Saturday, July 29, 2006

Os Sutras Invisíveis



Tetsugen, estudioso do Zen, decidiu realizar um grande empreendimento: a impressão de sete mil exemplares dos sutras que até então só estavam disponíveis em chinês.

Viajou por todo o Japão, a fim de arrecadar fundos para esse projeto. Algumas pessoas de posse ofereceram-lhe até cem peças de ouro, mas as mais das vezes ele recebeu pequenas moedas de camponeses. Tetsugen expressava igual gratidão a todos os doadores, sem levar em conta a quantia doada.

Depois de dez longos anos de viagem, ele finalmente reuniu os fundos necessários à tarefa. Justo então o Rio Uji transbordou e milhares ficaram sem comida e sem abrigo. Tetsugen gastou com essa pobre gente todo o dinheiro que arrecadara para seu projeto dourado.

Então, começou o trabalho de arrecadar fundos novamente. Mais uma vez passaram-se vários anos antes que ele conseguisse o dinheiro de que precisava. Aí, uma epidemia espalhou-se pelo país; por isso, para ajudar os que sofriam, Tetsugen deu todo o dinheiro que arrecadara.

Mais uma vez, iniciou viagem e, vinte anos mais tarde, o sonho de ter as escrituras em língua Japonesa tornou-se realidade.

O clichê que produziu essa primeira edição dos sutras está exposto no Mosteiro Obaku em Quioto. Os Japoneses ensinam aos filhos que Tetsugen fez, ao todo, três edições dos sutras; e que as duas primeiras são invisíveis e muito superiores à terceira.

Contos Zen, daqui
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