Saturday, June 26, 2010

Palavras que gostei de ler:



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E é pena que os detractores oficiais de Michael Jackson tenham desaparecido de cena, infelizmente confirmando a pacata mediocridade dos seus pontos de vista sobre o criador de thriller. De facto os muitos discursos moralistas (se é que o puro insulto tem algo moral) sobre a identidade "falsa" de Jackson, nomeadamente sobre a cor da sua pele, nunca conseguiram entender que a vulnerabilidade física e simbólica foi uma componente essencial do seu labor.
Há ainda outra maneira de dizer isso mesmo: Jackson é um dos criadores contemporâneos por cuja obra perpassa uma energia vital que, numa lógica de perversas contaminações, não se opõe à nitidez branca da morte (e que a brancura se confunda, aqui, com a nitidez, eis o que, por certo, é esclarecedor sobre este nosso lugar em que o evocamos).
No limite, a morte não passa de um gimmick das paisagens criativas de Jackson, um abismo sem nome alegremente convocado em nome do espectáculo e dos seus valores comunitários.
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(Algumas das palavras do crítico João Lopes no primeiro aniversário da morte de Michael Jackson - in DN, crónica A morte fica-lhe tão bem)

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