Saturday, November 26, 2011

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Monday, November 21, 2011

Factos...



Quando esta mais que provado tecnicamente que os modelos animais não servem eficazmente o propósito de testar produtos e medicamentos de uso humano, o que continua a legitimar essa prática abominável?!

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PORQUE SOMOS CONTRA OS MODELOS ANIMAIS - O REDUCIONISMO COMO BASE DA FALIBILIDADE DOS MODELOS ANIMAIS
Além de indefensável sob o ponto de vista ético, uma vez que submete seres sencientes1ao sofrimento físico e psicológico (Singer, 1998; Regan, 2001), a vivissecção2 é uma prática que falha em pelo menos um critério fundamental para que seja considerada verdadeiramente científica: predictabilidade. Antes de tecer algumas considerações acerca das razões de ordem epistemológica subjacentes aos resultados pífios provenientes dos modelos animais, gostaria de remeter o leitor a alguns contextos e dados que ilustram a afirmação feita anteriormente.
No que diz respeito a medicamentos, por exemplo, apesar da enorme quantidade de cobaias mortos para supostamente assegurar a eficácia e testar os efeitos colaterais de novas drogas, Greek & Greek (2000, p.117) destacam que "segundo a organização Pharmaceutical Research and Manufacturers of America, apenas 1% dos novos medicamentos testados em laboratórios vão para o estágio clínico (em que são testados em voluntários humanos). Dos que chegam ao mercado, muitos apresentam sérios efeitos colaterais e riscos não previstos. "Uma revisão realizada pelo governo americano nas drogas lançadas entre 1976 e 1985 revelou que 51,5% delas ofereciam riscos não previstos nos testes" (Barnard & Kaufman, 1997, p.81). Greek & Greek (2000, p.58) destacam que, "a cada ano, dezenas de milhares de pessoas adoecem devido ao uso de fármacos legalmente vendidos. Archibald (2005) , que argumenta no mesmo sentido, afirma ainda que os efeitos colaterais de medicamentos prescritos estão entre as primeiras causas de mortes no Ocidente3. Ela cita o caso recente do Vioxx - um fármaco para combater a artrite - que foi retirado do mercado global em setembro de 2004, após ter causado 140.000 casos de ataques cardíacos e derrames somente nos EUA. O fármaco, quando testado em animais não-humanos, se mostrou seguro e até benéfico para o coração deles. Outro exemplo que merece destaque é o das terapias de reposição hormonal. Prescritas para milhões de mulheres, porque diminuíam o risco de doenças cardíacas e derrame em macacos, tais terapias aumentaram significativamente o risco dessas doenças em mulheres e ainda provocaram 20.000 casos de câncer de mama. Archibald cita diversos outros fármacos que matam4 e Greek & Greek (2003, p.112-115) também apresentam uma longa lista de medicamentos retirados do mercado, na Grã-Bretanha e EUA, por conta dos seus gravíssimos efeitos colaterais (que incluem morte). Eles destacam que as drogas listadas representam uma pequena parte da calamidade total. A lista completa é quase inumerável, dizem eles, uma vez que muitos problemas sequer foram relatados.
E por que razão tais drogas são ineficazes e até perigosas? Porque os dados provenientes de testes com animais não-humanos são caóticos e não confiáveis. Eis um exemplo emblemático: "pesquisadores escolheram 6 drogas com efeitos colaterais conhecidos em humanos. Os testes com animais corretamente previram 22 efeitos colaterais, mas incorretamente apresentaram 48 efeitos que não ocorriam em humanos. E mais, os testes em animais não previram 20 efeitos colaterais que ocorrem nos humanos. Portanto, os modelos animais erraram 68 vezes em 90. Assim, em 76% das vezes, os resultados provenientes de experimentos com animais estavam errados" (Lumley and Walker apudGreek & Greek, 2003, p.111)
O modelo animal é falho porque existem diferenças, entre nós e eles, na anatomia, na fisiologia, nas interações ambientais, nos tipos de alimentos ingeridos, etc, que resultam na não-correspondência na absorção, distribuição e metabolismo de substâncias. Ademais, as condições de laboratório são mais controladas do que na vida humana e as doses administradas aos animais podem ser muito maiores do que as prescritas aos humanos, em termos de peso corporal. Portanto, fora o fato de que as vias de inoculação de diferentes substâncias - se oral, anal, peritonial, vaginal, etc - podem exercer uma grande influência sobre o resultado dos testes, a dosagem pode ser também um fator crucial.
Fano (2000), por exemplo, destaca que muitos testes com animais ocorrem em condições (dosagens, métodos, etc) que não têm similaridade com a vida real. Em um experimento envolvendo o adoçante ciclamato, os animais receberam o equivalente humano a 552 garrafas de refrigerantes por dia. Em dois experimentos com tricloroetileno (usado como agente descafeinizante em café) os ratos receberam uma dose equivalente a 50 milhões de xícaras de café por dia. Isso pode falsificar os resultados de duas maneiras: pode envenenar as células e tecidos, tão severamente, a ponto de prevenir uma resposta carcinogênica que em outras condições poderia ocorrer; ou pode sobrecarregar, ou mudar, os processos metabólicos e causar uma resposta carcinogênica que poderia não ocorrer, conclui ela.
Além disso, a velocidade do metabolismo dos animais é variável. Animais de laboratório são em geral menores do que os humanos e, com isso, têm um metabolismo muito mais intenso. Dessa forma, eliminam toxinas mais rapidamente do que os humanos, o que pode impedir que os efeitos tóxicos apareçam, como observa Fano.
Apesar de os vivisseccionistas afirmarem que ratos e camundongos se constituem em bons modelos para estudar doenças e outras condições ou males que acometem os humanos, há expressivas diferenças entre eles e nós. Segundo Greek & Greek (2003, p.121), "ratos respiram obrigatoriamente pelo nariz, o que pode alterar a forma de entrada de uma substância pela corrente sanguínea; a placenta é consideravelmente mais porosa nos ratos do que na espécie humana; devido a diferenças na distribuição da microflora intestinal, eles são muito mais propensos a metabolizar um composto administrado oralmente em um metabólito ativo, ou tóxico; a secreção de ácido no interior do estômago deles é contínua, enquanto no dos humanos ela ocorre apenas em resposta à presença de alimentos, ou outros estímulos. Os ratos são ainda animais de hábito noturno, susceptíveis a doenças diferen tes das nossas, têm requerimentos nutricionais também diferentes e são incapazes de vomitar. Todas essas peculiaridades (anatômicas, fisiológicas, etc) afetam a absorção, a farmacocinética e o metabolismo de compostos, ou causam reações inesperadas com relação a um composto"5.
Muitas outras questões que afetam os dados provenientes de testes com animais não-humanos poderiam ser adicionadas aqui como, por exemplo, a influência do enriquecimento ambiental (veja artigo da New Scientist, (173[2333], 09 de mar.2002:11, intitulado "Home comfort for lab animals create problems for researchers"). Mas, afinal, que questões estariam no cerne de tais resultados caóticos?


