Wednesday, December 20, 2006

E porque estamos em tempo de festas...


imagem da Galeria de Fotografias "O Que Tem Realmente no Seu Prato?" na tvanimal.org/


...não vamos esquecer que o cenário descrito abaixo se passa todo o ano, mas muito especialmente agora por ser época de reunião e celebração alimentar no meio familiar acompanhada de troca de presentes. A maiorias das vezes a questão da parte de sofrimento animal envolvida para que essas celebrações possam ter lugar, nem sequer é tida em conta por desconhecimento absoluto...

Assim escolhi esta altura para divulgar a investigação levada a cabo pela
Animal recentemente:
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Investigação Especial Expõe Inferno em Quintas de Peles em Portugal

Investigadores da ANIMAL entraram sob disfarce no mundo secreto das quintas de coelhos em Portugal para expor a violência sofrida pelas verdadeiras “vítimas da moda”, das quais o Governo e as autoridades afirmam não ter conhecimento :: Peles de coelhos produzidas em Portugal são enviadas para a China, via Espanha, de onde são enviadas de volta para entrarem nos mercados português e europeu

No final de Outubro, investigadores da ANIMAL entraram sob disfarce no mundo da produção e comércio de pêlo de coelho em Portugal, conseguindo, pela primeira vez, ter acesso a locais e a informações até aqui escondidos, e falando com agentes-chave desta indústria, usando câmaras ocultas para captarem em vídeo provas da violência a que as verdadeiras “vítimas da moda” neste Inverno são sujeitas.

Muitas quintas de coelhos, de pequena, média e grande dimensão, assim como locais de abate de coelhos, em diferentes regiões de Portugal, foram visitados pelos investigadores, que cedo perceberam quão secreto é o círculo de produção de pêlo em Portugal. Os investigadores perceberam também quão lucrativo é realmente este negócio – e como está disfarçado sob a capa da produção da carne de coelho.

Coelhos aterrorizados mantidos em jaulas miseráveis são mortos com apenas 6 semanas idade – ou com entre 3 a 5 meses, se criados apenas pelo seu pêlo –, a elevadíssima mortalidade de coelhos que morrem devido às condições extremamente pobres em que são criados e tratados, os agressivos e indignos métodos de inseminação artificial, o maneio violento no carregamento dos animais e a morte dos coelhos sem sequer haver atordoamento eficaz, com os coelhos ainda conscientes depois de terem sido degolados, sendo o seu pêlo imediatamente separado dos seus corpos. Estes factos resumem, em termos gerais, o que os investigadores observaram, filmaram e documentaram, e que agora é apresentado no vídeo “As Verdadeiras Vítimas da Moda” (clique aqui para ver o vídeo), acompanhado de um relatório escrito, que a ANIMAL leva, a partir de hoje, ao conhecimento do público. Reportando-se a um problema internacional, a divulgação destas descobertas começa hoje também a ser feita internacionalmente.

Agentes-chave envolvidos na produção de pêlo de coelho em Portugal disseram aos investigadores da ANIMAL que os coelhos são criados e mortos em Portugal, sendo depois enviados para Espanha, de onde é mais barato exportá-los para a China; aí, as peles são tratadas a muito baixo custo, sendo depois exportadas de volta para a União Europeia, tanto para fornecer o mercado português de pêlo coelho – que é, de longe, o tipo de pêlo mais usado em Portugal e na Europa –, quanto o mercado de pêlo de países como Itália, França, Alemanha e Reino Unido.

Esta investigação também revela que espécies “especiais” de coelhos, como os coelhos Chinchila Rex, são criados em Portugal para serem vendidos apenas pelo seu pêlo, que é muitas vezes vendido como se fosse pêlo de Chinchila, dada a forte semelhança entre o pêlo destes animais – de acordo com o que foi explicado aos investigadores por produtores destes coelhos, apenas especialistas em pêlo seriam capazes de distinguir o pêlo de coelho Chinchila Rex do pêlo de Chinchila, uma vez que seja tratado. O lucro, aqui, é muito mais elevado, uma vez que os coelhos têm muitos mais bebés por ano do que as chinchilas, e dado que criar coelhos é, aparentemente, mais fácil e menos dispendioso do que criar chinchilas – pelo menos, segundo o objectivo estritamente económico de extrair o pêlo destes animais.

