Tuesday, February 28, 2006

Duas Mulheres de Coragem e Sorte: Waris Dirie e Mukhtar Mai


Waris Dirie é hoje uma activista e criou a sua propria Fundação

«Após "Flor no deserto", em que a top model Waris Dirie contava a sua vida na Somália, onde nasceu, numa aldeia Tradicional, e onde foi vitima dos bárbaros costumes, que ainda hoje assombram a vida de milhares de mulheres, antes de fugir para os Estados Unidos, como acto desesperado de libertação, surge ainda mais uma obra que relata o seu regresso ao país onde nasceu e que demostra a inabalável confirmação do quanto se pode amar um país sem que todavia aceitem todas as suas regras e tradição.»

Aurora no Deserto de Waris Dirie

Notícias sobre Waris Dirie e a questão da excisão.

Mais notícias.

E em Portugal, quem diria...

*
Mukhtar Mai
ou a incrível conduta da Onu...
[...]
A ONU, guardiã e defensora dessa declaração universal, decidiu que lá Mai tem que se calar. Entre dar voz a uma vítima de grave violação dos direitos humanos ou a mais um burocrata de ocasião, ficou com a segunda opção.
[...]
O nome e a história de Mai correram mundo e continuarão correndo nos próximos anos. Ela virou um símbolo da luta contra a barbárie, pelos direitos humanos, contra a violência contra a mulher. É admirada, respeitada e apoiada. Tudo o que aconteceu a ela seria mais um caso de abuso contra a mulher num lugar remoto, tolerado pelo mundo com a desculpa de que essa é a cultura local ou essa é a lei religiosa, não fosse sua determinação de não se calar.
*
Numa entrevista à CNN, Mai disse, numa vozinha baixa e tímida, uma mensagem de extraordinário poder: “Eu tenho uma mensagem para as mulheres do mundo, todas as mulheres que foram estupradas ou foram vítimas de violência. É preciso falar sobre o que houve, e lutar por Justiça.” Parece simples e fácil, mas para todas as vítimas de violência sexual este é o passo mais difícil: falar sobre o crime e expor a humilhação de que foi vítima.
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Razões para viver


o autor de Razões para viver , e o quadrúpede Negão

Descaradamente roubado daqui. Porque achei Lindo.

Para saborear a arte de quem sabe contar uma história e também para reflectir...

Eu era amigo do Hominho, que se chamava Anselmo. Ele era filho de dona Alta, que se chamava Altamira. Ela era amiga da minha mãe, em Baixo Guandu, a cidade plana, quente, de ruas longas e retas na ponta do triângulo formado pelo encontro dos rios Doce e Guandu. As duas eram da Congregação Mariana e usavam véu preto quando entravam na igreja. Com a diferença de que minha mãe usava roupas coloridas, vestidos brancos com bolinhas azuis, saias vermelhas e blusas cor de creme. Dona Alta, para lembrar o marido morto, usava preto e duas alianças grossas no dedo anelar da mão esquerda.


Hominho e eu, a gente tinha oito anos, mas ele era mais baixo. E também era mais ágil e mais veloz para subir em árvores, atravessar rio, correr pelas ruas quando alguém, mais alto ou mais velho, corria atrás de nós. Eu tinha duas cachorras, a Mimosa e a Malvina. Na casa da dona Alta só tinha galinhas e porcos.

E eu estava lá, na casa dela, esperando a hora certa da minha mãe e dona Alta apanharem os véus, os missais e os terços, e saírem pra Igreja. Era em momentos assim que Hominho e eu cometíamos o nosso pecado preferido: caçar lagarta-fogo debaixo do clube, um casarão com a porta principal virada para a praça e os fundos com pernas compridas enfiadas nas águas do rio. O lugar era a nossa piscina, sendo as vigas de madeira entre as pilastras os nossos trampolins. E era também um bestiário, com lagartas, marimbondos violentos, borboletas amarelas, ninhos de passarinhos.

Mas na hora de sair, dona Alta ouviu o ruído no quarto dela. Vinha de algum lugar, era fino, insistente, como um coro de recém-nascidos à procura da mãe. Ninguém mais ouvia, só ela. Por isso, todo o mundo se amontoou no quarto, em silêncio, até que Hominho desse o alerta:

-Ouvi! Ouvi! É no guarda-roupa!

Dona Alta abriu a porta do armário grande, de madeira brilhosa. Tirou casacos guardados em sacos de plástico com naftalina, tirou cobertores grossos, tirou caixas, embrulhos e pacotes. Aí, gritou:

-Ah, meu Deus! É rato!

Hominho e eu pulamos na frente das mães. Passamos entre as pernas agitadas delas e olhamos para dentro do guarda-roupa. No canto, quatro filhotes, menores que dedos, com peles tão finas e sangüíneas quanto lábios de gente muito branca, tão delicados e ingênuos quanto olhos de crianças, procuravam a mãe, que tentava fugir com eles pela boca.

Dona Alta voltou para o quarto com uma vassoura grande, de cabo comprido. Mas minha mãe pediu:

-Vamos embora, Alta. A missa já deve ter começado.

E ficamos nós dois com a incumbência de dar sumiço nos bichos do guarda-roupa. Dona Alta explicou, palavra por palavra:

-Não presta, não serve pra nada, é horrível saber que isso existe. Mata e joga fora.