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Os modelos animais são imprecisos porque se constituem numa prática imersa no paradigma mecanicista e, portanto, reducionista, que se tornou hegemônico em nossa cultura. Tal paradigma encontra-se também inextricavelmente associado a uma ética antropocêntrica e especista. A oposição sujeito-objeto, base da pretensa descrição objetiva da natureza, é outra dicotomia que está no cerne do corpus formal do conhecimento em nossa sociedade e também na experimentação animal. Nela, toma-se um animal como modelo de estudo, sendo este analisado segundo suas supostas capacidades de prever ou reproduzir um determinado fenômeno. Dentro do paradigma mecanicista isso faria sentido, pois tratar-se-ia de analisar, compreender, ou identificar, um determinado mecanismo para depois verificar de que forma aquele mecanismo (genético, fisiológico, metabólico, etc) poderia ser usado para predizer outro, o organismo a ser modelado. Ocorre que os fenômenos sociais e naturais são muito mais complexos do que postulam as premissas da visão mecanicista, o que torna esse paradigma inadequado ou, no mínimo, muito limitado para descrever tal gama de complexidade (veja Maturana, 2002; Capra, 1996; Brügger, 2004, p.63-120).
Capra (1996), por exemplo, argumenta que há três critérios fundamentais para uma descrição abrangente da natureza da vida: o padrão de organização (a configuração de relações que determinam as características essenciais do processo); a estrutura (a incorporação física do padrão de organização do sistema); e o processo (a atividade envolvida na incorporação contínua do padrão de organização do sistema). Nessa visão, todos os sistemas vivos são sistemas cognitivos e a cognição sempre implica a existência de uma rede autopoiética, ou seja, a característica básica de uma rede viva é que ela produz continuamente a si mesma, ela se autocria (veja também Maturana, 2002). Esse processo de autocriação também influi na capacidade de formar novas estruturas e novos padrões de comportamento.
Assim, embora haja muitas características comuns entre nós e os outros animais, diferenças microscópicas entre as nossas células e as deles podem levar a erros grosseiros. Todas as espécies - plantas e animais - seguem o mesmo design: são formados pelas mesmas unidades de DNA (A,T,C,G) que são juntadas no mesmo processo. Mas, enquanto o material genético é o mesmo, a composição, os arranjos são diferentes. Isso faz toda a diferença.
O seguinte contexto - que envolve a semelhança entre nós e os chimpanzés - demonstra de forma inequívoca a razão de rechaçarmos o argumento reducionista de que tais animais são excelentes modelos. Segundo Greek & Greek (2003, p.49-50), "se examinarmos os genes que codificam proteínas que atuam como enzimas, ou provêem a base para estrutura, ou movimento celular, a semelhança entre nós e os chimpanzés é maior do que 99%. A diferença está, portanto, não nos blocos de construção, mas na forma como eles são arranjados e comandados por genes reguladores que controlam o padrão e o crescimento. Assim, por exemplo, uma única diferença num aminoácido, entre primatas humanos e não-humanos, faz com que o HIV não se acople ao mesmo receptor celular em primatas não-humanos".
Essa é a "dialética" da natureza. E é exatamente o que argumenta Capra, no parágrafo anterior (veja também Brügger, 2004, p.125-128).
Assim, o elevado grau de correspondência genética que há entre nós e tais modelos (como primatas e roedores) só faz sentido, em termos de confiabilidade, dentro de uma visão reducionista de ciência. Os animais não-humanos não podem ser considerados como bons "modelos analógicos causais" (CAMs). Segundo os filósofos Hugh La-Follete e Niall Shanks (1996) um modelo analógico causal funciona da seguinte forma: X (o modelo) é semelhante a Y (o objeto a ser modelado) com relação às propriedades {a....e}. X tem a propriedade adicional f. Embora não observada em Y, supõe-se que Y também tenha a propriedade f. Então,se a droga Z causa a morte do modelo animal (por exemplo, a penicilina mata porquinhos da Índia), por analogia, matará os humanos (veja Greek & Greek, 2003, p.45). La-Follete e Shanks (1996) afirmam que "os modelos analógicos causais teriam q ue apresentar também características comuns; conexões causais entre as características; e ausência de disanalogias relevantes. E afirmam que a possibilidade de haver disanalogias causais relevantes destrói o argumento de que as pesquisas com animais têm importância direta para o estudo de fenômenos biológicos humanos. Isso acontece porque, até que sejam feitos testes com humanos, não há como saber se existem ou não disanalogias relevantes entre nós e o modelo animal estudado. E há fortes razões teóricas para esperar que existam disanalogias causais relevantes. Animais humanos e não-humanos foram submetidos a pressões evolutivas muito distintas. O fato de duas espécies terem propriedades funcionais biológicas semelhantes não nos dá razão para pensar que elas tenham mecanismos causais subjacentes semelhantes. Embora os humanos não sejam ´essencialmente´ diferentes dos ratos, ou tampouco formas de vida ´mais elevadas´, somos diferentes em termos de complexidade. Diferenças entre as espécies, ainda que pequenas, freqüentemente resultam em respostas radicalmente divergentes com relação a estímulos qualitativamente idênticos. Diferenças evolutivas nos sistemas biológicos de humanos e roedores, por exemplo, desencadeiam um efeito cascata que resulta em marcadas diferenças em importantes propriedades biomédicas entre as duas espécies".
