Tuesday, October 25, 2011

"Os (poucos) Animais Salvos na Tragédia de Ohio"


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2 de apenas 6 sobreviventes de um total de 56 animais...

Duas perguntas fundamentais para uma questão algo complexa:
Havia necessidade de atirar a matar?! 
Ou seria viável usar tranquilizantes adequados com competente supervisão veterinária?!

Descendo um pouco mais à raiz do problema:
É admissível permitir que particulares sem as indispensáveis condições logísticas e até de carácter tenham animais selvagens?!
Ou tal só deveria ser permitido a santuários e reservas naturais, rodeadas de todas as condiçoes necessárias de segurança para animais e pessoas?! 

* * * 
Os 56 animais estavam numa propriedade privada pertencente a um casal descrito como “apaixonados pelos animais”, embora com algumas histórias com as autoridades: Terry Thompson, de 62 anos, tinha sido libertado há 3 semanas após um ano de prisão por posse ilegal de armas e segundo amigos, o casal estava atualmente separado.

Segundo as autoridades, Terry Thompson abriu todas as jaulas da “coleção” de animais selvagens que possuía e de seguida cometeu suicídio. A esposa de Terry, Marian, apelou às autoridades para não abater os animais, sem sucesso.

Era Necessário Abater os Animais?

Pelo menos 49 dos 56 animais foram abatidos pelas autoridades, incluindo os 18 tigres-de-bengala. Um deles nunca foi encontrado, um macaco, que as autoridades suspeitam que terá sido morto por um dos outros animais que se soltaram. Os restantes seis animais, como já foi referido, foram os sobreviventes desta tragédia. Mas este abate de animais levantou uma série de questões, como a gestão do crescente número de animais exóticos mantidos em cativeiro nos EUA. As autoridades defenderam os abates por terem apenas cerca de uma hora até ao por do sol, após o qual não seria possível capturar os animais e proteger as pessoas. Levantou-se de imediato a questão de serem usados tranquilizantes em vez de balas, mas segundo o Xerife Matt Lutz, não tinham acesso imediato aos tranquilizantes. A maioria dos especialistas concordou que, naquele momento, o abate dos animais era a única opção disponível, até porque ao contrário do que se vê regularmente na televisão, os tranquilizantes não adormecem imediatamente os animais: demoram algum tempo a fazer efeito e, o impacto do disparo do tranquilizante, pode tornar o animal agressivo enquanto não adormece. Na verdade, o veterinário de um zoo local chegou mesmo a atingir um dos tigres com um tranquilizante, mas este começou a correr e a fugir, levando as autoridades a atingi-lo novamente, desta vez de forma mortal.

Um Problema de Leis

Luke Dollar, da Big Cats Conservation Initiative, alertou para o facto da discussão estar a focar-se no problema errado. Devia-se discutir urgentemente, não se as autoridades procederam bem ou mal em abater estes animais, mas sim a legislação que permite que pessoas como este casal, ter estes animais na sua posse. “Este era um incidente mais que previsível, logo que os Thompson compraram o primeiro tigre, depois um leão, e por aí fora. Com uma legislação apropriada podemos prevenir que isto alguma vez se repita” explicou Luke Dollar. Ohio é um dos oito estados norte americanos que não regulam a posse de animais exóticos, e um dos poucos estados que não requerem que os cidadãos obtenham uma licença de posse de animais selvagens. Por esse motivo, os Thompson não estavam numa situação ilegal ao possuírem este verdadeiro jardim zoológico. Ou pelo menos, tecnicamente. Na verdade, o casal foi acusado diversas vezes de maus tratos aos animais e houve inclusive tentativas de lhes confiscarem os animais.De acordo com um relatório recente da WWF, nos EUA existem cerca de cinco mil tigres em cativeiro. O mais impressionante neste número, é que na natureza se estimam existirem apenas pouco mais de três mil.
Os seis animais que sobreviveram desta situação; três leopardos, um urso jovem e dois macacos, foram abrigados pelo Columbus Zoo and Aquarium. De acordo com a porta voz do zoo, Patty Peters, os animais “serão guardados no zoo até que alguma decisão judicial ou outra resolução seja tomada”, acrescentando que estão “a cuidar deles neste momento, e talvez fiquem futuramente, mas legalmente estes animais ainda são propriedade das pessoas que os tinham”.
Apesar do suicídio de Terry Thompson, tanto a mulher como outros familiares podem ainda vir a reclamar a propriedade sobre estes animais, pelo que o futuro dos mesmos é, neste momento, incerto.



Mais informação (em inglês):
(matéria divulgada por mail)

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