E ainda explicou:

-As roupas e as caixas, pode deixar. Quando eu voltar da missa, vou limpar o guarda-roupa com álcool para depois arrumar tudo outra vez.

Quando as duas mães saíram para rezar, com os véus, os missais e os terços, Hominho e eu nos agachamos em frente da porta do armário. Os ratinhos se espreguiçavam, esticavam as pernas e os braços, enrugavam as caras, apertavam os olhos pequenos, como se viver fosse atravessar a nado um rio largo, caudaloso e bravo. Com uma força magnífica, abriam as bocas à procura das tetas da mãe.

-Vamos levar eles embora?

Fui eu que tive a idéia.

-Mas a mãe falou pra matar e jogar fora.

-A gente não mata. Só joga fora.

E aí tiramos os sapatos pretos de dentro da caixa. Agarramos a mãe pelas patas, abraçamos os filhotes nas mãos e guardamos a família inteira debaixo da tampa de papelão.O sol estava bravo quando pegamos uma das ruas muito retas de Baixo Guandu. Atravessamos a praça, descemos a ribanceira ao lado do clube e chegamos, então, no nosso esconderijo com piscina, trampolim e bestiário.

Lá, abrimos a caixa e soltamos a mãe com seus filhotes. Ela cheirou a viga com aflição, rodou sobre o próprio corpo várias vezes, arrastou o rabo na madeira e voltou para os quatros filhos miúdos, quase invisíveis, quase como orvalhos cor-de-rosa vivo. Depois, fomos para casa, pusemos os sapatos de volta no lugar certo e saímos para outro grande pecado, que era o de ir até o cercado da prefeitura para futucar os cavalos, que reagiam com coices bravos.

Por qualquer razão, talvez até falta de tempo, ou coisa mais banal, ou motivo mais sério ainda por entender, nunca mais voltei a Baixo Guandu. Só me lembro do delta das águas, do calor, das ruas muito retas e entrecruzadas. Lembro também dos véus, dos missais e do sino da igreja. E me lembro de 30 anos depois, quando minha mãe me perguntou, como quem, subitamente, puxa pela memória a notícia que já era para ter sido dada há mais tempo:

-Sabe o Hominho?

Olhei para ela, sentada na sombra da castanheira na beira da praia. Os olhos da minha mãe brilhavam. A boca se preparava para anunciar a tragédia. Eu ainda estava em silêncio, na observação desse desenho materno, quando ela completou a frase:

-Se matou.

Esperou que eu reagisse. E continuou:

-Tem uns dois anos já. Encontrei a dona Alta e ela me disse.

Então eu me remexi por dentro para querer saber as razões para se matar.

-Coitado, não agüentou. Tinha dívidas enormes, a mulher dele foi embora com os filhos. Chegou um dia em casa e deu um tiro nas têmporas. Que horror, meu Deus.

Pensei nele. E aí lembrei também que Hominho era capaz de atravessar, como ninguém, o encontro do Guandu com o rio Doce. Que sabia subir, sem escorregar, as pedreiras do morro atrás da serralheria. E que sabia levar ninho de passarinho de um lugar para outro sem machucar os ovos.

Mas foi então que voltou a voz da dona Alta, quando saía de casa, amarrada no luto, presa ao missal. Foi ela quem disse:

-Não presta, não serve pra nada, é horrível saber que isso existe. Mata e joga fora.
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Monday, February 27, 2006

corpo e consciencia


António e Hanna Damásio

Encontrei esse tema interessante aqui, sobre a fina divisão matéria versus localização da consciência...

Num tom mais académico, tambem os cientistas António e Hanna Damásio, se dedicam ao tema

O físico Erwin Schrödinger, no epílogo do seu livro "O Que é a Vida?", fez uma inferência interessante, a partir de um postulado simples: "EU sou a pessoa - se é que existe alguma - que controla o movimento dos átomos, de acordo com as Leis da Natureza." Sim, porque você não é a soma de seus átomos (em apenas um ano 98% de seus átomos são trocados por outros!) e, assim, também não pode ser seu cérebro. Acreditava-se também que o cérebro funcionasse como a CPU (processador) dos computadores, de forma rígida e mecanicista, mas ele também é inteligente, no sentido de procurar rotas neuronais alternativas para cumprir a função que ficou prejudicada, e novos neurônios estão nascendo o tempo todo, ao contrário do que acreditavam os cientistas até alguns anos atrás. Aliás, sobre esse assunto, quando o escritor espiritual (e ex-médico) André Luiz nos fala da estreita relação existente entre os neurônios e o perispírito no livro "Evolução em dois mundos" cap. IX, ele escreve algo que pode ser interpretado dubiamente: "Os neurônios nascem e se renovam, milhões de vezes, no plano físico e no plano extrafísico, na estruturação de cérebros experimentais, com mais vivos e mais amplos ingredientes do corpo espiritual, quando em função nos tecidos físicos, até que se ergam em unidades morfológicas definitivas do sistema nervoso". Estaria ele falando da gênese de um sistema nervoso definitivo, ou da contínua evolução de suas unidades no decorrer da vida? Gostaria que estudiosos desse de André Luiz colaborassem nesse tópico.

leia mais
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Sunday, February 26, 2006

Palavras de Doris Lessing - 3 histórias


imagem
[...]
Onde ela ficava melhor era sentada na cama, olhando para fora. As suas duas patas de cor creme e ligeiramente riscadas, ficavam direitas lado a lado, com as extremidades prateadas. As orelhas, levemente franjeadas de um branco que parecia prata, levantavam-se e mexiam-se, para trás, para diante, ouvindo e sentindo. O focinho virava-se, um pouco, a cada nova sensação, alerta. A cauda mexia, noutra dimensão, como se a ponta estivesse captando mensagens que os seus outros orgãos não captavam. Ela sentava-se composta, luminosa, olhando, ouvindo, sentindo, cheirando, respirando, toda ela, pêlo, bigodes, orelhas - tudo numa vibração delicada.