Para Miguel Moutinho, Presidente da ANIMAL, “Esta investigação assume uma importância máxima, não só porque nos permite revelar o sofrimento extremo a que os coelhos são expostos para serem transformados em peças de vestuário de mau gosto ou em acessórios de moda de um luxo sanguinário, para alimentarem a oferta de estilistas e cadeias retalhistas sem ética, mas também porque clarifica que o pêlo de coelho não é um produto derivado da produção de carne de coelho, uma vez que a procura pública pelo pêlo de coelho é completamente independente da procura pela carne destes animais, sendo muito grande em Portugal e em toda a Europa – e em todo o mundo –, especialmente tendo em conta o desastrosamente forte regresso recente do pêlo, que infelizmente voltou a estar na moda”. “Além disso, a produção de pêlo de coelho pode ser um negócio altamente lucrativo para os que estão envolvidos neste, incluindo para os produtores envolvidos na criação e morte de coelhos Chinchila Rex e de outras espécies “especiais” de coelhos criados apenas pelo seu pêlo, que é vendido a preços muito elevados”, disse ainda.

O Ministério da Agricultura, através do Gabinete do Ministro e em articulação com a Direcção-Geral de Veterinária, afirmou, a 12 de Outubro (muito pouco tempo antes do início desta investigação), em resposta a um requerimento do Deputado Luís Carloto Marques, que “A Direcção Geral de Veterinária não conhece a existência e funcionamento de quaisquer unidades, centros ou quintas de criação e/ou abate de animais para extracção do seu pêlo, nem existem normas legais para o seu funcionamento”. Esta investigação prova, por um lado, que o Governo não controla de todo este comércio secreto e que, por outro lado, mostra que as autoridades máximas em Portugal neste domínio (Ministério da Agricultura e Direcção Geral de Veterinária) nem sequer têm noção de que existem dois decretos-lei diferentes aplicáveis a esta área: o Decreto-Lei n.º 64/2000, de 22 de Abril, relativo à protecção dos animais nas explorações pecuárias (incluindo de animais mantidos para produção de pele com ou sem pêlo), e o Decreto-Lei n.º 28/96, de 2 de Abril, relativo à protecção dos animais no abate ou occisão (incluindo de animais destinados ao aproveitamento da sua pele e pêlo). Estes diplomas estabelecem, de modo geral, de que modo devem os animais ser mantidos nas quintas de peles, e, de modo específico, como devem ser mortos (tendo referências explícitas e específicas, até, ao modo como raposas, chinchilas e martas devem ser mortas, incluindo o uso da electrocussão e de câmaras de gás, que são métodos chocantemente regulamentares segundo este decreto-lei).

A ANIMAL espera que esta investigação ajude a conseguir alcançar uma futura proibição em Portugal da captura e/ou criação e morte de animais apenas para extracção do seu pêlo, e espera também que esta exposição leve o Governo a intervir drasticamente nesta área que tem desconhecido por completo até agora – e que tem permanecido sem qualquer controlo aparente, de tipo algum.

A ANIMAL também detectou um esquema de criação de chinchilas que funciona em Portugal sendo desenvolvido por uma empresa, Exporpele, que negoceia e desenvolve a criação tanto de chinchilas como de coelhos Chinchila Rex, contratando pessoas para terem criações domésticas de chinchilas numa alargada rede de criadores domésticos de chinchilas, sendo estas depois mortas e compradas novamente pela Exporpele, que introduz as peles nos mercados – novamente, para vários países europeus.

O vídeo “As Verdadeiras Vítimas da Moda” desta investigação está disponível online, em TVANIMAL.org, acompanhado do relatório e das fotografias resultantes desta investigação especial.

A ANIMAL aliou-se a organizações suas parceiras – nos EUA, com a Anti-Fur Society e a RabbitWise: Rabbit Advocates USA, e, em França, com a Fourrure Torture –, para expor este comércio cruel internacionalmente. Os resultados desta investigação foram hoje divulgados publicamente em Portugal, em França e nos Estados Unidos da América, marcando o primeiro passo de uma nova campanha contra a produção, comércio e uso de pêlo que a ANIMAL desenvolverá em Portugal, baseada nos factos chocantes agora expostos.

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“Neste Inverno, pergunte a si mesmo: «Quem são as verdadeiras vítimas da moda?»” :: TVANIMAL.org :: Informação e Intervenção Pelos Animais
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2 comments:

  1. curiosamente este post não teve comments !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    uM abraço para ti

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  2. Pode ficar assim ou ainda vir a ter comments, Greentea!
    É que tenho estado de tal modo ocupada que só hoje, sexta, me 'religuei' ao blog...
    E este post foi publicado com o seguinte mas já estava em edição desde quarta-feira! ;)
    Beijinhos

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