Friday, December 30, 2011

o (bom) balanço de 2011



 um bravo e corajoso gatinho enfrentando duas temíveis maçãs...
:-)

Quer ver mais coisas deliciosas?

Ai,ó!
  

arte de rua - Banksy



[...] Ainda não foi este ano que o britânico revelou a sua identidade, mas em contrapartida deixou algumas pérolas por todo o mundo. A arte do homem de Bristol ultrapassou as ruas. A Igreja Católica é o seu novo alvo preferido. [...] a última de Banksy é o busto de um cardeal cuja cara está coberta de pequenos azulejos de casa de banho colados, como uma imagem distorcida. “Pecado do Cardeal”, assim se chama, é uma alusão aos escândalos sexuais da Igreja.


(veja e leia mais ...)


Monday, December 26, 2011

é bom estar com os amigos!






outro video absolutamente encantador:


http://www.youtube.com/watch?v=8LxPsfC4WJ8&feature=related


(e através dos comentários ficamos a saber que se trata de protectores de animais...)


:-)

Friday, December 23, 2011

Neste Natal...


Em tempo de festividades ...

muitos sentam-se para confraternizar, falam de paz e amor, e esquecem que a comida no prato a sua frente é uma refeição com crueldade.

que sentido tem falar de paz e amor nessas condições?!

Celebre sim, mas sem que outro ser perca a vida para isso!

e, desculpe lá, isso não só e possível como desejável, mais saudável, mais saboroso e se você gosta de respeitar as vidas alheias, mais de acordo com a sua convicção.







Pratique e divulgue a adopção responsável... 
e sempre que puder faça a diferença positiva na vida de um animal...

Para que não acabem como os da imagem

*
As fotos são da Igualdadeanimal.org mas estão tambem num excelente post do jornal defesa dos animais s/ a comemoração do Dia Internacional dos Direitos dos Animais:



Wednesday, December 21, 2011

E pensar que ele nem gostava de gatos!


Pois é, ele nem gostava de gatos...

mas um belo dia entrou a primeira gata na vida dele e as coisas mudaram 180º!
Abriu mão de quase tudo o que não esteja essencialmente associado ao bem estar dos numerosíssimos gatos que ajuda, e criou num rancho que foi aumentando até aos presentes 25acres -uma autentica cidade dos gatos.

e um prazer para olhos que gostem de gatos!


o texto abaixo é parte do texto que está aqui


blog que recomendo: excelente e com muita informação útil para quem faz protecção animal.

[...]
Mas, com seis gatos, as reclamações começaram com o proprietário do condomínio e os vizinhos. Eu sabia que tinha que procurar outro lugar para ir. Eles não estavam seguros na vizinhança.

Encontrei um de meus gatos machucado e outro foi mordido por um pitbull que eu sei que foi solto para esse fim. Algo precisava ser feito.

Eu não sabia o que fazer em primeiro lugar, assim eu construí um barracão no quintal do meu filho e vivi nele por um tempo. Então eu encontrei um anúncio de um corretor de imóveis oferecendo cinco acres em uma fazenda com árvores; financiada direto do proprietário, a baixo custo mensal... O problema era que ele estava 100 quilômetros a oeste de Jacksonville.

Saí para ver e adorei. Ao longo dos próximos meses, eu comprei mais cinco terrenos. Agora tenho 25 acres.
Limpei uma pequena área e comprei um trailer como um refúgio para meus gatos. Eu coloquei nele uma porta de animal de estimação e prateleiras acolchoadas para eles. Nessa época eu tinha 11 gatos. Eu tinha ficado com gatos abandonados e errantes da vizinhança e das áreas que eu trabalho como um empreiteiro. Eu tinha 22 gatos até a primavera de 2004.



Não tenho mais nenhum dos meus móveis antigos; itens materiais não são importantes para mim mais. Meus gatos me fizeram mais feliz do que nunca. Eles realmente são os melhores amigos que eu já tive.
Caboodle Fazenda agora é um santuário permanente para os gatos que têm sido chutados por pessoas sem coração. Há muitas histórias tristes entre todos os gatos que eu adotei. Alguns quase morreram de fome, alguns deles se encontravam feridos. Eu vi muitos fechados em jaulas durante meses em abrigos de animais e fiquei com alguns deles também.

Os gatos devem ser capazes de andar livremente, e em Caboodle Ranch, é o que eles fazem. Estamos no meio de 100 hectares de fauna. Os gatos me seguem através das trilhas naturais que eu coloquei e mantenho, sobem em árvores fortes que eu construí e se escondem em tocas escavadas no subsolo que tenho feito para eles.




Todos os gatos foram esterilizados ou castrados, todos as vacinas são atualizadas e eu mantenho as visitas regulares ao veterinário para cada um deles. Eu viajo a 250 milhas de ida e volta várias vezes por semana para trabalhar e voltar para manter um porto seguro para se viver. Cada um dos meus gastos saíram do meu próprio bolso e faço com muito pouco para que eu possa dar-lhes uma vida feliz, mas nem sempre é fácil.


Ofereça CaboodleRanch!


videos! :P

Tuesday, December 20, 2011

Cesaria Evora - Partida



Senhora de êxito profissional tardio mas nem por isso menos glorioso
o legado de Cesária permanecerá...