Se um peixe é o movimento da água corporizado, tornado forma, então esta gata é um diagrama e um padrão de ar subtil.

Oh gata; dizia eu, ou entoava: gata boniiiita! Gata deliciosa! Gata exótica! Gata acetinada! Gata com macieza de mocho, gata com patas de mariposa, gata jóia preciosa, gata milagrosa! Gata, gata, gata, gata.

Primeiro, ela ignorava-me; depois virava a cabeça, sedosamente arrogante, e semicerrava os olhos a cada nome de louvor, um de cada vez. E depois, quando eu acabava, bocejava, deliberadamente, afectada, mostrando uma boca de um rosa de gelado e uma língua curva e rosada.

Ou, deliberadamente, agachava-se e fascinava-me com os olhos. Eu olhava para eles, desenhados a lápis preto na sua forma amendoada, com outro traço em volta de cor creme. Sob cada olho. uma pincelada escura. Verdes, olhos verdes; mas na sombra, de um dourado escuro - uma gata de olhos escuros. Mas na luz, verdes, um esmeralda fresco e claro. Atrás dos globos transparentes dos olhos, pedaços de asa de borboleta com filamentos brilhantes. Asas como jóias - a essência de asa.
[...]
Nos olhos da gata cinzenta jazia o resplendor verde da asa duma borboleta de jade, como se um artista tivesse dito: o que pode ser tão gracioso, tão delicado como um gato? O que pode ser mais naturalmente criatura do ar? que ser aéreo tem afinidade com o gato? A borboleta, a borboleta, evidentemente! E ali no fundo dos olhos da gata jaz este pensamento, apenas sugerido, com um semi-riso; escondido atrás da franja das pestanas, atrás da fina pálpebra interior e das evasões da coqueteria felina.

Gata cinzenta, perfeita, refinada, uma rainha; gata cinzenta com suas insinuações de leopardo e cobra; sugestões de borboleta e mocho, uma miniatura de leão com garras de aço para matar, gata cinzenta cheia de segredos, afinidades, mistérios - gata cinzenta, com dezoito meses de idade, uma jovem matrona na flor da vida
[...]
***


imagem daí -site de protecção

[...]
Gatinhos. Uma criatura viva na sua membrana transparente, rodeada pela imundíce do seu nascimento. Dez minutos mais tarde, húmido mas limpo, já mamando. Dez dias depois, uma migalha de olhos macios e nebulosos, a boca abrindo-se num silvo de corajoso desafio à enorme ameaça que sente debruçada sobre ele. Nesta altura, em vida selvagem, confirmaria a sua selvejaria, tornando-se um gato selvagem. Mas não, uma mão humana toca-o, um cheiro humano envolve-o, uma voz humana sossega-o. Depressa sai do ninho, confiante que as gigantescas criaturas à sua volta não lhe farão mal. Cambaleia, depois anda, depois corre a casa toda. Acocora-se no caixote de areia, lambe-se, sorve leite, depois agarra-se a um osso de coelho, defende-o contra o resto da ninhada. Gatinho encantador, Gatinho bonito, lindo fofinho pequenino delicioso bichinho - e vai-se embora. E sua personalidade será formada pela sua nova casa, pelo novo dono
[...]


***


daqui
[...]
Quando gata preta dormita, olhos semi fechados, torna-se no que realmente é: o seu ser verdadeiro sem a devoção atarefada a que a maternidade a obriga. Pequeno animal sólido e macio, sentada, uma gata preta , preta com o seu nobre perfil, curvo e distante.
Gato das Sombras! Gato plutónico! Gato de alquimista! Gato da meia noite!
Mas gata preta não está hoje interessada em cumprimentos, não quer ser incomodada. Faço-lhe festas, ela arqueia levemente as costas. Solta um meio ronrom, num agradecimento polido ao alienígena, volta a olhar para o mundo escondido atrás dos seus olhos amarelos.
[...]

Extractos do livro da escritora Doris Lessing *'Gatos e Mais Gatos'

*Doris Lessing é uma autora com um número extenso de livros publicados, muitos de ficção científica.

