Palavras de Bhaghavad Gita

Em tempo de dor as palavras de Bhaghavad Gita pareceram-me as necessárias para lembrar o inesquecível...

Sei que é muito dificil para quem tem familiares ou amigos aceitar a perca brusca em condições violentas, injustas e trágicas que regularmente acontecem pelo mundo mas por isso mesmo achei importantes essas palavras que encontrei a propósito do recentissimo acidente de aviação da Tam:

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"O espírito não nasce nem morre, apenas entra e sai de corpos perecíveis. O fogo não o queima"

Andas triste por algo que tristeza não merece – e tuas palavras carecem de sabedoria. O sábio, porém, não se entristece com nada, nem por causa dos mortos nem por causa dos vivos.

Nunca houve tempo em que eu não existisse, nem tu, nem algum desses príncipes – nem jamais haverá tempo em que algum de nós deixe de existir em seu Ser real.

O verdadeiro Ser vive sempre. Assim como a alma incorporada experimenta infância, maturidade e velhice dentro do mesmo corpo, assim passa também de corpo a corpo – sabem os iluminados e não se entristecem.

Perecíveis são os corpos, esses templos do espírito – eterna, indestrutível, infinita é a alma que neles habita. Por isto, ó Arjuna, luta!

Quem pensa que é a alma, o Eu, que mata, ou o Eu que morre, não conhece a Verdade. O Eu não pode matar nem morrer.

O Eu nunca nasceu nem jamais morrerá. E, uma vez que existe, nunca deixará de existir. Sem nascimento, sem morte, imutável, eterno –sempre ele mesmo é o Eu, a alma. Não é destruído com a destruição do corpo (material).

Quem sabe que a alma de tudo é indestrutível e eterna, sem nascimento nem morte, sabe que a essência não pode morrer, ainda que as formas pereçam.

O Eu não pode ser ferido nem queimado; não pode ser molhado nem ressecado — ele é imortal; não se move nem é movido, e permeia todas as coisas — o Eu é eterno.

Se o ego está sujeito às vicissitudes de nascer e morrer, nem por isto deves entristecer-te, ó Arjuna.

Inevitável é a morte para os que nascem; todo o morrer é um nascer – pelo que, não deves entristecer-te por causa do inevitável.

Eterno e indestrutível é o Eu, que está sempre presente em cada ser. Por isto, ó Arjuna, não te entristeças com coisa alguma.

Gostaria de ofertar este texto a todos os parentes e amigos de quem esteve naquele vôo (e que agora estão em outros vôos, com destino ignorado pra nós, que não embarcamos... ainda).

(tambem na lista voadores )

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