Saturday, May 26, 2007

África fabulosa...


...cheia de luz e tons de terra quente, sons primordiais e riquezas infinitas, ou como foi definida num estudo europeu de 2003 um lugar "Pobre, instável, corrupto e violento"?
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Provavelmente qualquer das visões tem a sua razão de ser e a sua verdade, mas para mal de todo o continente africano e seus habitantes, as quatro palavras atrás são demasiado demasiado fieis à verdade.
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E tudo isto é a propósito do Dia de África:
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...25 de Maio, é celebrado o Dia de África, 44 anos após 32 chefes de Estado africanos, em Adis-Abeba, Etiópia, terem assinado a Carta da Unidade Africana e criado a Organização da Unidade Africana que teve um percurso tão atribulado como o continente Negro acabando por se reciclar em 2002 na actual União Africana. Continente admirado e temido a África continua à cabeça da lista de muitos paradoxos.
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Admirado e temido, fonte de inspiração de muitas paixões e ambições a África ainda faz medo ao Ocidente que lhe cola um conjunto de clichés alimentados por uma dura realidade.
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Pobre, instável, corrupto e violento foram os quatro primeiros adjectivos que definiam África num estudo elaborado na Europa em 2003, um triste quarteto que permanece em 2007.
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Para o mundo África tornou-se sinónimo de conflitos, territoriais e civis, onde o nome de muitos países é imediatamente associado à guerra: Chade, Sudão, Etiópia, Eritreia, Uganda, Somália, Congo, Costa do Marfim, mas também República Democrática do Congo, Marrocos e o conflito e o Sara Ocidental, Senegal com a Casamança, Guiné-Conacry, República Centro Africana, Angola em Cabinda, Zimbabué e o racismo anti-branco.
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Com base na defesa da estabilidade do país vários chefes de Estado africanos criaram engrenagens de inspiração democrática que sustentam o seu próprio poder provocando assim no continente uma concentração de ditadores ímpar no mundo, frequentemente legitimados através de simulacros de eleições reconhecidos pela maior parte dos estados democráticos que vêem nessas ditaduras uma estabilidade garantida aos seus investimentos.
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Com os índices dramáticos da incidência da SIDA e as razias do paludismo/malária (que provoca uma perda anual do PIB africano de 12 mil milhões de dólares) que atingem as maiores percentagens do planeta, agravado pela falta de organismos instituições próprias que desenvolvam reais programas de investigação destas doenças evitando a dependência total que África tem dos resultados laboratoriais do Ocidente. «Se o paludismo atingisse a Europa, certamente que uma vacina já tinha sido descoberta» lamentou um médico de Matadi, Republica Democrática do Congo.
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2 comments:

  1. africa minha !...sem mais palavras

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  2. Tenho Africa como um continente com algo de primordial e profundo, inesquecível...
    Bjs

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