Saturday, May 13, 2006

Para que serve a lógica?



A lógica aplicada ao auto-conhecimento...

Boa ideia, não esquecendo que para todo o auto-conhecimento é indispensável desenvolver, e bem, a (recentemente muito badalada) inteligência emocional *

diz Flávio Gikovate:

Ainda me surpreendo quando penso mais seriamente sobre a condição humana e sobre a maneira como a maioria das pessoas a encara. Acreditam que o uso de palavras pode resolver alguma coisa, ao mesmo tempo em que ficam calmos e apaziguados quando são capazes de definir uma situação ou um anseio por uma palavra específica. Muitas são as pessoas capazes de ficar mais serenas porque sabem o nome da sua “doença”; elas estão sempre preocupadas em saber se determinada atitude é “normal” ou “anormal” e se ficam cientes de que é “normal”, já estão reasseguradas.

Assim também a maioria das pessoas sonha com um estado que se costuma chamar de liberdade, sem ao menos se preocupar em saber que estado é este e, principalmente, como se chega lá. Por simplicidade acreditam que o homem será livre quando uma dada sociedade se constituir e a ele atribuir tal condição de poder fazer tudo o que tiver “vontade”; não é fácil se perceber que este dia jamais chegará e que as coisas não são tão fáceis assim, tanto do ponto de vista social como do individual. E mais: tal crença que supervaloriza os poderes do “social” sem os explicar direito, pode estar a serviço de levar uma pessoa a abandonar a introspecção - percebida como “inútil” - condição muito atraente porque o se conhecer é doloroso.

Além de doloroso, o autoconhecimento é extremamente difícil, porque é um processo racional no qual temos que entender como funciona nossa própria razão. Numa metáfora ao gosto dos tempos atuais, é como se um computador tivesse que aprender a maneira de como foi construído, coisa que tem que correr em paralelo com sua utilização cotidiana. Muito pouco ainda sabemos sobre este processo fantástico - e, em muitos aspectos mágico - que consiste no funcionamento das células cerebrais capaz de gerar pensamentos.

É como se este sistema, extremamente sensível, fosse capaz de registrar sensações - que são guardadas, através do que se chama de memória, uma coisa por si só absolutamente assombrosa - captadas pelos órgãos dos sentidos (a partir deles são recebidas “informações” do meio exterior). Através do sistema nervoso periférico chegam “informações” do próprio organismo.

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