Portanto, a presença de pequenas diferenças no nível celular, como prega a Teoria da Evolução, invalida as extrapolações entre as espécies.
Compreendemos de forma muito limitada a pujança autopoiética da natureza, mas queremos exercer domínio sobre ela. Penso que as questões aqui colocadas devam, portanto, fazer parte do debate sobre a eficácia dos modelos animais como ferramentas de ensino e pesquisa. Isso porque os profissionais que deles se utilizam são, em tese, cientistas e estão produzindo conhecimento, além de estarem formando uma legião de seguidores de seus preceitos cientificamente questionáveis.
Embora hoje não seja mais possível negar a influência dos fatores aqui apontados - os quais concertados entre si podem produzir uma realidade completamente nova e inesperada, com a qual o cientista tem que lidar - os fundamentos epistemológicos subjacentes a tais processos, ainda se constituem numa questão considerada excessivamente abstrata. Entretanto, a aceitação de que há uma interdependência entre variáveis que não podem ser isoladas e estudadas em separado, ou quantificadas em termos de influência, faz parte da essência do método científico - mesmo o mecanicista - ainda que em menor extensão. Essa é uma questão muito mais profunda e crucial do que pode parecer, pois implica compreender verdadeiramente que o conhecimento construído é sempre uma abstração no sentido rigoroso do termo. E que algumas abstrações, ou metáforas, são mais adequadas do que outras par a descrever determinadas realidades.
Dessa forma, salvo em casos nos quais os modelos animais tenham sido rigorosamente validados (mas isso implica a morte de milhões deles!), os dados corretos, aparentemente obtidos a partir de modelos animais, são, na verdade fruto da coincidência e do acaso, ou de pistas fornecidas por outros campos de pesquisa. Não refletem o resultado de uma empreitada verdadeiramente científica, uma vez que não implicam num conhecimento minucioso dos complexos mecanismos presentes nos processos estudados6. Tais acertos parecem refletir nada mais do que um pequeno percentual bem-sucedido de meras tentativas e, com isso, não diferem significativamente de outras situações como os índices de acerto em cestas de basquete, por exemplo, por parte de pessoas que não dominam tal esporte.
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Urge, portanto, que façamos uma reflexão criteriosa acerca da manutenção desse paradigma ancorado em valores antropocêntricos e especistas. Não é razoável afirmar que é impossível prescindir dos modelos animais quando não há um investimento sistemático (nem em educação, nem em pesquisa) no uso de alternativas, sejam elas técnicas substitutivas ou alternativas no sentido lato (como bancos de dados clínicos, epidemiológicos e outras fontes de informação).
Finalmente, vale dizer que as críticas aos modelos animais fazem parte de uma crítica maior que diz respeito às visões de saúde e doença presentes na medicina que se tornou hegemônica, baseada na intervenção e não na prevenção. Tal visão faz parte de um paradigma que privilegia as soluções "farmaco" e "tecno"-lógicas, como de resto é a ótica dominante em nossa cultura (exemplo emblemático é o tratamento/cura proposto para as "mudanças climáticas" ora em curso). E, mais uma vez, a falta de visão sistêmica jaz na base de todas essas questões.
Notas
1 Seres sencientes são aqueles capazes de experimentar prazer, dor, alegria e outras sensações e emoções.
2 O termo vivissecção tem o significado de "cortar vivo". É empregado para designar a realização de operações ou estudos em animais vivos para observação de determinados fenômenos.
3 As primeiras são: câncer, doenças do coração e derrame (acidentes vasculares cerebrais).
4 Alguns fármacos citados por Archibald são o Baycol, o Rezulin, Propulsid, Opren, Eraldin.
5 Há ainda diferenças importantes entre machos e fêmeas, e entre linhagens e resultados de diferentes instituições.
6 Como os chamados "laços de realimentação" e outros mecanismos que podem atuar de forma auto-referencial nos modelos propostos.
Bibliografia
ARCHIBALD, Kathy. Animal testing: science or fiction? The Ecologist, maio. 2005: 14-17.
BARNARD, Neal & KAUFMAN, Stephen. Animal research is wasteful and misleading.Scientific American, fev. 1997. 80-82.
BRÜGGER, Paula. Modelos animais. In: Amigo Animal - reflexões interdisciplinares sobre educação e meio ambiente: animais, ética, dieta, saúde, paradigmas. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2004: 63-120; 125-128).
CAPRA, Fritjof. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. Trad. Newton Roberval Eichemberg. São Paulo, Cultrix, c1996.
FANO, Alix. Beastly practice. The Ecologist, vol 30 (3), maio, 2000: 24-28
GREEK, Ray C.& GREEK, Jean S. Sacred cows and golden geese - the human cost of experiments on animals. Foreword by Jane Goodall. New York/London: Continuum, 2000.
GREEK, Ray & GREEK, Jean. Specious Science: How Genetics and Evolution Reveal Why Medical Research on Animals Harms Humans. London, New York: Continuum, 2003.
LaFOLLETTE, Hugh & SHANKS, Niall. Brute Science: Dilemmas of Animal Experimentation. London: Routledge, 1996.
MATURANA, Humberto R.& VARELA, Francisco J.. A árvore do conhecimento - as bases biológicas da compreensão humana. 2ªed. Trad. Humberto Mariotti e Lia Diskin.São Paulo: Palas Athena, 2002.
REGAN, Tom. Defending animal rights. Chicago: University of Illinois Press, 2001.
SINGER, Peter. Ética Prática. 2ª ed. Trad. Jefferson L. Camargo. São Paulo, Martins Fontes, 1998.
Publicado na Revista Pensata Animal em 16/12/2007:http://www.pensataanimal.net/artigos/45-paulabrugger/161-porque-somos-contra