'Gatos e mais gatos' (trad. portuguesa) conta a historia de alguns gatos que ela conheceu...
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Saturday, February 25, 2006

Thursday, February 23, 2006

A luta continua...


pelosanimais.org.pt
Decorre a campanha “Cães Sem Correntes”

Repasso algum texto elucidativo do tema e podem ver a totalidade aqui

Essencialmente, acreditamos que a melhoria das condições de vida dos animais em Portugal passa por uma mudança de mentalidades. O processo de sensibilização e informação da comunidade é um processo moroso, é verdade. Os resultados muitas vezes só se vêem a médio ou longo prazo, mas é urgente dar-se o primeiro passo nesse sentido. Foi com esta ideia em mente que desenvolvemos esta campanha.
[...]
A maioria destes cães vive toda a sua vida na extremidade de uma corrente, dia após dia, mês após mês, ano após ano... A maioria destes cães nunca passeou, nunca teve o prazer de saber o que é brincar, e muito menos sabe o que é ser acarinhado. Acorrentados pelo pescoço, estes pobres animais não vivem, simplesmente existem. Existem sem respeito, sem carinho, sem exercício, sem interacção social e, por vezes, sem os cuidados alimentares básicos. À medida que os dias se transformam em anos, a maioria destes cães deita-se, senta-se, dorme, come, bebe, urina e defeca dentro do mesmo raio de dois metros...
Em muitos casos, o pescoço de um cão acorrentado fica em carne viva e coberto de feridas, não só porque o tamanho da coleira não é adequado ao tamanho do pescoço (a coleira original já era demasiado apertada ou o animal foi crescendo e a coleira não "acompanhou esse crescimento), mas também porque o cão está permanentemente a tentar forçar ao máximo a corrente para escapar da reclusão a que foi submetido. Não em raros casos, a coleira acaba mesmo por se incorporar no pescoço do animal, acabando por apodrecer essa zona. São casos muito tristes, mas muito reais...

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Porquê Envolver-me?
Muitas pessoas que gostam de animais e vivem perto de cães acorrentados ou confinados a uma varanda, por exemplo, nuncam tentaram melhorar a situação. Ou porque simplesmente não se querem envolver, ou porque têm receio de um confronto directo com a pessoa que mantém o animal naquelas condições. Contudo, pela vida do animal, é urgente que se envolvam! É urgente que se envolvam porque nós, como comunidade, temos de fazer passar a mensagem de que manter-se um animal acorrentado é inaceitável. Porquê? Para além da óbvia crueldade, acorrentar um cão não só é mau para o animal, como poderá resultar num ambiente bastante perigoso para as pessoas da zona, especialmente crianças. Um cão continuamente acorrentado e isolado no exterior tende a transformar-se num animal ansioso, neurótico, territorial e inclusive agressivo.
Cabe-nos a nós (cidadãos, vizinhos, conhecidos, etc.) informar e sensibilizar as pessoas que mantêm um cão acorrentado ou permanentemente confinado a um espaço exíguo. A vida de muitos cães mudou radicalmente simplesmente porque alguém se preocupou o suficiente para intervir. A sua intervenção e preocupação podem ajudar a mudar para melhor a vida desse animal.


...leia mais sobre legislação, abordagem de casos, etc

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Publicidade!

Vídeos muito interessantes sobre vários temas. Se ligar as colunas melhor

respeito à diferença

Eu tinha que gostar deste...

jobs...

mais um

Veja todos aqui
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Sunday, February 19, 2006

Caminhar


Kathleen Tessaro

Há qualquer coisa numa mulher que avança lentamente no meio do trânsito na hora de ponta. Tudo, toda a gente muda. E descubro que andar lentamente é uma das coisas mais poderosas que podemos fazer. É diferente de ser enferma ou deprimida. O vestido assegura-se de que estou direita, dá-me um ar de dignidade altiva, como se estivesse acima de preocupções mesquinhas como chegar ao trabalho a horas. Pareço estar a andar porque isso me diverte, não porque sou obrigada. E no mar de pedestres que se apressam à minha volta, tornei-me majestosa.

Já que vamos andar devagar, também não fará mal pôr um sorriso nos lábios. E é aqui que as coisas se tornam realmente interessantes. Os taxistas abrandam,ainda que o semáforo esteja verde, só para me deixar atravessar a rua; os polícias frente às Houses of Parliament dizem 'Bom Dia' e levam o dedo ao chapéu, e os turistas que se acotovelam frente ao Big Ben com as suas máquinas fotográficas arredam-se educadamente, como se de repente se vissem numa grande sala de estar e tivessem acabado de descobrir que me pertencia.
Sim, o mundo é a minha sala de estar e eu sou uma amável anfitriã que vem ver se toda a gente está bem.
Olho em redor. É outra das vantagens de andar devagar: muito tempo para ver tudo com atenção. O ar é delicado, a luz do Sol tonificante e benevolente. [...]


Está tudo bem. Está tudo mesmo bem.

'Elegância' romance de Kathleen Tessaro
(video)
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O livro!



Os olhos dos gatos são janelas para olhar para dentro de um outro mundo.
Lenda Irlandesa

(aviso à navegação: as fotos abaixo não são as do livro, as frases são...)
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Cats eyes



Um gato tem uma honestidade emocional absoluta. Os seres humanos, por um razão ou por outra, podem esconder os seus sentimentos. Mas o gato não.
Ernest Hemingway
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Amo os gatinhos...



Amo os gatinhos enroscados e desconfiados, com um mistério antigo nos olhos.
Salvatore Marsiglia

(Livro Cats - A. Bacchella)
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Adriano Bacchella

Adriano Bacchella é um fotógrafo de múltiplos talentos...
Tenho comigo um dos livros dele. Sobre gatos.

Muitas fotos deliciosas acompanhadas de frases de admiradores e apaixonados de todos os tempos do pequeno felino

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Quando os olhos verdes de um gato olham para dentro de ti, podes ter a certeza que tudo o que ele disser é verdadeiro

Lillian Moore
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Verdades que não interessa que se saibam...



