Saturday, December 15, 2007

e para completar...

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Austrália: o sol brilha, mas não para todos...

...a trilogia de horrores bem actuais, além da descriminação sexual e da violência de género em clima de guerra (uma aberração nascida de outra aberração, espelho fiel do nível de perversão de quem protagoniza essas acções) não podemos esquecer a imensidão de algo tão absurdo e subterrâneo quanto a pedofilia...

Fui levada a esse tema ao procurar mais informação sobre o caso obnóxio noticiado muito recentemente na imprensa da juíza australiana Sarah Bradley que libertou (!) os nove arguidos de violação de uma menina aborígene de dez anos...

Eles confessaram o crime e ela, juíza, segundo o jornal que li noticiava, proferiu as seguintes palavras:
"acredito que a rapariga não foi forçada, provavelmente aceitou ter relações com todos vocês"
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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Pequeno detalhe se calhar sem importância nenhuma: segundo o The Australian eles pertencem a uma das famílias mais poderosas de Cabo York
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A menina aborígene é de origens modestas.
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Pois.
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O primeiro-ministro Kevin Rud manifestou-se enjoado e atemorizado pelo caso e declarou a sua intenção de tolerância zero acerca deste tipo de acontecimentos
Dada a indignação não só na comunidade australiana mas também a nível mundial que o caso suscitou, ele não encerrará de modo tão injusto e as mais recentes notícias apontam para afastamento daquela juíza do caso.
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Recentemente vi um documentário acerca das prisões brasileiras...
da sobrelotação, do consumo de droga, das políticas e prepotências inter-presos e entre eles e guardas...
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Da absoluta ausência de qualquer critério que aponte um caminho de reabilitação, pelo contrário: mais parece um curso intensivo de criminalidade e de salve-se-quem-puder.
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Até aí já eu sabia como também sei que retirando raras excepções é o mesmo em quase todas as prisões na quase totalidade dos países
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mas dei comigo a pensar no caso da menina-do-Pará...
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se ela é deficiente -como dizem, prende-se um deficiente? junto com pessoas não-deficientes? e a confirmar-se a deficiência qual o grau de imputabilidade?
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é normal que uma juíza, que por motivos óbvios devia ter acrescida sensibilidade ao seu próprio género, coloque a jovem na prisão sabendo que ela só tinha população masculina?! e estava sobrelotada?
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e sabendo das sevícias de que estava a ser vítima, a manteve no mesmo lugar?!
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muitas pessoas sabiam do que se passava: visitas, guardas e os próprios presos durante longos dias, mas nada disseram
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por medo ?
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triste gente que tem medo de denunciar injustiças e correr riscos e nem dos mais elementares direitos sabe.
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Tudo o que de mau e injusto assistimos e não denunciamos nem combatemos dilacera-nos interiormente, porque os outros são tambem um pouco de nós, não somos sistemas fechados...
a factura desses silêncios aparece sempre, muitas vezes sobre a forma de doenças.
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além de que, numa óptica muito práctica, estamos a dar força à impunidade do transgressor
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mas voltando ao caso, não devia esta menina, ou quem a represente (afinal ela ainda é menor, mas não para ser presa!) processar todos/as os que a colocaram em tal situação?!
em última análise, o estado, que parece que coloca pessoas sem competência suficiente para os cargos que ocupa.
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Sabem o que motivou a prisão da menina ?
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pequeno furto.
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Enquanto isso arguidos de violação pedófila são libertados...
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Leiam este documento:
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4 comments:

  1. Anonymous1:29:00 pm

    k nojice! como é possível algúem proferir tal nojice k uma criança aceita tais tratamentos? k horror!!!!

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  2. Ou seja, aqui para nós ser julgada pela tal juiza não é sinónimo de justiça...
    :\
    O que me preocupa é que ela não é de modo nenhum a única...
    *suspiro*

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  3. Na linha de vítimas da sociedade de dominação patriarcal as crianças vem logo a seguir às mulheres... as mulheres estão a trancos e barrancos conseguindo se defender e, ao atingir a vida social e econômica de paridade com o homem consegue pelo menos pedir ajuda, mas as crianças e adolescentes essas são vítimas slenciosas não só de violência sexual, mas de todo tipo de pressão e maus tratos psicológicos, e físicos, usados como bode expiatório de pais e mães e amas e familiares viram saco de pancadas e não tem nem como se defender nem como pedir ajuda, já que na maioria dos casos os agressores são aqueles que supostamente deveriam defender a criança... O patriarcado precisa acabar, e é através do amor e da união das mulheres... Mas uma vez está nas nossas mãos mudar o planeta...

    Desde que o patriarcado surgiu, atrocidades dessas são cometidas...

    A diferença é que agora nós temos um veículo mais eficaz pra fazer as denúncias chegarem nos 4 cantos do mundo...

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  4. Anonymous1:40:00 pm

    sim! concordo!

    infelizmente, agora estão até a tentar censurar a internet... já começa nos Estados Unidos...

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