*link*

Uma menina que se mostrou tarde e bem, ao mundo.

um pouco sobre ela.




Sunday, December 18, 2011

Eduardo Galeano




   


De nuestros medos
nacen nuestros corajes
y en nuestras dudas
viven nuestras certezas.
Los sueños anuncian
otra realidad posible
y los delirios otra razón.
En los extravios
nos esperan hallazgos,
porque es preciso perderse
para volver a encontrarse.
Eduardo Galeano
(http://pensador.uol.com.br/autor/eduardo_galeano/)


*No vídeo (5:30) fala-se das loucas de Maio... tem do que se trata*



Saturday, December 17, 2011

Recursos para vítimas do tsunami usados para matar baleias?!





Nesse exato momento, a frota baleeira japonesa está indo rumo ao sul para caçar milhares de majestosas baleias, escoltada por uma força de segurança privada de $30 milhões pagos com fundos para alívio do desastre do tsunami! 

Defensores do movimento contra a caça de baleias conseguiram com sucesso bloquear essa atividade no Japão -- e é exatamente por isso que o governo japonês decidiu roubar recursos de ajuda humanitária para impedir os ativistas de atrapalharem os navios enquanto realizam esse brutal massacre.   

Se conseguirmos impedir a escolta da caça às baleias e levar os recursos de ajuda humanitária de volta para os cidadãos japoneses desesperados, que adoecem nos locais atingidos pela radiação, poderemos ajudar a acabar a caça às baleias de uma vez por todas. O primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, já está sob bastante pressão após fracassos escandalosos no que diz respeito à compensação de vítimas do desastre nuclear. Um protesto global massivo pode engatilhar uma revolta dentro e fora do Japão e forçar Noda a usar os preciosos fundos de ajuda para salvar pessoas, e não para matar baleias -- assine a petição e encaminhe para todos: 



A caça de baleias é astronomicamente cara, e só é possível graças aos absurdos subsídios do governo que chegam a $35,000 por baleia! Se estes subsídios forem cortados, a indústria pesqueira de baleias pode entrar em colapso. Agora o primeiro-ministro vai desperdiçar $30 milhões para fornecer segurança privada para os caçadores de baleia, e garantir que eles não sejam incomodados pelos ativistas ambientais no oceano. Com esse recurso adicional, o Japão planeja matar 1.000 baleias Minke para a venda de carne este ano.  

Oficiais dizem que os subsídios vão dar apoio às comunidades costeiras atingidas pelo tsunami -- e ao mesmo tempo, o Japão precisa estocar carne de baleia pois poucas pessoas desejam consumí-la. Enquanto isso, o governo negligencia as vítimas abandonadas em locais contaminados com radiação, e os poucos intitulados a receberem uma compensação ganharam apenas $1,000. 

Vamos pressionar o primeiro-ministro Noda a parar de ceder ao lobby baleeiro e começar a usar o dinheiro de ajuda humanitária nas pessoas que mais precisam: as vítimas -- assine a petição urgente agora e encaminhe para todos: 


No ano passado, nossa comunidade se uniu em grandes números e vencemos a guerra para manter a proibição de caça às baleias. E, no mês passado, 130.000 membros japoneses da Avaaz se uniram, pressionando o governo a usar os fundos de ajuda para proteger as crianças expostas à radiação financiando a evacuação de áreas de risco. Em todos esses momentos, nos damos conta de como poderosos grupos de lobby, como o da caça às baleias, colocam o lucro na frente das pessoas e do planeta. E em todos esses momentos nós os impedimos. Façamos isso mais uma vez

Com esperança e determinação, 

Stephanie, Jamie, Emma, Ricken, Morgan, Laura, Wissam, Wen-Hua e o resto da equipe da Avaaz 

Mais informações: 

Japão promove caça de baleias com verba do pós-tsunami, diz ONG (Folha de São Paulo)
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1017830-japao-promove-caca-de-baleias-com-verba-do-pos-tsunami-diz-ong.shtml 

Sea Shepherd articula ações para conter baleeiros japoneses (Terra)
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5511941-EI8143,00-Sea+Shepherd+articula+acoes+para+conter+baleeiros+japoneses.html 

Frota baleeira japonesa zarpa em direção à Antártica (AFP)
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5h0tQv-Ph3KPT7q01SmYm-I32AGmA?docId=CNG.9e7d3b25a6955b5b12f24ac57804771f.2c1 

Japão 'blinda' barcos de pesca na Antártida contra ação de ecologistas (G1)
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/12/japao-blinda-barcos-de-pesca-na-antartida-contra-acao-de-ecologistas.html 

EUA, Austrália, Nova Zelândia e Holanda "dececionados" com retoma da caça à baleia (RTP)
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?t=EUA-Australia-Nova-Zelandia-e-Holanda-dececionados-com-retoma-da-caca-a-baleia.rtp&article=509233&layout=10&visual=3&tm=7 

"Carta do Greenpeace Japão e outras 15 ONGs ao governo japonês" (em inglês)
http://www.greenpeace.org/japan/Global/japan/pdf/2011_Japanese_NGO_statement_for_departure_English.pdf 

Saturday, December 10, 2011

esse moço... sabia umas coisas!

