Vamos sentir falta de tudo aquilo de que não precisamos mostra-nos objectos do mundo. Entre esses objectos e quem os manipula há um efeito de ricochete, um movimento de revelação de sentidos outros, inesperados. Existe um triângulo entre esses objectos, quem os manipula e o espectador – uma tensão que empurra as margens das ideias e das sensações até à vibração dos símbolos. Perante estes objectos, as ideias são caminhos para outras ideias e, como em todos os caminhos, há troços que se abrem, apertam e bifurcam. Podemos percorrê-los com ritmos e respirações diferentes, como se os pensamentos ganhassem forma pelo modo como pulsam e se friccionam entre si. São objectos do mundo, em contacto e em curto-circuito, algures a caminho entre o lado material e o lado etéreo das coisas, entre o quotidiano e o onírico, entre o genérico e o excepcional. E, quem sabe, é nesse “trocar as voltas” ao mundo de todos os dias – esse mundo de objectos genéricos para produção, consumo e desperdício – que podemos tocar um outro lado das coisas
Saturday, June 12, 2010
"Vamos sentir falta de tudo aquilo de que não precisamos"...
Vamos sentir falta de tudo aquilo de que não precisamos mostra-nos objectos do mundo. Entre esses objectos e quem os manipula há um efeito de ricochete, um movimento de revelação de sentidos outros, inesperados. Existe um triângulo entre esses objectos, quem os manipula e o espectador – uma tensão que empurra as margens das ideias e das sensações até à vibração dos símbolos. Perante estes objectos, as ideias são caminhos para outras ideias e, como em todos os caminhos, há troços que se abrem, apertam e bifurcam. Podemos percorrê-los com ritmos e respirações diferentes, como se os pensamentos ganhassem forma pelo modo como pulsam e se friccionam entre si. São objectos do mundo, em contacto e em curto-circuito, algures a caminho entre o lado material e o lado etéreo das coisas, entre o quotidiano e o onírico, entre o genérico e o excepcional. E, quem sabe, é nesse “trocar as voltas” ao mundo de todos os dias – esse mundo de objectos genéricos para produção, consumo e desperdício – que podemos tocar um outro lado das coisas
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