Saturday, February 11, 2006

Pensar no amor


Amor... uma das palavras presumivelmente mais incompreendidas e mal usadas por clichés fáceis.
Não só o amor de casal, mas refiro-me a todo o tipo de amor, parental e não só, sobretudo a esse muito especial modo de amar que é uma amizade sincera e incondicional.

O dia de São Valentim está aí, e ainda que com toda a sua carga comercial, gosto de certas celebrações: os filhos muito jovens que trazem declarações inocentes para as mães, as mensagens descontraídas entre amigos chegados e os clássicos maridos/namorados de flor na mão ao final do dia, a caminho de casa, provocam-me sempre sorrisos divertidos e uma certa ternura.

A reportagem do national geographic de fevereiro sobre o amor tem nas suas várias secções muita coisa sobre o tema, e na página Em Missão entre o melhor, o pior e o inesperado, tem até algo divertido:

Mas o meu casamento preferido em Las Vegas foi um celebrado num carro. Um casal num jipe vermelho apareceu, e quando eu perguntei por que se casavam ali, disseram que era porque metade dos seus convidados era feia demais para qualquer outro sítio. Depois, apontaram para os cães sentados no banco de trás. Não queriam casar-se sem eles.

'Eu casei-me às oito horas da manhã. Era Inverno, o gelo envolvia as árvores e meia dúzia de aves solitárias balouçavam nos fios telefónicos. Tínhamos trinta e poucos anos e considerávamo-nos modernos e desdenhosos. Durante a festa, pusemos ao dispor dos convidados uma caixa de sugestões e pedimos que nos dessem a sua opinião sobre maneiras de evitar o divórcio. Achámos que seria divertido, lúcido e realista fazê-lo, embora as sugestões obtidas fossem na maioria tolas.
Depois de os convidados saírem, a casa ficou silenciosa. Havia flores por todo o lado: botões de rosa e frágeis fetos. “Vamos fazer uma coisa mesmo romântica?”, perguntei ao meu novo marido. Benjamin sugeriu que tomássemos um banho, mas eu não queria tomar banho. Ele sugeriu um almoço de vinho branco gelado e salmão, mas eu estava farta de salmão.
Vamos fazer uma coisa mesmo romântica? A festa terminara, o silêncio parecia sufocante e eu sentia a insatisfação que habitualmente se segue ao final de um acontecimento há muito aguardado com expectativa. Estávamos casados. Hip--hip-hurra! Decidi dar um passeio. Caminhei até ao centro da cidade. Deambulei pelo interior de uma loja de antiguidades. Por fim, dei comigo à porta de uma casa de tatuagens. Não é que eu seja o género de pessoa que se tatua, mas naquele domingo silencioso e frio, por alguma razão que desconheço, resolvi entrar.'

[...]
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