(http://www.svb.org.br/2congressovegetarianobrasileiro/palestrantes/paula-brugger.html)

Paula Brügger - brugger@ccb.ufsc.br
Professora do Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina onde ministra as disciplinas "Biosfera, sustentabilidade e processos produtivos", "Meio Ambiente e desenvolvimento? e "Gestão da sustentabilidade na sociedade do conhecimento". É graduada em Ciências Biológicas com especialização em Hidroecologia, Mestra em Educação e Doutora em Ciências Humanas - "Sociedade e Meio Ambiente". Atua na defesa dos animais e do meio ambiente e auxiliou diversas vezes o Ministério Público Federal na luta contra projetos de pseudodesenvolvimento que promovem exclusão social e a destruição da natureza. É autora dos livros Educação ou adestramento ambiental?, em 3ª edição, e Amigo Animal ? reflexões interdisciplinares sobre educação e meio ambiente: animais, ética, dieta, saúde, paradigmas. Coordena o projeto de educação ambiental "Amigo Animal", oferecido para as escolas da rede municipal como tema transversal. É coordenadora do Departamento de Meio Ambiente da "Sociedade Vegetariana Brasileira" (SVB). Atua principalmente nos seguintes temas: educação ambiental; interdisciplinaridade e paradigmas de ciência; desenvolvimento sustentável; relação dos seres humanos com os outros animais como relação sociedade-natureza.

