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Embora a consciência persista inexplicada, já não é possível sustentar que somos os únicos a tê-la. Mesmo assim, amamos e matamos a torto e a direito. Ratos usados em larga escala para pesquisas, superlotação de frangos abatidos em série, vacas sagradas na Índia mutiladas em farras ibéricas. Nossos melhores amigos não escapam da contradição. Cães servem de almofada para madames de bairros nobres, mas na Coreia viram churrasco. Se os gatos foram deuses egípcios, na comunidade da Mangueira, no Rio de Janeiro, servem de tamborim. A vida livre não garante melhor sorte. Magníficos leões, elefantes portentosos, colossais baleias e chimpanzés inteligentes são objeto de admiração, mas isso não os protege de serem destroçados por carne, osso ou veneno antimonotonia. Nada que surpreenda, pois assim tratamos nosso semelhante. O cárcere revela o quanto podemos negligenciar o bem-estar alheio. A escravidão e a tortura ainda são comuns em quase todo o planeta. Linchamentos e chacinas acompanham a espécie desde seu início. Que o diga Jesus Cristo.
O hábito de usar e abusar da vida asfixia Gaia, a representação mitológica da Terra. Já não se trata dos direitos de uma ou outra espécie, mas de todas. Somos bilhões a consumir sem saber de onde vem o produto e para onde vai o lixo. A saída do impasse não está no esquecimento de nosso passado carnívoro. Não há soluções simples. O vegetarianismo radical omite o prejuízo ambiental da monocultura. Somos o problema, mas também a solução. É preciso diminuir nossa população pelo controle da natalidade. É preciso instituir o comércio justo, em que todos os elementos da cadeia de produção sejam tratados adequadamente. É preciso desenvolver a carne de laboratório, saborosa, saudável e não oriunda de um ser vivo com sistema nervoso capaz de sofrer. A libertação de nossa sina assassina não passa pela negação da ciência, mas por sua utilização plena, com sabedoria e amor.
O hábito de usar e abusar da vida asfixia Gaia, a representação mitológica da Terra. Já não se trata dos direitos de uma ou outra espécie, mas de todas. Somos bilhões a consumir sem saber de onde vem o produto e para onde vai o lixo. A saída do impasse não está no esquecimento de nosso passado carnívoro. Não há soluções simples. O vegetarianismo radical omite o prejuízo ambiental da monocultura. Somos o problema, mas também a solução. É preciso diminuir nossa população pelo controle da natalidade. É preciso instituir o comércio justo, em que todos os elementos da cadeia de produção sejam tratados adequadamente. É preciso desenvolver a carne de laboratório, saborosa, saudável e não oriunda de um ser vivo com sistema nervoso capaz de sofrer. A libertação de nossa sina assassina não passa pela negação da ciência, mas por sua utilização plena, com sabedoria e amor.
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