Se alguém ainda tiver duvidas... que animal em circo é tratado de modo miserável e abusado continuamente, veja aqui

Um trabalho da animal válido para qualquer parte do mundo porque em todos os circos com animais , sob melhores ou piores condições, o animal é sempre explorado atrozmente para divertimento(!) do ser humano.

São verdades que não interessa que se saibam, por motivos óbvios, comerciais.

Para os circos e maioria das pessoas directamente ligadas aos animais, estes não têm qualquer reconhecimento de identidade emocional e muito menos o respeito relativo a ela, são apenas vias para produzir mais lucro.

* * *
Quando eu era muito, muito, criança, talvez com cinco anos ou menos, sentia isso profundamente no meu coração; sentia o sofrimento de todos os animais e quando num circo eles entravam e as pessoas reagiam à ferocidade majestosa do tigre, à graciosidade dos póneis ou a cabriolas de cães e macacos, eu ficava séria, triste pelos animais e admirada da cegueira das pessoas
*

Saturday, February 18, 2006

Por que protetores de animais comem animais?


Este e outros temas: aqui

*Paula Brügger é Bióloga, Especialista em Hidroecologia, Mestre em Educação e Doutora em Ciências Sociais, Professora do Deptº de Ecologia e Zoologia da UFSC, Coordena o projeto de educação ambiental "Amigo Animal". É ativa na defesa dos animais como voluntária da ONG "Sociedade Animal". Foi, durante quatro anos membro do "Comissão de Ética no Uso de Animais" - (CEUA).

A história da nossa espécie - Homo sapiens -, sobre a Terra é marcada por uma progressiva ruptura entre nós e o entorno, como nos ensina Milton Santos. Essa afirmação, verdadeira sobretudo para as sociedades industriais, nos obriga a refletir, entre muitas outras questões, sobre o fato de estarmos nos distanciando cada vez mais dos processos produtivos que fabricam diversos itens e produtos que consumimos no nosso dia-a-dia. Isso significa que pouco sabemos sobre o custo ambiental, social, etc, da maior parte desses produtos. Por exemplo, para ter acesso à eletricidade basta tocar o interruptor, e para saborear um pedaço de carne, basta escolher um bom corte no supermercado. Mas o processo de produção de diversos produtos que consumimos quotidianamente pode ser bastante predatório em muitos sentidos.

Nossa dieta alimentar, por exemplo, pode ser geradora de grandes impactos sociais e ambientais, dependendo se ela é basicamente vegetariana ou carnívora (rica em proteína animal, em geral). As dietas essencialmente carnívoras provocam hoje gigantescos impactos sociais e ambientais como destruição de habitats e perdas de biodiversidade; consumo exacerbado de recursos naturais renováveis e não renováveis (como água, solo, petróleo); poluição; destruição de pequenas propriedades rurais e exclusão social; além de estar associada com o aumento de incidência de diversas doenças como as cardiovasculares, obesidade, câncer, etc. Todas essas razões seriam suficientes para abdicarmos de uma dieta rica em proteína animal, pois tal dieta é insustentável. Entretanto, a questão central deste grupo de trabalho é o sofrimento infligido aos animais que são criados e abatidos para consumo humano. Enfim,

Por que é tão comum protetores de animais comerem carne?

A resposta, me parece, está pelo menos em parte ligada a essa ruptura entre nós e o entorno. Embora possamos prescindir de carne e outras formas de proteína animal para garantir uma boa saúde, muitos protetores de animais ainda comem carne unicamente porque, de um lado, não têm que matar o animal com suas próprias mãos, e de outro, desconhecem todos os sofrimentos por que passam tais animais antes de chegar às suas mesas. Em outras palavras, vale a velha máxima: "o que os olhos não vêem, o coração não sente".

A relação seres humanos-animais pode ser tratada sob inúmeros aspectos: tráfico de animais; alimentação rica em proteína animal; uso de animais em ensino e pesquisa; uso de animais em circos, rodeios, etc, animais de rua, e muitas outras. A questão dos animais de rua é sem dúvida um dos principais focos de atuação da maior parte das ONGS que têm como objetivo o amparo e a proteção dos animais, e é um problema muito mais visível, pois os animais abandonados estão sofrendo diante de nossos olhos. Esse problema é, entretanto, apenas a "ponta do iceberg", quando se trata da relação entre nós e os animais.

Além dos inúmeros problemas sociais e ambientais antes apontados, cada vez que nos sentamos à mesa estamos compactuando, ou não, com a exploração e sofrimento de milhares de animais. Embora esse sofrimento não esteja diante de nossos olhos, a verdade é que diversos outros seres sencientes, isto é - capazes de experimentar prazer, dor e outras sensações -, passam suas breves vidas confinados em condições deploráveis para depois serem abatidos e nos servir de alimento. Porcos, frangos, bezerros, perus e muitos outros animais são brutalmente mutilados antes de virar comida: seus rabos e bicos são cortados ou queimados para evitar o canibalismo e/ou para que não possam escolher parte de seu alimento; são castrados sem anestesia; são transportados para os matadouros sem água ou alimento suportando temperaturas extremas, etc. O sofrimento pode ser tanto que em muitos casos - como o dos bezerros criados para produzir vitela -, o abate, ou seja a morte, é quase que uma redenção, já que marca o fim de uma vida absolutamente miserável. Há ainda muitas outras formas de sofrimento impostas a animais que não são criados em cativeiro como a separação entre mães e filhotes, a separação de rebanhos, as marcas com ferro em brasa, e outros sacrifícios que não levam em consideração os interesses dos animais, como argumenta o filósofo Peter Singer.