Friday, November 18, 2011

Tibet: O apelo



Há alguns dias, Palden Choetso saiu do convento, despejou gasolina sobre seu corpo e ateou fogo em si mesma enquanto pedia por um "Tibet livre". Ela morreu alguns minutos depois. Desde o mês passado, nove monges e freiras se auto-imolaram como protesto contra umacrescente repressão chinesa sobre o pacífico povo tibetano


Estes atos trágicos são um apelo desesperado por ajuda. Com metralhadoras em punho, as forças de segurança chinesa estão espancando e sequestrando monges, cercando os monastérios, e até mesmo assassinando idosos que defendem os monges -- tudo isso em uma tentativa de suprimir os direitos tibetanos. A China restringe severamente o acesso à região. Mas se conseguirmos persuadir alguns governos a enviarem diplomatas e expor essa crescente brutalidade, poderemos salvar vidas. 


Temos de agir rapidamente -- essa situação horrível está saindo do controle por trás de uma cortina de censura. Cada vez mais temos visto que quando os próprios diplomatas são testemunhas das atrocidades, eles são motivados a agir, e aumentam a pressão política. Vamos responder ao apelo trágico de Palden e criar uma petição massiva para que seis líderes mundiais, que têm maior influência sobre Pequim, enviem uma missão ao Tibet e se posicionem contra a repressão. Assine a petição urgente



Os tibetanos estão sufocando com o estrangulamento feito pela China. Eles são impossibilitados de praticar sua religião livremente -- fazer o download de uma foto do Dalai Lama na Internet pode levar um tibetano à prisão. E a situação fica cada vez pior na medida em que as tropas chinesas estão bloqueando os maiores monastérios, sequestrando monges e levando-os para programas de "re-educação patriótica". Essa situação horrorosa está saindo do controle


Desde o começo do ano, 11 monges e freiras atearam fogo em si mesmos e a cada protesto a China aumenta o controle. Para os tibetanos, as auto-imolações são um sacrifício bastante sério que revelam o seu nível de desespero. Eles acreditam que o suicídio têm um impacto devastador no ciclo das reencarnações e pode levar uma pessoa a regredir 500 vidas. Mas a situação do Tibet é tão horrível que os monges e freiras estão perdendo sua posição nesse ciclo em troca de esperança pela atenção internacional e liberdade para seus irmãos e irmãs. 


O governo chinês não permitirá que jornalistas e ativistas de direitos humanos entrem na região -- há algunas dias, jornalistas da Sky news e AFP foram expulsos da área. No entanto, diplomatas podem requisitar acesso. E, como vimos recentemente na Síria, são eles a melhor forma de conseguirmos relatos em primeira mão, de mostrar a China que o mundo está observando e de começar conversas políticas de alto-nível sobre os direitos humanos dos tibetanos. 


Cabe a nós ativar o alarme global sobre a questão. Se conseguirmos que os EUA, Reino Unido, Austrália, Índia, França e a União Europeia envie uma delegação agora, eles podem pressionar a China por ação. Não temos tempo a perder -- assine a petição urgente



Os membros da Avaaz apoiaram projetos que estão trazendo luz ao apagão de informações e defendendo a cultura tibetana e sua práticas religiosas. Mas a repressão impiedosa da China está aumentando. É hora de toda nossa comunidade se juntar para apoiar esse povo pacífico que está sacrificando suas próprias vidas em busca de direitos básicos. Vamos mostrá-los que o mundo não esqueceu os tibetanos. 