Para que levar a vida tão a sério, se a vida é uma alucinante aventura da qual jamais sairemos vivos.
Bob Marley

Não viva para que a sua presença seja notada,
mas para que a sua falta seja sentida...
Bob Marley


Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais
Bob Marley


Não ligo que me olhem da cabeça aos pés..porque nunca farão minha cabeça e nunca chegarão aos meus pés
Bob Marley


(All Star Tribute/Bob Marley *Tracy Chapman canta Three Little Birds)


Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra.
Bob Marley


Os homens
pensam que possuem uma mente,
mas é a mente que os possui
Há pessoas que amam o poder,
e outras
que tem o poder de amar
Bob Marley


Sou louco porque vivo em um mundo que não merece minha lucidez
Bob Marley



As vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas… O tempo passa… e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais!
Bob Marley



Se choras por não ter visto o pôr do Sol, as lágrimas não te deixarão ver as estrelas.
Bob Marley



Thursday, December 08, 2011

Seven Seconds



Aquitem a letra traduzida



Wednesday, December 07, 2011

Real Men are Kind to Animals





animal resgatado pelo esquadrão contra o abuso animal - México




no que respeita à Causa Animal, Obama não tem sido tão coerente quanto esperado...



o actor Anthony Hopkins, vegetariano, defensor da causa animal, membro da Green Peace e... muito mais!




(veja aqui algumas das imagens em grande plano!)






O título diz tudo!

são muitas as historias
com aqueles que usam a força, a inteligência e a emoção para salvar e interagir com toda a espécie de animais.

Passando o cursor em cada imagem encontra um pequeno post com um resumo da história, por vezes o link.

Tem várias secções, desde pessoas famosas a salvamentos de emergência e outras situações.

Tuesday, December 06, 2011

onde se fala das que não são amadas (os)

...

...e na falta desse amor primeiro, mal processando tão dura prova, seguem a vida incapaz do mais básico e importante dos amores: a capacidade de se amar a si própria (o), raiz indispensável para igualmente bem-amar e gerir eficazmente os afectos externos a si.

Escolhi trechos que acho emblemáticos do artigo da Vanessa Tulesky, mas aconselho a leitura integral. 

(a perspectiva é astrológica, mas podia ser outra... aqui fala-se de almas feridas)
*
...


Em 1973, Saturno transitava por Câncer, ainda distante de formar contato tenso com Urano em Libra. Mas os antigos rivais/parceiros já estavam em campo se preparando para a batalha. Saturno em Câncer que, dentre outras coisas, pode falar do doloroso embate com os pais, ou da  profunda necessidade deles, beirando as raias da dependência. Saturno em Câncer, que pode ser a mãe extremada ou uma mãe extrema de qualquer tipo. Saturno em Câncer, tão sensível... Ou tão duro: as malhas conservadoras da ditadura na América Latina e, no restante mundo, de todas as inseguranças políticas. Saturno em Câncer que não quer chorar por fora, mas o faz por dentro... Mas Urano não deixará isto ocorrer sem colocar gigantescos holofotes. “Você não gosta de mim, mas sua filha gosta.”
Quase quarenta anos se passaram e Urano está no vibrante Áries, e Saturno, quem diria, em Libra.  Plutão - que em 1973, em Libra, formava quadratura com Saturno, dando um tom de suspense àquele ano devido à Guerra Fria - agora está em Capricórnio, com um novo suspense, desta vez ligado à ameaça de um colapso na economia. Escolha qual dos dois pratos tem mais pimenta: a Guerra Fria, com sua ameaça de destruição nuclear, ou o receio de um colapso na Economia Mundial. Em suma, para quem não é versado em Astrologia, os três planetas lentos estão ativando os mesmos signos que estavam há quarenta anos atrás, só que em posições trocadas. Isto cria uma ligação oculta entre aquele tempo e este de agora. Naquele tempo, quando o poder de Plutão e a rebeldia de Urano estavam contidos em um só signo (primeiro em Virgem e depois em Libra), os rebeldes estavam levando surras homéricas ao redor de toda a Terra. Mas agora, durante a quadratura entre os dois planetas (espécie de segundo round, quarenta anos depois), as coisas estão um pouco diferentes.
...
O que têm em comum estas quatro mulheres? Uma excruciante dor de amor, a funda ferida de uma rejeição: todas têm problemas com a mãe. Nenhuma se sentiu amada.
Estas mulheres falham em nome da mãe. Precisam cumprir a profecia de não serem dignas de serem amadas ou de serem felizes. Tiveram de engolir uma incontornável dificuldade e hostilidade neste relacionamento primário. Tentaram lutar contra isto à exaustão, e por isto se afundaram.
...

