A Liga Árabe acabou de propor uma resolução formal ao Conselho de Segurança da ONU pela criação da zona de exclusão aérea sobre a Líbia. Depois de semanas de um impasse internacional, este é o momento da verdade, se nós não conseguirmos persuadir a ONU a agir agora, nós poderemos testemunhar na Líbia um dos maiores massacres deste novo século.
As forças do Kadafi estão esmagando os manifestantes cidade por cidade. Se eles retomarem o país, uma retaliação brutal aguarda os líbios que desafiaram o regime. Relatos de tortura e assassinato já estão vazando das áreas retomadas.
Cidadãos líbios comuns estão pedindo que o mundo não os abandone. A comunidade Avaaz está profundamente comprometida com a não-violência, mas a imposição de uma zona de exclusão aérea para manter os aviões de guerra do Kadafi no chão é um caso específico onde uma ação militar liderada pela ONU é realmente necessária. Um questionário enviado para a nossa comunidade mostra que 86% das pessoas apóiam a zona de exclusão aérea. Agora, no momento em que o voto da ONU se aproxima, chegou a hora de aumentar ainda mais a nossa pressão.
Nós torcemos quando o povo da Líbia saiu às ruas e agora não podemos, e não devemos, ignorar o seu pedido de ajuda neste momento tão difícil. Mesmo se você já participou, clique abaixo para enviar uma mensagem para o Conselho de Segurança da ONU:
A ONU está dividida, mas a situação está mudando rapidamente. A China, Rússia e Alemanha são contra enquanto a Liga Árabe, a Confederação Islâmica, o Reino Unido e a França são a favor. Os EUA e Índia estão em cima do muro. Este não é o velho debate Ocidente versus Oriente, nem, como alguns suspeitam, uma conspiração de interesses petrolíferos. O Conselho Nacional de Transição da Líbia, que a França reconheceu como o governo legítimo está desesperadamente pedindo uma zona de exclusão aérea e apóio internacional. Porém a cada dia que passa, o perigo aumenta de que qualquer ajuda chegará tarde demais.
Uma zona de exclusão aérea sozinha não é a solução final, ela deverá ser apoiada por sanções direcionadas e congelamento das contas do regime, a interrupção da transmissão das declarações do Kadafi incitando a violência, e mais países reconhecendo diplomaticamente o Conselho Nacional de Transição da Líbia. Mesmo tudo isso poderá não ser suficiente. Porém aqueles que opõe uma ação forte devem se perguntar se, com dezenas de milhares de vidas em jogo, eles estão dispostos a defender a passividade.
A lei internacional e o Conselho de Segurança da ONU deixaram claro que, quando crimes contra a humanidade são cometidos, a comunidade internacional tem a responsabilidade de proteger os povos destes crimes, mesmo que o agressor seja o seu próprio governo. Mesmo que ainda não conhecemos a total magnitude dos crimes do Kadafi, nós não podemos virar as costas neste momento. Clique para enviar uma mensagem urgente para os delegados do Conselho de Segurança da ONU:
Na melhor das hipóteses, o Kadafi irá reagir à resolução da ONU sobre a zona de exclusão aérea, parando os ataques aéreos. Porém se ele não parar, a imposição da zona de exclusão aérea terá que ser feita com ataques diretos aos caças que ele tentar usar e possivelmente ataques aéreos aos sistemas de mísseis antiaéreos. Há também a possibilidade de uma zona de exclusão aérea levar a um envolvimento militar mais profundo na Líbia.
Enquanto o mundo (e a Avaaz) criticaram fortemente a guerra do George W. Bush no Iraque, e defendemos soluções pacíficas para conflitos em muitos lugares, este não é o Iraque. Se não agirmos logo, a Líbia poderá se tornar Darfur, com graves crimes contra a humanidade cometidos contra comunidades inteiras. O regime do Kadafi tem um longo histórico de tortura, massacrando o seu próprio povo e financiando o terrorismo internacional. Mas o povo líbio está unido contra as tropas do Kadafi -- mesmo a sua própria tribo e cidade natal se distanciou das suas ações.
A situação da Líbia, e a reação internacional a ela, é complexa, com muitos atores e agendas, assim como o futuro de uma Líbia pós-Kadafi ainda é incerto. Esta complexidade deve guiar o cuidado que temos em nossas ações porém, pelas vidas de dezenas de milhares de líbios, nós não podemos ficar parados. Vamos tomar a melhor decisão que podemos e agir, agora.
Com esperança,
Stephanie, Ricken, Ben, Alice, Benjamin, Rewan e toda a equipe Avaaz
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