Com esperança e determinação, 


Emma, Iain, Dalia, Ricken, Diego, Shibayan, Giulia, e toda a equipe da Avaaz 

Mais informações: 

Passeata em homenagem a monges imolados reúne 10 mil pessoas (Terra)
http://noticias.terra.com.br/noticias/0,,OI5458151-EI188,00-Passeata+em+homenagem+a+monges+imolados+reune+mil+pessoas.html 

Mais duas imolações pelo fogo para denunciar a repressão chinesa no Tibete (Público)
http://www.publico.pt/Mundo/mais-duas-imolacoes-para-denunciar-a-repressao-chinesa-no-tibete-1519559 

Monge tibetana se suicida em protesto contra a repressão religiosa na China (Jornal do Brasil)
http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2011/11/03/monge-tibetana-se-suicida-em-protesto-contra-a-repressao-religiosa-na-china/

Chinês ateia fogo ao corpo na Praça da Paz Celestial (O Globo)
http://oglobo.globo.com/mundo/chines-ateia-fogo-ao-corpo-na-praca-da-paz-celestial-3249107

Morre freira tibetana que ateou fogo em si mesma (em inglês) (Sky)
AVISO: ESSE VÍDEO CONTEM IMAGENS FORTES
http://news.sky.com/home/world-news/article/16095074

Dalai Lama: 'Genocídio cultural' por trás das auto-imolações (em inglês) (BBC)
http://www.bbc.co.uk/news/world-asia-15617026

Thursday, November 17, 2011

Salve a Internet do Planeta

Nesse exato momento, o Congresso dos EUA está debatendo uma lei que pode conferir ao país o poder de censurar a Internet do mundo inteiro -- criando uma lista negra que pode ter o YouTube, Wikileaks e até mesmo a Avaaz como alvos! 

Sob essa nova lei, os EUA podem forçar os provedores de Internet a bloquearem qualquer website que seja suspeito de violar as leis de copyright e propriedade intelectual, ou que falhem em policiar suficientemente as atividades de seus usuários. E, por conta da maioria dos serviços de hospedagem de Internet estarem localizados nos EUA, essa lista negra poderia reprimir a web livre para todos nós. 

A votação pode acontecer a qualquer dia, mas podemos ajudar a impedir isso -- alguns membros do Congresso querem preservar a liberdade de expressão e nos informaram que um clamor internacional ajudaria a aumentar a força deles lá dentro. Vamos urgentemente levantar nossas vozes de todos os cantos do mundo e criar uma petição global como nunca antes vista, apelando para que os tomadores de decisão nos EUA rejeitem esse projeto de lei eimpeçam a censura da Internet. Assine agora e, em seguida, encaminhe para a maior quantidade de pessoas possível -- nossa mensagem será entregue diretamente para membros do Congresso dos EUA antes da votação crucial.

Os defensores da liberdade de expressão nos EUA já ativaram o alarme, e alguns senadores estão tentando reunir apoio suficiente para impedir esse perigoso projeto de lei. Não temos tempo a perder. Vamos apoiá-los para garantir que os legisladores americanos preservem o direito por uma Internet livre e aberta como uma maneira essencial das pessoas ao redor do mundo trocarem ideias, comunicarem-se e trabalharem coletivamente para construir o mundo que queremos. Assine abaixo para impedir a censura nos EUA, e salvar a nossa Internet: 

http://www.avaaz.org/po/save_the_internet/?vl 

Nos últimos meses, da Privamera Árabe ao Movimento Occupy ao redor do mundo, temos visto em primeira mão como a Internet pode estimular, unir e mudar o mundo. Agora, se ficarmos juntos, podemos impedir esse novo ataque contra a liberdade da Internet. Já conseguimos isso antes -- no Brasil e na Itália, os membros da Avaaz conseguiram grandes vitórias na luta pela liberdade da Internet. Vamos fazer dessa uma luta global, e nos mobilizarmos para derrotar a mais poderosa ameaça de censura que a Internet já viu. 

Com esperança, 

Luis, Dalia, Diego, Emma, Ricken, Aaron, Antonia, Benjamin e o restante da equipe da Avaaz 

Mais infomações: 

Sites aderem à campanha "Parem com a Censura" na web (Terra)
http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI5473579-EI12884,00-Sites+aderem+a+campanha+Parem+com+a+Censura+na+web.html 

Editorial: Projeto de Lei da lista negra permite que juízes federais removam sites da Internet (em inglês) (Digital Journal)
http://digitaljournal.com/article/313463 

A Desastrosa Legislação de IP Está de Volta – E pior do que antes (em inglês) (EFF)
https://www.eff.org/deeplinks/2011/10/disastrous-ip-legislation-back-%E2%80%93-and-it%E2%80%99s-worse-ever 

Legisladores do Vale do Silício se opõem à lei de pirataria online (em inglês) (SFGate)
http://www.sfgate.com/cgi-bin/article.cgi?f=/c/a/2011/11/15/BUO81LV0KI.DTL 

A Lei para Impedir a Pirataria: resumo, problemas e implicações (em inglês)
https://www.cdt.org/files/pdfs/SOPA%202-pager%20final.pdf 

Wednesday, November 16, 2011

Kitten plays with an iPad

Gente que faz a diferença...

