Monday, April 23, 2012

Animais -atras dos bastidores...


O “argumento” é simples: um cachorrinho está aflito na piscina sem conseguir sair e a mãe do pequeno, num ato heroico, salta para dentro de água e salva o filhote.
Esta é a parte em que soltamos um suspiro de admiração pelo gesto e começamos a partilhar o link para os nossos contactos.
Mas chega o momento de nos perguntarmos: ok, a mãe salvou o cachorrinho, mas o que estava ele a fazer dentro de água? Como foi lá parar? As pessoas que se ouvem no vídeo (até a rir!) não ajudam? E quem estava a filmar, não podia largar a câmera e dar uma mão? Já agora, como é que estava no sítio certo e com o melhor ângulo para filmar o salvamento do início ao fim?
Muitas questões para uma resposta simples: foi encenado. Vamos olhar com atenção
...
O que temos ali no meio? Um splash na água. Partindo do princípio que o pequeno não voa e também não cai do céu, resta ter sido atirado para a água. A mãe já se encontra a olhar naquela direção, como se soubesse que o cachorrinho ia cair ali dentro. E quem filmou sabia como a mãe ia reagir quando visse que o seu filhote estava (outra vez) em apuros.

Num ápice, o heroico salvamento continua a sê-lo, mas quem montou o cenário deveria estar coberto de vergonha. Quantas vezes foi o pequeno atirado para a água? Quantas vezes foi a mãe salvar o filhote para divertimento dos presentes?
A verdade é que o vídeo tem um propósito. O “argumento” da mãe a salvar o filhote é perfeito para alimentar uma audiência vasta e para tornar o vídeo viral – não é ao acaso que, no momento em que escrevo este texto, já tenha 1 398 974 de visualizações.
A quantidade de visualizações e partilhas também não são apenas números para encher um ego, também enchem uma conta bancária. É um negócio. É rentável em publicidade, em subscrições, em merchandising, na verdade um vídeo pode ser rentável de mil e uma formas dependendo da estratégia de marketing que for aplicada.

Uma importantissima questao levantada por Carlos Gandarra
Como pano de fundo, a questao do uso (e abuso...) do ser humano sobre os outros seres
Ou, afinal, uma questao de especismo

Leia artigo completo:

 

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