Enxuguem o excesso desta sensibilidade, parem de insistir no que é inútil. Descubram, por favor, a sua verdade, como Chico Buarque fez nos anos de chumbo, quando nunca escreveu recados tão eloquentes, que a grosseira artilharia da ditadura não conseguiu filtrar.
Meninas, dêem fim aos seus sofrimentos por sua própria conta, como quem rasga um papel de uma dívida infinita. Declarem sua independência, como tantos países fizeram sempre que acharam que era tempo de terem seus próprios governos. Não esperem que suas mães abram as portas de suas gaiolas e as levem brandamente para os seus ninhos.
Meninas (e meninos mal amados), há coisas que vocês só descobrirão por si mesmas, se ousarem fazer isto, o que requer coragem. A vida nunca disse que seria fácil, e tampouco segura. Saltem para fora de seus muros (sim, ele estava lá, mas vocês depois os reforçaram com mais tijolos de sofrimento, mágoa, culpa e autopiedade) e verão que não é difícil fazer isto e que não se tornarão meninas más, pois o sofrimento deixou uma pequena pérola em seus corações. Olhem para ela e dêem-na a quem a merece, principalmente a vocês mesmas.
Meninas queridas, preciso lhes dizer que bruxas não se transformam em fadas, a não ser em éons, e não há mais tempo para esperar por isto. Se vocês não tomarem uma atitude (e, se realmente procurarem, encontrarão um número enorme de ajudas e tratamentos, para todos os bolsos), ninguém fará isto por vocês.
...

(artigo de Vanessa Tuleski)

Sunday, December 04, 2011

Bat World Sanctuary





Neste pequeno vídeo podemos observar como os voluntários do Bat World Sanctuary alimentam e cuidam de um pequeníssimo morcego da fruta abandonado pela sua mãe. Um vídeo super amoroso até para aqueles que não acham muita piada a estes mamíferos alados.

A mãe de Lil’ Drac foi salva, após ter estado enclausurada num zoo. O stress da sua transferência, fez com que abandonasse o pobre morceguinho. Segundo os especialistas, não é algo incomum quando a mãe não se sente segura.

Felizmente, o Lil’Drac foi encontrado logo após ser abandonado e alimentado à mão pelos voluntários do Bat World Sanctuary.

Foi examinado, aquecido e confortado com um cotonete quente e húmido, para simular a língua da mãe. Depois, foi alimentado. Para isso, colocaram um pedacinho de esponja na sua boca e depois de o Lil’Drac a ter agarrado, foram-lhe deitadas gotinhas de leite adaptado para que ele pudesse mamar.
Os dias passaram, ele tornou-se mais forte e a sua personalidade começou a ser notória… Os voluntários aperceberam-se que o pequeno Lil’Drac gostava de se embalar depois de comer.
Cuidadosamente é escovado para o encorajar a tratar do seu próprio pêlo.
O Lil’Drac cresce e torna-se mais forte de dia para dia… E embala-se…

*
...e muito a propósito, o texto abaixo...

É que para quem ja teve o privilegio de despertar para isso, dar oportunidade e beneficiar uma vida -independente da espécie a que pertença ou de qualquer outra condição ou escala de valores... pode ser por si só uma das mais belas experiências que podemos ter nesta vida.

*


O tempo e as várias reflexões que tenho feito sobre a temática e sobre essa tão badalada pergunta, permitem-me chegar a várias conclusões.
Primeiro que tudo, não há voluntariado mais nem menos nobre, todas as formas de dádiva e de contribuição acarretam um si uma grande nobreza porque permitem fazer o bem, sem olhar a quem. Sem olhar se esse bem que estou a dar de forma livre e espontânea é para um humano ou para um animal.
Se todos fizessem voluntariado com crianças, quem ajudaria os idosos? Se todos ajudassem os idosos, quem faria voluntariado com as crianças? E se todos apenas fizessem voluntariado com crianças e idosos, quem olharia pelos milhares de animais abandonados todos os anos?


Somos nós que tornamos nobres as causas onde nos envolvemos pela forma como lutamos por elas. Se trabalharmos com respeito, honestidade, vontade e muito amor não há causas no voluntariado menos dignas!
Dizer que um animal é menos digno que uma pessoa para merecer que alguém gaste o seu tempo com ele prova que nós, humanos, andamos muito enganados em relação à natureza. A convivência com animais tem-me ensinado que são seres maravilhosos.
De forma errónea o ser humano assumiu a supremacia de todas as espécies, colocando-se numa espécie de pódio que não lhe pertence, julgando que por ser dotado de racionalidade se poderia superiorizar à natureza, tornando-se um semi-deus sobre todas as espécies e sobre toda a natureza.
Por vezes basta um evento natural (um tornado, um terramoto, etc.) para recordar e reduzir o ser-humano à sua posição na cadeia natural.


Por isso, julgar que o voluntariado com animais é menos digno que com humanos, é continuarmos a considerar que estamos acima das outras espécies e da própria natureza.
Se somos nós os seres racionais, porque fazemos e temos atitudes que me parecem desprovidas de qualquer racionalidade para com os animais e com a natureza? Não somos nós seres-humanos que abandonamos, maltratamos, ferimos, magoamos, deixamos morrer à fome tantos milhares de animais por ano?
O animal tem-nos provado a sua incrível capacidade de resistência, de tolerar a dor, as feridas, a fome e até mesmo as mudanças climáticas e naturais. Os animais são uns resistentes, por isso não me podem dizer que merecem menos ou não merecem de todo que alguém se dedique a ajudar de forma voluntária aqueles que o próprio ser-humano mal tratou ou abandonou.
Afinal, o que é ser voluntário afinal? Acredito que quanto mais damos, mais temos para dar. Este é o verdadeiro lema de um voluntário. É a capacidade de nos despojarmos do nosso próprio eu em prol dos seres que amamos. É dar e nunca ficar mais pobre, antes pelo contrário, é enriquecer em sorrisos, em felicidade, em bem-estar e dignidade no outro.
Ser voluntário é dar sem esperar nada em troca, esse nada que é tudo, porque a recompensa é tão grande quando vemos que conseguimos dar a outro ser a felicidade, uma vida melhor, um sorriso, um olhar de gratidão eterna e de comunhão, de paz, de amizade sincera sem esperar retorno.
Por isso, o que importa é servir uma causa nobre, seja ela qual for, onde quer que haja alguém a precisar!