Lucky

Escolhi esta história por ser um retrato vivo da maneira como a maioria das pessoas trata e encara os animais e o seu sofrimento...
Também como homenagem ao não desistir perante as dificuldades, da autora.

São poucas as pessoas que assim agem, mas a razão e o futuro estão com elas

 * * * *
Numa terrível noite de chuva, vento e frio, em Março de 2010, por entre conversas cruzadas ouço alguém dizer que se encontrava um cão atropelado numa valeta e ao que parecia já lá estaria há três dias!
Três dias??
Pensei imediatamente: “como é possível tamanha crueldade?” O cão já estaria neste sofrimento há três dias, debaixo de chuva, vento, frio, a sofrer, sozinho, abandonado à sua pouca sorte, abandonado para morrer numa valeta. Fiquei perplexa com tanta indiferença perante um animal!
Sem mais demoras, dirijo-me ao local onde supostamente estaria o animal. Como era uma via rápida, risco contínuo, chuva que insistia em não parar, várias foram as voltas até o encontrar e, sem desistir, por fim vejo-o! Estava deitado na valeta, apenas levantou a cabeça, olhou para mim e tornou a baixa-la num gesto de resignação. O gesto disse tudo, algumas foram as pessoas que por ali já tinham passado, olhado e nada tinham feito para o tirar daquele pesadelo. Ao lado dele estava uma lata de comida…vazia, talvez lhe tivessem dado de comer mas…ele precisava de mais! Ele precisava de ajuda médica, de sair dali, ele nem sequer conseguia mexer as patas de trás.
Comecei a desesperar porque era um cão grande e por isso pesado, sozinha não iria conseguir. Não fui pelo caminho mais fácil e cobarde, desistir e virar costas e fazer como outros tinham feito… ignorar.
Aqui começa a maratona de chamadas a pedir ajuda: liguei para a protecção civil, disseram-me para ligar para a GNR local, que por acaso era a três quilómetros dali, não liguei, dirigi-me imediatamente para lá com o coração nas mãos, angustiada por deixa-lo ali sozinho, tal como já lhe tinham feito, num acto que para ele seria de abandono… mas tinha de ser!
Após contar o que me trazia ali a primeira reacção foi de surpresa pela minha atitude. Em seguida apresentaram-me a solução: chamar o veterinário da Câmara, mas como este não atendia o telemóvel, já passava da meia-noite, apresentaram-me a segunda solução: leva-lo para o canil onde passaria a noite e na manhã seguinte o veterinário “resolvia”!
Como??
Passar mais uma noite naquele sofrimento para de manhã ser abatido por não andar? Não, não, não! Isso não era solução, era demasiada crueldade perante um ser tão indefeso e vulnerável!
Insistiram comigo para que eu fosse embora e não me preocupasse com o cão porque eles iriam lá busca-lo para o  canil e ficaria resolvido. A minha cabeça fervilhava com tamanha indiferença, cada minuto que passava para mim eram horas, só de pensar que o cão continuava lá no seu sofrimento, resignado aquele infortúnio.
Sem mais demoras pedi então que apenas me ajudassem a coloca-lo na mala no carro, ou que chamassem os Bombeiros, porque iria leva-lo ao Hospital Veterinário, a 35 quilómetros dali! Novamente sinto que olham para mim com perplexidade e até me perguntam se eu tinha a noção do dinheiro que iria gastar com tal atitude. Respondi que sim e que perante a solução apresentada não havia outra opção, esta seria a única!
Como repararam na minha determinação, assim foi, pegaram num cobertor, para ele ir mais quentinho e confortável até ao Hospital. Lá fomos para o local. Ali continuava ele, repetiu o gesto, levantou a cabeça e tornou a baixar… A chuva continuava a cair… ajudaram-me a coloca-lo na mala do carro e ele nem sequer se mexeu, já não tinha forças sequer para se queixar…
A viagem parecia não ter fim. Finalmente no Hospital Veterinário!
Recebeu os primeiros cuidados, sem nunca se queixar, enquanto eu ia contando toda a história, a história de um cão que tinha perdido a esperança… mas que teve muita sorte, daí o nome Lucky! Ali ficou internado três dias, uma pata partida e na outra fracturas múltiplas, a bacia partida e um olhar dominado por um misto de medo e incredibilidade, alguém o tinha finalmente salvo!
Tinha nessa altura sete gatos e não hesitei em leva-lo para casa, já não conseguia separar-me dele.
Os primeiros tempos foram muito difíceis, a adaptação dele ao novo lar, se calhar o primeiro lar que alguma vez tinha tido… o Lucky fugia constantemente, mesmo assim debilitado, o que piorava a recuperação das patas e da bacia. Mas mais uma vez não desisti! Com muito carinho, muito amor, muita dedicação o Lucky foi, aos poucos, afeiçoando-se a todos em casa. Hoje é um cão muito meigo, gosta dos gatos e adora passear.
No fim desta história tive finalmente a minha recompensa: ganhei um amigo fiel para toda a minha vida! Que mais se pode pedir?
Nunca virem costas a um animal em sofrimento, não tenham receio de parecer ridículos! Ridículo é apenas esse receio! Que a atitude seja sempre a de salvar uma vida!
Se o Lucky  falasse diria: “aprendi que afinal a esperança tem de ser a última a morrer ”.

