Thursday, March 08, 2012

o mundo está mudando... imparavelmente!


Caros amigos,

Nesta manhã, 4 jornalistas ocidentais estão seguros em suas casas com suas famílias, mas os ecos do horror e heroísmo de Baba Amr ainda ressoam em seus ouvidos. Mais de 50 ativistas sírios, apoiados pela Avaaz, ofereceram-se para resgatar os jornalistas e dezenas de civis feridos da zona de risco do exército sírio. Muitos desses ativistas incríveis não sobreviveram à esta semana.

Abu Hanin é um desses heróis. Ele tem 26 anos, é um poeta, e quando sua comunidade precisou, Hanin assumiu a liderança para organizar os jornalistas-cidadãos que a Avaaz apoiou para ajudar as vozes dos sírios chegarem ao resto do mundo. O último contato com Abu Hanin foi na quinta-feira, quando as tropas do regime se aproximaram de sua localização. Ele leu seu último desejo e testamento para a equipe da Avaaz em Beirute, e nos contou onde enterrou os corpos dos dois jornalistas ocidentais mortos no bombardeio. Desde então, o bairro de Baba Amr onde ele vivia se tornou um buraco negro, e nós ainda não sabemos o seu destino.

É fácil se desesperar ao ver a Síria hoje, mas para honrar os mortos, temos que levar adiante a esperança de quem morreu com ela. Enquanto Baba Amr mergulhava em escuridão e o massacre se espalhava, os sírios tomaram às ruas -- mais uma vez -- por todo o país, em um protesto pacífico que mostrou uma coragem surpreendente.

Sua coragem é uma lição, o presente do povo sírio para o resto de nós. Porque no seu espírito, em sua coragem para enfrentar a pior escuridão que o nosso mundo tem para oferecer, um novo mundo está nascendo.

E, nesse novo mundo, o povo sírio não está sozinho. Milhões de nós de todas as nações os apoiaram diversas vezes desde o início de sua luta. Aproximadamente 75.000 de nós já doaram quase US$ 3 milhões para financiar movimentos populares e entregar equipamentos de comunicação de alta tecnologia para ajudá-los a contar suas histórias, bem como permitir que a equipe da Avaaz ajudasse a infiltrar mais de US$ 2 milhões em suprimentos médicos. Nós organizamos milhões de ações online para pressionar por um ato do Conselho de Segurança e da Liga Árabe e sanções de muitos países, e entregamos essas campanhas online em dezenas de demonstrações, campanhas na mídia e reuniões de alto nível com os líderes mundiais. Juntos, ajudamos a ganhar muitas dessas batalhas, inclusive ações sem precedentes da Liga Árabe, e sanções de petróleo impostas pela Europa.

Nossa equipe em Beirute também forneceu um precioso ponto central de comunicação para corajosos e habilidosos ativistas coordenarem as operações de infiltração complexas e o resgate dos feridos e de jornalistas. A Avaaz não chefiou essas atividades, mas facilitou, apoiou e aconselhou. Nós também estabelecemos esconderijos para os ativistas, e apoiamos a divulgação e envolvimento diplomático do Conselho Nacional da Síria - o corpo representativo do incipiente movimento de oposição política. Muitos dos meios de comunicação mais importantes do mundo cobriram o trabalho da Avaaz de ajuda ao povo sírio, incluindo matérias na BBC, CNN, El Pais, TIME, The Guardian, Der Spiegel, AFP, G1, e muitos mais, citando o nosso "papel central" no movimento de protesto pacífico sírio.

Hoje, mais uma dúzia de pesadelos como os que visitam a cidade de Homs estão se desdobrando na Síria. A situação vai piorar antes de ficar melhor. Será sangrento e complicado, e na medida em que alguns manifestantes pegarem em armas para se defenderem, a linha entre o certo e o errado vai ficar ainda mais tênue. Mas o regime brutal do presidente Assad cairá e haverá paz, eleições, e prestação de contas. O povo sírio simplesmente não vai parar até que isso aconteça - e pode acontecer mais cedo do que todos nós pensamos.

No início, cada especialista nos dizia que uma revolta na Síria era impensável. Mas, de qualquer maneira, enviamos enormes quantidades de equipamentos de comunicação por satélite. Porque a nossa comunidade sabe algo que os especialistas e os cínicos não sabem -- que o poder do povo e um novo espírito de cidadania estão varrendo nosso mundo hoje, que o povo é destemido e imparável, e este espírito vai levar esperança para os lugares mais sombrios. Marie Colvin, uma jornalista americana que cobria a violência em Homs, disse à Avaaz antes de morrer: "Eu não vou deixar essas pessoas". E nem nós.

Com admiração e esperança pelo povo sírio e os cidadãos corajosos em todos os lugares,

Ricken, Wissam, Stephanie, Alice, David, Antonia, Will, Sam, Emma, ​​Wen-Hua, Veronique e toda a equipe Avaaz

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