(ambos textos a itálico vêm de: http://www.mundodosanimais.pt/)

Saturday, December 03, 2011

beagle freedom project


Todos os beagles são machos, com idades entre os 4 e os 7 anos. As suas vidas eram passadas em jaulas, uma por cada cão, em quartos de 10 cães cada. Nunca foram autorizados a socializarem entre si e nunca viram a luz do dia. Entre as experiências de laboratório para os quais estes animais eram usados, incluía-se a produção de novos produtos cosméticos.
O resgate foi levado a cabo pela Animal Rescue Media Education (ARME), em laboratórios de Espanha que encerraram as suas atividades, e os beagles ficaram ao cuidado de uma divisão da ARME, a Beagle Freedom Project. De um total de 72 cães resgatados, 32 deles já foram adotados na Europa.

(...leia mais...)




Thursday, December 01, 2011

Ups!



Falcão salvo da grelha de um carro

O condutor deste carro ficou em choque quando colidiu com um falcão, numa altura em que conduzia a aproximadamente 100 quilómetros por hora. No impacto, o falcão acabou por ficar preso na grelha do carro e como se pode ver na imagem em cima, a situação era tudo menos boa.

Falcão salvo da grelha de um carro

O condutor rapidamente se dirigiu a uma oficina para que os mecânicos o pudessem ajudar, e ficaram todos bastante admirados quando descobriram, contra todas as expectativas, que a ave ainda estava viva!

Falcão salvo da grelha de um carro

Os mecânicos procederam então à libertação cuidadosa, fazendo os possíveis para não ferir ainda mais o falcão.

Falcão salvo da grelha de um carro

Depois de libertado, o falcão estava naturalmente em choque e bastante perturbado para conseguir voar. Foi então levado ao veterinário para que pudesse recuperar.

Falcão salvo da grelha de um carro

Esta não era a primeira vez que os mecânicos se deparavam com aves presas em carros desta forma. Mas este falcão, além de ter sido a maior ave que viram neste tipo de incidente, era também a primeira ave que tinha sobrevivido.

Falcão salvo da grelha de um carro

O sortudo falcão recuperou totalmente e foi libertado na natureza. Esperamos que não se volte a aproximar muito de carros :)

Fonte: BBC

Saturday, November 26, 2011

HSUS



lindo logotipo! :-)

visite...


...as várias secções do site e, se puder, ajude

Monday, November 21, 2011

Factos...



Quando esta mais que provado tecnicamente que os modelos animais não servem eficazmente o propósito de testar produtos e medicamentos de uso humano, o que continua a legitimar essa prática abominável?!