Esta história foi escrita por Eleonora Ferreira e faz parte do concurso 
Participa também neste concurso! 

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*Quer conhecer outro exemplo de comportamento invulgar 
e persistência admirável? 

Gatinhos Deficientes por Clarice Lima*

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Os “Outros” Heróis 10 Anos Depois
Cerca de 100 incansáveis cães de busca e salvamento deram o seu melhor na
tragédia do World Trade Center, dia 11 de Setembro de 2001, onde mais de três mil pessoas perderam a vida. 
Hoje, dez anos depois, apenas 12 desses cães ainda
estão vivos, vítimas do próprio tempo. 
A fotógrafa Charlotte Dumas foi à procura de cada um deles e fotografou-os, nas suas casas onde ainda vivem com os seus treinadores. 
O resultado foi publicado no livro “Retrieved“, em comemoração do décimo aniversário do ataque às torres gémeas.

(para ver este e outros artigos vá à edicao21/ e faça download)

Monday, November 14, 2011

07/11/2011 - Melilla - Fiesta del Cordero | Lamb's festival

Fiesta del Cordero - Matanza en Melilla (bruto para medios) | Festival of Sacrifice - Killing of Lambs in Melilla (raw video) from IgualdadAnimal | AnimalEquality on Vimeo.

(AVISO, AS IMAGENS PODEM FERIR A TUA SENSIBILIDADE.)

é caso para perguntar -festa para quem?...


Há seres humanos que seguem na vida espalhando prisão, terror e morte entre os outros seres vivos...

Nada torna isso admissível ou aceitável!



Vais seguir permitindo isto?


Concentración contra las granjas de visones 
Igualdad Animal convoca para el próximo sábado 26 de noviembre sobre las 12 horas, una marcha a una granja de visones a las afueras de Madrid, al igual que hicimos en noviembre del 2010, ese día, estaremos junto a las víctimas reclamando justicia. 

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Zoos: a realidade atrás das portas, filmada: http://vimeo.com/28701678

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SOBRE IGUALDAD ANIMAL
En Igualdad Animal detestamos las injusticias, por ello luchamos día a día para defender a los más vulnerables e indefensos. Puedes conocer el trabajo que realizamos a través de nuestro canal de Tv en Internet o nuestra galería fotográfica. Si te gustaría ayudarnos a defender a los animales, ponte en contacto con nosotros, estaremos encantados de contar contigo. Por favor, considera apoyar también nuestro trabajo haciéndote socio-colaborador de Igualdad Animal y permitiéndonos seguir luchando por ellos.


¡Contra el especismo: activismo!

Saturday, November 12, 2011

animais e comportamentos...


Uma mãe elefante-africano e o seu filhote, ficaram presos na lama perante o olhar impotente dos outros membros da família, na Zâmbia. As autoridades de vida selvagem e conservacionistas, conseguiram salvar o par depois de uma dura luta de duas horas contra o calor, desidratação e a secagem rápida da lama.
A lagoa Kapani, onde estes dois elefantes ficaram presos, está quase seca e por isso bastante pegajosa nesta altura do ano, sendo assim uma armadilha natural para os animais.
Neste caso, o bebé foi o primeiro a ficar preso. A mãe, ficou presa quando veio tentar ajudar a libertar o seu pequeno.

O elefante bebé, na fotografia acima, começou naturalmente a gritar e foi ouvido em primeiro lugar por um membro de uma equipa de Safari, que contactou então Rachel McRobb da South Luangwa Conservation Society, perguntando o que fazer para ajudar.
“A nossa organização normalmente faz salvamento de animais que são presos em armadilhas – não em lama” explicou McRobb. “Existe sempre um debate sobre quando uma determinada situação é uma ocorrência natural, se devemos ou não intervir, mas obviamente os elefantes são animais que nos tocam no coração…” concluiu.


[...]
(...leia mais...)
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Sabe que pode beneficiar uma associação de protecção animal à sua escolha?
saiba mais aí:

Um Salvamento Improvável por Pedro Santos

A Saga do Abandono por Andreia Tarejo

Gata que me Levou a Tribunal por Cláudia Sousa

Uma Esperança para a Hope por Maria Matias




(Leia muito mais: http://www.mundodosanimais.pt/)