Mas será correto submetermos seres sencientes a todo esse sofrimento para deles tomamos carne, ovos, leite ? Serão os animais nossos companheiros de jornada na Terra, ou meros recursos para nos servir e atender nossos desejos hedonistas ? A triste realidade é que em nossa sociedade os animais estabulados e de granja deixam de ser seres vivos e se tornam meros objetos, no caso, meros containers de proteína. É patético pensar, por exemplo, que a idade em que porquinhos são abatidos, é a mesma época em que, em outras condições, esses mamíferos inteligentes estariam brincando animadamente, tanto quanto nossos cães e outros animais de estimação. De fato, o mesmo tratamento considerado "normal" ou "aceitável" para muitos animais que nos servem de alimento, é considerado cruel e suficiente para dar voz de prisão, quando aplicado aos nossos animais de estimação. O Decreto Lei 24.645/34, por exemplo, que estabelece medidas de Proteção aos animais, prevê como crime uma série de situações de sofrimento que ocorrem corriqueiramente com animais submetidos a processos de produção industrial, mas isso jamais impediu que tais sofrimentos fossem impostos aos animais.

Se tratamos cães e gatos com carinho e amor, mas não nos sensibilizamos com o sofrimento de outros animais, estamos sendo injustos. Não somos mais caçadores-coletores e temos à nossa disposição uma ampla variedade de fontes de proteína que nos garantem uma alimentação balanceada. Portanto, pelo menos no que diz respeito à maior parte da população urbana do mundo, a carne e outras formas de proteína animal podem ser consideradas um luxo já que é possível prescindir de seu consumo. O tratamento diferente que damos a cães e porcos, por exemplo, fere o princípio ético da igualdade, entendida como igual consideração de interesses. Ser passível de sofrimento é a característica que diferencia os seres que têm interesses - os quais deveríamos considerar -, dos que não os têm. Enfim, a condição de "senciente" é suficiente para que um ser vivo seja considerado dentro da esfera da igual consideração de interesses.

Para finalizar, gostaria de citar uma passagem famosa de Peter Singer:

"Ao refletirmos sobre a ética do uso de carne animal para a alimentação humana nas sociedades industrializadas, estamos examinando uma situação na qual um interesse humano relativamente menor deve ser confrontado com as vidas e o bem-estar dos animais envolvidos. O arrazoado contra o uso de animais para a nossa alimentação fica mais contundente nos casos em que os animais são submetidos a vidas miseráveis para que sua carne se torne acessível aos seres humanos ao mais baixo custo possível. As formas modernas de criação intensiva aplicam a ciência e a tecnologia de acordo com o ponto de vista segundo o qual os animais são objetos a serem usados por nós. Para que a carne chegue às mesas das pessoas a um preço acessível, a nossa sociedade tolera métodos de produção de carne que confinam animais sensíveis em condições impróprias e espaços exíguos durante toda a duração de suas vidas. Os animais são tratados como máquinas que transformam forragem em carne, e toda inovação que resulte numa maior taxa de conversão será muito provavelmente adotada. Como afirmou uma autoridade no assunto, á crueldade só é admitida quando cessam os lucros. Para evitar o especismo, devemos por um fim a essas práticas"

(Palestra proferida pela Dra. Paula Brügger no 36° Congresso Vegetariano Mundial")

*Os meus agradecimentos à Emma que gentilmente me alertou via mail*

*

Tuesday, February 14, 2006

Livro: O Diário de Ma Yan


História dos nossos dias

Local: China, não a China industrializada mas a China agrícola, perdida nas montanhas que fazem Ma Yan e o irmão percorrer a pé os vinte quilometros que os separam de casa por estradas de terra batida, independente do tempo que faça.
Às vezes são assaltados.
Na escola, a comida é uma única refeição de arroz em todo o dia e Ma Yan chega a ter de prescindir de comer para poder comprar material escolar: tudo o que ela mais quer é continuar a estudar

Teoricamente a escolaridade obrigatória é de nove anos, mas na maioria das vezes, especialmente se forem raparigas, não chegam a completa-la: espera-se que casem cedo e constituam assim uma fonte de rendimento para a família que recebe um dote pelo casamento...

Nada intimidada perante tanta dificuldade, Ma Yan além de enorme força de vontade, beneficia da sorte de ter uma mãe que luta por ela ao ponto de prescindir de tratamentos médicos urgentes para dar a oportunidade de a filha quebrar o ciclo de miséria

O conhecimento da situação chegou a um jornalista de modo invulgar: a mãe de Ma Yan, em desespero de causa, entregou a Sarah Neiger, um membro do grupo de jornalistas, uma carta de Ma Yan onde a filha manifestava a revolta por não poder continuar a estudar . Este gesto revelou-se afortunado: a carta e os diários de Ma Yan, trouxeram o conhecimento ao mundo da situação através daquele drama individual provavelmente vivido sem solução tantas vezes, por tantas 'Ma Yns'.

A história de Ma Yan foi contada no Liberation em 2002 por Pierre Haski, correspondente em Pequim, e provocou uma onda de solidariedade que trouxe a soluçao já que permitiu criar fundos para Ma Yan e outras crianças na mesma situaçao poderem continuar a estudar
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Um presente virtual...