*
PORQUE SOMOS CONTRA OS MODELOS ANIMAIS - O REDUCIONISMO COMO BASE DA FALIBILIDADE DOS MODELOS ANIMAIS
Além de indefensável sob o ponto de vista ético, uma vez que submete seres sencientes1ao sofrimento físico e psicológico (Singer, 1998; Regan, 2001), a vivissecção2 é uma prática que falha em pelo menos um critério fundamental para que seja considerada verdadeiramente científica: predictabilidade. Antes de tecer algumas considerações acerca das razões de ordem epistemológica subjacentes aos resultados pífios provenientes dos modelos animais, gostaria de remeter o leitor a alguns contextos e dados que ilustram a afirmação feita anteriormente.
No que diz respeito a medicamentos, por exemplo, apesar da enorme quantidade de cobaias mortos para supostamente assegurar a eficácia e testar os efeitos colaterais de novas drogas, Greek & Greek (2000, p.117) destacam que "segundo a organização Pharmaceutical Research and Manufacturers of America, apenas 1% dos novos medicamentos testados em laboratórios vão para o estágio clínico (em que são testados em voluntários humanos). Dos que chegam ao mercado, muitos apresentam sérios efeitos colaterais e riscos não previstos. "Uma revisão realizada pelo governo americano nas drogas lançadas entre 1976 e 1985 revelou que 51,5% delas ofereciam riscos não previstos nos testes" (Barnard & Kaufman, 1997, p.81). Greek & Greek (2000, p.58) destacam que, "a cada ano, dezenas de milhares de pessoas adoecem devido ao uso de fármacos legalmente vendidos. Archibald (2005) , que argumenta no mesmo sentido, afirma ainda que os efeitos colaterais de medicamentos prescritos estão entre as primeiras causas de mortes no Ocidente3. Ela cita o caso recente do Vioxx - um fármaco para combater a artrite - que foi retirado do mercado global em setembro de 2004, após ter causado 140.000 casos de ataques cardíacos e derrames somente nos EUA. O fármaco, quando testado em animais não-humanos, se mostrou seguro e até benéfico para o coração deles. Outro exemplo que merece destaque é o das terapias de reposição hormonal. Prescritas para milhões de mulheres, porque diminuíam o risco de doenças cardíacas e derrame em macacos, tais terapias aumentaram significativamente o risco dessas doenças em mulheres e ainda provocaram 20.000 casos de câncer de mama. Archibald cita diversos outros fármacos que matam4 e Greek & Greek (2003, p.112-115) também apresentam uma longa lista de medicamentos retirados do mercado, na Grã-Bretanha e EUA, por conta dos seus gravíssimos efeitos colaterais (que incluem morte). Eles destacam que as drogas listadas representam uma pequena parte da calamidade total. A lista completa é quase inumerável, dizem eles, uma vez que muitos problemas sequer foram relatados.
E por que razão tais drogas são ineficazes e até perigosas? Porque os dados provenientes de testes com animais não-humanos são caóticos e não confiáveis. Eis um exemplo emblemático: "pesquisadores escolheram 6 drogas com efeitos colaterais conhecidos em humanos. Os testes com animais corretamente previram 22 efeitos colaterais, mas incorretamente apresentaram 48 efeitos que não ocorriam em humanos. E mais, os testes em animais não previram 20 efeitos colaterais que ocorrem nos humanos. Portanto, os modelos animais erraram 68 vezes em 90. Assim, em 76% das vezes, os resultados provenientes de experimentos com animais estavam errados" (Lumley and Walker apudGreek & Greek, 2003, p.111)
O modelo animal é falho porque existem diferenças, entre nós e eles, na anatomia, na fisiologia, nas interações ambientais, nos tipos de alimentos ingeridos, etc, que resultam na não-correspondência na absorção, distribuição e metabolismo de substâncias. Ademais, as condições de laboratório são mais controladas do que na vida humana e as doses administradas aos animais podem ser muito maiores do que as prescritas aos humanos, em termos de peso corporal. Portanto, fora o fato de que as vias de inoculação de diferentes substâncias - se oral, anal, peritonial, vaginal, etc - podem exercer uma grande influência sobre o resultado dos testes, a dosagem pode ser também um fator crucial.
Fano (2000), por exemplo, destaca que muitos testes com animais ocorrem em condições (dosagens, métodos, etc) que não têm similaridade com a vida real. Em um experimento envolvendo o adoçante ciclamato, os animais receberam o equivalente humano a 552 garrafas de refrigerantes por dia. Em dois experimentos com tricloroetileno (usado como agente descafeinizante em café) os ratos receberam uma dose equivalente a 50 milhões de xícaras de café por dia. Isso pode falsificar os resultados de duas maneiras: pode envenenar as células e tecidos, tão severamente, a ponto de prevenir uma resposta carcinogênica que em outras condições poderia ocorrer; ou pode sobrecarregar, ou mudar, os processos metabólicos e causar uma resposta carcinogênica que poderia não ocorrer, conclui ela.
Além disso, a velocidade do metabolismo dos animais é variável. Animais de laboratório são em geral menores do que os humanos e, com isso, têm um metabolismo muito mais intenso. Dessa forma, eliminam toxinas mais rapidamente do que os humanos, o que pode impedir que os efeitos tóxicos apareçam, como observa Fano.
Apesar de os vivisseccionistas afirmarem que ratos e camundongos se constituem em bons modelos para estudar doenças e outras condições ou males que acometem os humanos, há expressivas diferenças entre eles e nós. Segundo Greek & Greek (2003, p.121), "ratos respiram obrigatoriamente pelo nariz, o que pode alterar a forma de entrada de uma substância pela corrente sanguínea; a placenta é consideravelmente mais porosa nos ratos do que na espécie humana; devido a diferenças na distribuição da microflora intestinal, eles são muito mais propensos a metabolizar um composto administrado oralmente em um metabólito ativo, ou tóxico; a secreção de ácido no interior do estômago deles é contínua, enquanto no dos humanos ela ocorre apenas em resposta à presença de alimentos, ou outros estímulos. Os ratos são ainda animais de hábito noturno, susceptíveis a doenças diferen tes das nossas, têm requerimentos nutricionais também diferentes e são incapazes de vomitar. Todas essas peculiaridades (anatômicas, fisiológicas, etc) afetam a absorção, a farmacocinética e o metabolismo de compostos, ou causam reações inesperadas com relação a um composto"5.
Muitas outras questões que afetam os dados provenientes de testes com animais não-humanos poderiam ser adicionadas aqui como, por exemplo, a influência do enriquecimento ambiental (veja artigo da New Scientist, (173[2333], 09 de mar.2002:11, intitulado "Home comfort for lab animals create problems for researchers"). Mas, afinal, que questões estariam no cerne de tais resultados caóticos?


