Wednesday, June 15, 2005

Sonetos a Orfeu


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Músculo floral,
abre-se pouco a pouco
De manhã a anénoma dos prados
ainda no seu regaço
a luz polífona
de retumbantes céus
irradia

Na tranquila florescência, flexionado
o músculo de infinita recepção
Tantas vezes submerso em plenitude
que a chamada à tranquilidade do pôr do Sol

com dificuldade te torna a dar
as pétalas descontraidamente abertas:
tu, a firmeza e a força
de muitos mundos.

Somos violentos
e aqui permanecemos mais tempo
Mas quando, em qual de todas as nossas vidas,
nos abriremos finalmente
e nos tornarmos receptivos?

*Sonetos a Orfeu de Rainer Maria Rilke

*Poema incluido no livro de Thomas More - Educar a Alma
*

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