Hoje deixo um presente para uma amoramiga encantadora: ela é imaginativa, incansável e versátil nas suas produções bloguisticas! sei que gosta de fadas e flores entre muitissimas mais coisas, por isso lhe deixo este link para o mundo do fantastico e este para fadas com suas historias acompanhadas de bandas sonoras :-)
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Dança e teatro - 3 sugestões


(Sandra Piretti)
Clímax na culturgest

e


Às Origens da Crise na Casa d' Os Dias da Água

2 danças em Lisboa...



...e um teatro na Fundação Serralves, Porto

Ficam as sugestões, todas versando sobre a imposiçao social versus personalidade fragmentada
*

Monday, February 13, 2006

Sunday, February 12, 2006

Fevereiro, que grande mes!

















(imagem de mark waller encontrada no mui elegante e conversador site sempenisneminveja)

Quem sabe por ser o mes do meu niver, lembrei umas tantas conexões, -umas entre variadissimas possiveis, para o mes mais pequeno do ano:

É o mes regido pelo Arcanjo Uriel, que por acaso muito gosto

E o mes de aniversário, e este ano de comemoração do centenário, de Agostinho da Silva

E o mes de celebração do Festival das Luzes, tempo de comunhão entre o o humano e o divino, versão Wicca. Tambem muito conhecida por Candelárias, quem tiver tempo e interesse para um texto extenso e panoramico sobre o assunto, encontra-o aqui

Tambem mes de Valentine's day ... e da Deusa Bastet (ver horoscopo Egipcio )
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Saturday, February 11, 2006

Pensar no amor


Amor... uma das palavras presumivelmente mais incompreendidas e mal usadas por clichés fáceis.
Não só o amor de casal, mas refiro-me a todo o tipo de amor, parental e não só, sobretudo a esse muito especial modo de amar que é uma amizade sincera e incondicional.

O dia de São Valentim está aí, e ainda que com toda a sua carga comercial, gosto de certas celebrações: os filhos muito jovens que trazem declarações inocentes para as mães, as mensagens descontraídas entre amigos chegados e os clássicos maridos/namorados de flor na mão ao final do dia, a caminho de casa, provocam-me sempre sorrisos divertidos e uma certa ternura.

A reportagem do national geographic de fevereiro sobre o amor tem nas suas várias secções muita coisa sobre o tema, e na página Em Missão entre o melhor, o pior e o inesperado, tem até algo divertido:

Mas o meu casamento preferido em Las Vegas foi um celebrado num carro. Um casal num jipe vermelho apareceu, e quando eu perguntei por que se casavam ali, disseram que era porque metade dos seus convidados era feia demais para qualquer outro sítio. Depois, apontaram para os cães sentados no banco de trás. Não queriam casar-se sem eles.

'Eu casei-me às oito horas da manhã. Era Inverno, o gelo envolvia as árvores e meia dúzia de aves solitárias balouçavam nos fios telefónicos. Tínhamos trinta e poucos anos e considerávamo-nos modernos e desdenhosos. Durante a festa, pusemos ao dispor dos convidados uma caixa de sugestões e pedimos que nos dessem a sua opinião sobre maneiras de evitar o divórcio. Achámos que seria divertido, lúcido e realista fazê-lo, embora as sugestões obtidas fossem na maioria tolas.
Depois de os convidados saírem, a casa ficou silenciosa. Havia flores por todo o lado: botões de rosa e frágeis fetos. “Vamos fazer uma coisa mesmo romântica?”, perguntei ao meu novo marido. Benjamin sugeriu que tomássemos um banho, mas eu não queria tomar banho. Ele sugeriu um almoço de vinho branco gelado e salmão, mas eu estava farta de salmão.
Vamos fazer uma coisa mesmo romântica? A festa terminara, o silêncio parecia sufocante e eu sentia a insatisfação que habitualmente se segue ao final de um acontecimento há muito aguardado com expectativa. Estávamos casados. Hip--hip-hurra! Decidi dar um passeio. Caminhei até ao centro da cidade. Deambulei pelo interior de uma loja de antiguidades. Por fim, dei comigo à porta de uma casa de tatuagens. Não é que eu seja o género de pessoa que se tatua, mas naquele domingo silencioso e frio, por alguma razão que desconheço, resolvi entrar.'

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om


do mesmo site das imagens abaixo
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Deixem-me sonhar II - Magic hour


Magic hour in New Mexico, 9.9.99
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Fractalism violet...



Uma das minhas cores favoritas...
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Ah, deixem-me sonhar!




yellow_sun


Natureza surpreendente...

Tudo do mesmo site com mil recantos e fotos interessantes
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Friday, February 10, 2006

A imaginação hiperactiva de Olivia Joules


a autora: Helen Fielding

A imaginação hiperactiva de Olivia Joules é um livro da chamada literatura ligth da qual não sou especialmente fã. Apesar disso achei a maior graça a estes conselhinhos para o dia-a-dia...

REGRAS PARA A VIDA DE OLIVIA JOULES

1)Nunca entres em pânico. Pára, respira fundo, pensa.

2)Ninguem está a pensar em ti, estão a pensar em si próprios, tal como tu.

3)Nunca mudes de penteado nem de cor de cabelo antes de um acontecimento importante.

4)Nada é tao mau ou tão bom quanto possa parecer.