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Os modelos animais são imprecisos porque se constituem numa prática imersa no paradigma mecanicista e, portanto, reducionista, que se tornou hegemônico em nossa cultura. Tal paradigma encontra-se também inextricavelmente associado a uma ética antropocêntrica e especista. A oposição sujeito-objeto, base da pretensa descrição objetiva da natureza, é outra dicotomia que está no cerne do corpus formal do conhecimento em nossa sociedade e também na experimentação animal. Nela, toma-se um animal como modelo de estudo, sendo este analisado segundo suas supostas capacidades de prever ou reproduzir um determinado fenômeno. Dentro do paradigma mecanicista isso faria sentido, pois tratar-se-ia de analisar, compreender, ou identificar, um determinado mecanismo para depois verificar de que forma aquele mecanismo (genético, fisiológico, metabólico, etc) poderia ser usado para predizer outro, o organismo a ser modelado. Ocorre que os fenômenos sociais e naturais são muito mais complexos do que postulam as premissas da visão mecanicista, o que torna esse paradigma inadequado ou, no mínimo, muito limitado para descrever tal gama de complexidade (veja Maturana, 2002; Capra, 1996; Brügger, 2004, p.63-120).
Capra (1996), por exemplo, argumenta que há três critérios fundamentais para uma descrição abrangente da natureza da vida: o padrão de organização (a configuração de relações que determinam as características essenciais do processo); a estrutura (a incorporação física do padrão de organização do sistema); e o processo (a atividade envolvida na incorporação contínua do padrão de organização do sistema). Nessa visão, todos os sistemas vivos são sistemas cognitivos e a cognição sempre implica a existência de uma rede autopoiética, ou seja, a característica básica de uma rede viva é que ela produz continuamente a si mesma, ela se autocria (veja também Maturana, 2002). Esse processo de autocriação também influi na capacidade de formar novas estruturas e novos padrões de comportamento.
Assim, embora haja muitas características comuns entre nós e os outros animais, diferenças microscópicas entre as nossas células e as deles podem levar a erros grosseiros. Todas as espécies - plantas e animais - seguem o mesmo design: são formados pelas mesmas unidades de DNA (A,T,C,G) que são juntadas no mesmo processo. Mas, enquanto o material genético é o mesmo, a composição, os arranjos são diferentes. Isso faz toda a diferença.
O seguinte contexto - que envolve a semelhança entre nós e os chimpanzés - demonstra de forma inequívoca a razão de rechaçarmos o argumento reducionista de que tais animais são excelentes modelos. Segundo Greek & Greek (2003, p.49-50), "se examinarmos os genes que codificam proteínas que atuam como enzimas, ou provêem a base para estrutura, ou movimento celular, a semelhança entre nós e os chimpanzés é maior do que 99%. A diferença está, portanto, não nos blocos de construção, mas na forma como eles são arranjados e comandados por genes reguladores que controlam o padrão e o crescimento. Assim, por exemplo, uma única diferença num aminoácido, entre primatas humanos e não-humanos, faz com que o HIV não se acople ao mesmo receptor celular em primatas não-humanos".
Essa é a "dialética" da natureza. E é exatamente o que argumenta Capra, no parágrafo anterior (veja também Brügger, 2004, p.125-128).
Assim, o elevado grau de correspondência genética que há entre nós e tais modelos (como primatas e roedores) só faz sentido, em termos de confiabilidade, dentro de uma visão reducionista de ciência. Os animais não-humanos não podem ser considerados como bons "modelos analógicos causais" (CAMs). Segundo os filósofos Hugh La-Follete e Niall Shanks (1996) um modelo analógico causal funciona da seguinte forma: X (o modelo) é semelhante a Y (o objeto a ser modelado) com relação às propriedades {a....e}. X tem a propriedade adicional f. Embora não observada em Y, supõe-se que Y também tenha a propriedade f. Então,se a droga Z causa a morte do modelo animal (por exemplo, a penicilina mata porquinhos da Índia), por analogia, matará os humanos (veja Greek & Greek, 2003, p.45). La-Follete e Shanks (1996) afirmam que "os modelos analógicos causais teriam q ue apresentar também características comuns; conexões causais entre as características; e ausência de disanalogias relevantes. E afirmam que a possibilidade de haver disanalogias causais relevantes destrói o argumento de que as pesquisas com animais têm importância direta para o estudo de fenômenos biológicos humanos. Isso acontece porque, até que sejam feitos testes com humanos, não há como saber se existem ou não disanalogias relevantes entre nós e o modelo animal estudado. E há fortes razões teóricas para esperar que existam disanalogias causais relevantes. Animais humanos e não-humanos foram submetidos a pressões evolutivas muito distintas. O fato de duas espécies terem propriedades funcionais biológicas semelhantes não nos dá razão para pensar que elas tenham mecanismos causais subjacentes semelhantes. Embora os humanos não sejam ´essencialmente´ diferentes dos ratos, ou tampouco formas de vida ´mais elevadas´, somos diferentes em termos de complexidade. Diferenças entre as espécies, ainda que pequenas, freqüentemente resultam em respostas radicalmente divergentes com relação a estímulos qualitativamente idênticos. Diferenças evolutivas nos sistemas biológicos de humanos e roedores, por exemplo, desencadeiam um efeito cascata que resulta em marcadas diferenças em importantes propriedades biomédicas entre as duas espécies".
Portanto, a presença de pequenas diferenças no nível celular, como prega a Teoria da Evolução, invalida as extrapolações entre as espécies.
Compreendemos de forma muito limitada a pujança autopoiética da natureza, mas queremos exercer domínio sobre ela. Penso que as questões aqui colocadas devam, portanto, fazer parte do debate sobre a eficácia dos modelos animais como ferramentas de ensino e pesquisa. Isso porque os profissionais que deles se utilizam são, em tese, cientistas e estão produzindo conhecimento, além de estarem formando uma legião de seguidores de seus preceitos cientificamente questionáveis.
Embora hoje não seja mais possível negar a influência dos fatores aqui apontados - os quais concertados entre si podem produzir uma realidade completamente nova e inesperada, com a qual o cientista tem que lidar - os fundamentos epistemológicos subjacentes a tais processos, ainda se constituem numa questão considerada excessivamente abstrata. Entretanto, a aceitação de que há uma interdependência entre variáveis que não podem ser isoladas e estudadas em separado, ou quantificadas em termos de influência, faz parte da essência do método científico - mesmo o mecanicista - ainda que em menor extensão. Essa é uma questão muito mais profunda e crucial do que pode parecer, pois implica compreender verdadeiramente que o conhecimento construído é sempre uma abstração no sentido rigoroso do termo. E que algumas abstrações, ou metáforas, são mais adequadas do que outras par a descrever determinadas realidades.
Dessa forma, salvo em casos nos quais os modelos animais tenham sido rigorosamente validados (mas isso implica a morte de milhões deles!), os dados corretos, aparentemente obtidos a partir de modelos animais, são, na verdade fruto da coincidência e do acaso, ou de pistas fornecidas por outros campos de pesquisa. Não refletem o resultado de uma empreitada verdadeiramente científica, uma vez que não implicam num conhecimento minucioso dos complexos mecanismos presentes nos processos estudados6. Tais acertos parecem refletir nada mais do que um pequeno percentual bem-sucedido de meras tentativas e, com isso, não diferem significativamente de outras situações como os índices de acerto em cestas de basquete, por exemplo, por parte de pessoas que não dominam tal esporte.
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Urge, portanto, que façamos uma reflexão criteriosa acerca da manutenção desse paradigma ancorado em valores antropocêntricos e especistas. Não é razoável afirmar que é impossível prescindir dos modelos animais quando não há um investimento sistemático (nem em educação, nem em pesquisa) no uso de alternativas, sejam elas técnicas substitutivas ou alternativas no sentido lato (como bancos de dados clínicos, epidemiológicos e outras fontes de informação).
Finalmente, vale dizer que as críticas aos modelos animais fazem parte de uma crítica maior que diz respeito às visões de saúde e doença presentes na medicina que se tornou hegemônica, baseada na intervenção e não na prevenção. Tal visão faz parte de um paradigma que privilegia as soluções "farmaco" e "tecno"-lógicas, como de resto é a ótica dominante em nossa cultura (exemplo emblemático é o tratamento/cura proposto para as "mudanças climáticas" ora em curso). E, mais uma vez, a falta de visão sistêmica jaz na base de todas essas questões.
Notas
1 Seres sencientes são aqueles capazes de experimentar prazer, dor, alegria e outras sensações e emoções.
2 O termo vivissecção tem o significado de "cortar vivo". É empregado para designar a realização de operações ou estudos em animais vivos para observação de determinados fenômenos.
3 As primeiras são: câncer, doenças do coração e derrame (acidentes vasculares cerebrais).
4 Alguns fármacos citados por Archibald são o Baycol, o Rezulin, Propulsid, Opren, Eraldin.
5 Há ainda diferenças importantes entre machos e fêmeas, e entre linhagens e resultados de diferentes instituições.
6 Como os chamados "laços de realimentação" e outros mecanismos que podem atuar de forma auto-referencial nos modelos propostos.
Bibliografia
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MATURANA, Humberto R.& VARELA, Francisco J.. A árvore do conhecimento - as bases biológicas da compreensão humana. 2ªed. Trad. Humberto Mariotti e Lia Diskin.São Paulo: Palas Athena, 2002.
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SINGER, Peter. Ética Prática. 2ª ed. Trad. Jefferson L. Camargo. São Paulo, Martins Fontes, 1998.
Publicado na Revista Pensata Animal em 16/12/2007:http://www.pensataanimal.net/artigos/45-paulabrugger/161-porque-somos-contra

