar relaxado.

E a terceira é praticar diariamente os exercícios – que consistem em gestos extremamente simples, visualização e respiração e cuja finalidade única é estimular o fluxo de energia no interior do corpo. Têm nomes muito sugestivos: ’levantar o céu’, ‘empurrar a montanha’, transportar a lua’.
[…]
Um conceito importante no Chi kung é precisamente o de que a energia que nos habita nos une ao universo, na medida em que é a mesma que lhe dá vida (no Chi Kung, geralmente fala-se de ‘energia vital’ relativamente à que está dentro do nosso corpo e ‘energia cósmica’ quando nos referimos á que se encontra fora de nós).
`
É por isso que, quando a energia de alguma coisa ou acontecimento se mistura com a de outro, ambos os pólos são afectados.

É também por isso que os sentimentos profundos de alguns seres humanos conseguem ‘mover o céu e a terra’.

Bem-Estar Interior - Maria José Costa Félix
*