5)Não faças aos outros aquilo que não gostarias que te fizessem a ti, por exemplo: não matarás.

6)É melhor comprares uma coisa cara de que gostes muito, que muitas baratas que gostes assim-assim.

7)Quase nada é realmente importante. Se ficares triste pergunta a ti própria: será realmente importante?

8)A chave do sucesso é saber levantar depois de cairmos.

9)Sê generosa e honesta.

10)Só compres roupa que te faz sentir vontade de dar uns passinhos de dança.

11)Confia no teu instinto, não na tua imaginação hiperactiva.

12)Quando te sentires abalada por uma tragédia, verifica se se trata realmente de uma tragédia, faz o seguinte
a)pensa 'Oh, que se lixe'
b)olha para o lado bom, e, caso isso não resulte, olha para o lado engraçado
Se nada disto der resultado, então talvez seja mesmo uma tragédia
e deves consultar os nºs. 1 e 5.

13)Não esperes que o mundo seja seguro nem a vida justa.

14)Ás vezes tens de te deixar ir na corrente

15)Não te arrependas de nada. Lembra-te que sendo tu quem és, e as circunstâncias da vida num dado momento, as coisas não poderiam ter acontecido de maneira diferente. A única coisa que podes mudar é o presente, por isso aprende com o passado.
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'Interiores'



Outros livros do mesmo autor

É bom estar fascinado pela beleza do mundo, pela cor que damos ao ar, que sabor tem a água, as pequenas coisas, todas as pessoas, o nome dos outros sobre nós inscrito. O encantamento mais profundo vive longe no canto secreto da vida, e é preciso descobri-lo lentamente, deixá-lo sair, transportá-lo ao colo, como aquilo que é frágil, tal e qual um tesouro, pois todos os momentos quando bem vistos, tem tudo ou quase tudo, até mistério, do que podemos sentir para se ser feliz.
Deixa-me sentar ao teu lado. mesmo que não aconteça nada, isso é já muito, um começo. O gosto de acreditar no outro. É que há pedaços que só se colam assim, memórias que crescem então, conversas que se revelam súbitas, afinal inesperadas, como ramos de árvores, talvez.

Sabes as noites que passamos em claro, depois de não saber o que fazer aos dias?

Têm iluminadas as estrelas, como reclames nas lojas das cidades, e todos vêm, mesmo quando não querem. Lembras-te ainda quando te ensinaram as costelações? Era Verão com toda a certeza, e perto de ti uma voz mais velha, segura, terna, plena de afecto, dizia 'começa ali a Cassiopeia' que nessa altura ainda cabia toda na palma da mão.

'Mãe, pai, qual o tamanho do mundo?'

'Se souberes onde está vénus, a estrela que dizem de todo o amor, não te perderás nunca pela vida ou no entendimento do céu nocturno.

Deixa brilhar a tua luz, e segue-a pelo caminho que te indicar'

'Interiores' - Pedro Strecht

Mais um livro que descobri e estou a gostar de ler. Sobre os interiores da alma das crianças.

De todos nós, afinal.
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Alá Não É Obrigado...




Li nestes últimos dias um livro diferente e incómodo de Ahmadou Kourouma sobre este assunto incontornável e urgente:

Alá Não é Obrigado é uma obra tão peculiar quanto o seu protagonista e narrador, Birahima, uma criança-soldado que assiste à morte da mãe e que, para sobreviver, sai da sua aldeia em busca da tia, a única pessoa que pode cuidar dele. Da Costa do Marfim à Serra Leoa, passando pela Libéria, este órfão de “dez ou doze anos” irá passar por diversos exércitos de guerrilheiros, cujos líderes constituem uma riquíssima paleta de personagens, inesquecíveis pelas piores razões: há loucos e sádicos, psicopatas e figuras ridículas. A traição, a morte, a tortura e a mutilação são lugares-comuns por aquelas paragens. O próprio Birahima não é inocente nem culpado: é apenas uma criança que já viu demasiada violência e morte e de quem, à partida, se poderá pensar já não possuir qualquer noção do bem e do mal. Mas Birahima ainda consegue fazer essa distinção; só que as suas principais preocupações prendem-se com coisas tão fundamentais como sobreviver, alimentar-se, encontrar um sítio para viver e, acima de tudo, evitar ser assassinado.

Alá Não é Obrigado é um livro duro, poderoso, intenso, escrito por um autor que muito nos disse sobre a África contemporânea: as estranhas alianças entre chefes de Estado respeitáveis e criminosos de renome, a corrupção generalizada, a culpa, as boas intenções e as dificuldades das Nações Unidas e os desvios sofridos pelos mantimentos enviados pelas organizações não-governamentais. Em suma, uma realidade terrível que o autor nos descreve pela voz inesquecível de uma criança.

Ahmadou Kourouma recebeu os Prémios Renaudot e Goncourt des lycéens pelo livro 'Alá Não é Obrigado'
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olhares II... noites que começam!


















Esta e a anterior foto são de autor desconhecido para mim, pelo que não posso dar os créditos, mas gostei de mais das duas, a ponto de as escolher para celebrar o meu regresso às navegações virtuais...
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Olhares... dias que findam!

















Finalmente de volta...

Uma volta com um atraso de dez dias em relação á data inicialmente prevista, graças a birras informáticas caseiras e inesperadas.

Resolvidas que estão, espero ficar por longo e contínuo tempo! ;-)
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