(http://www.svb.org.br/2congressovegetarianobrasileiro/palestrantes/paula-brugger.html)

Paula Brügger - brugger@ccb.ufsc.br
Professora do Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina onde ministra as disciplinas "Biosfera, sustentabilidade e processos produtivos", "Meio Ambiente e desenvolvimento? e "Gestão da sustentabilidade na sociedade do conhecimento". É graduada em Ciências Biológicas com especialização em Hidroecologia, Mestra em Educação e Doutora em Ciências Humanas - "Sociedade e Meio Ambiente". Atua na defesa dos animais e do meio ambiente e auxiliou diversas vezes o Ministério Público Federal na luta contra projetos de pseudodesenvolvimento que promovem exclusão social e a destruição da natureza. É autora dos livros Educação ou adestramento ambiental?, em 3ª edição, e Amigo Animal ? reflexões interdisciplinares sobre educação e meio ambiente: animais, ética, dieta, saúde, paradigmas. Coordena o projeto de educação ambiental "Amigo Animal", oferecido para as escolas da rede municipal como tema transversal. É coordenadora do Departamento de Meio Ambiente da "Sociedade Vegetariana Brasileira" (SVB). Atua principalmente nos seguintes temas: educação ambiental; interdisciplinaridade e paradigmas de ciência; desenvolvimento sustentável; relação dos seres humanos com os outros animais como relação sociedade-natureza.