Monday, April 25, 2005

Prostituição, ou as mulheres invisíveis…


Natália Correia

À parte a ousadia da poetisa Natália Correia, que no regresso tardio a casa das tertúlias intelectuais, conversava com as prostitutas que encontrava e as chamava de "deusas do sexo" ao mesmo tempo que as exortava a recusarem com altivez os estigmas sociais; a prostituição tem de modo geral uma carga social extremamente negativa e hipócrita, as suas executantes são olhadas na melhor das hipóteses como vítimas sociais mas dificilmente como pessoas em toda a sua dimensão, ou são simplesmente ignoradas com o mesmo olhar vazio com que nos cruzamos pelos sem-abrigo que dormem nas entradas das lojas, depois de fecharem...

Sempre foi um tabu dos mais incomodativos nas implicações morais, económicas, religiosas… seja a prostituição de rua onde porventura se encontram os exemplos mais óbvios dessa vitimização social, seja a prostituição de “luxo”, ou a vivida no emaranhado tenebroso dos lobbyes de tráfico humano, seja vivida no masculino ou no feminino ou ainda a virtual, mais ligth quanto riscos vários…seja com seus praticantes beneficiando das novas tecnologias para apoiar o “negócio”; tem sempre algures um desvio da independência, da liberdade e da integridade desejável.

Ainda assim há quem se mova no meio com alguma independência de espírito e iniciativa, que permitirá, espero bem, criar condições para vôos por outros horizontes…

Como a protagonista desta reportagem de Pedro Doria ( A mais amada garota de programa ), que li recentemente e á semelhança de outras no género que tenho lido, retratam um novo tipo de postura menos propensa ao papel de vítima

E de Alexandre Cruz de Almeida, reportagem sobre prostituição na internet

Depois das duas reportagens precedentes de terras Brasileiras, Sobreviver dia a dia a mesma realidade, em São Tomé e Príncipe
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