Lembrei-me, ha poucos dias, sem nenhuma aparente razão, de dois dos primeiros livros que li "de criança".
O primeiro foi mesmo A Serpente Que Queria Engolir A Lua, adaptado de um conto nativo Andino, ou coisa que o valha, e que deixou os meus 4/5 anos suspensos de emoção porque se tratava de uma serpente que vinha do âmago da terra e subia, subia, até alcançar a lua para a engolir e privar a terra da sua luz para sempre. Havia, claro forças que lutavam para que isso não acontecesse mas muito sinceramente não me lembro de muitos pormenores, nem mesmo de quem era o autor/a.
O segundo livro foi também por essa altura, pertencia á mesma colecção e andavam lá por casa ás dezenas já que havia uma editora que por motivos familiares nos enchia a casa enorme de uma ainda maior quantidade de livros que forravam de alto a baixo as paredes do corredor imenso e as salas de tectos altíssimos -ou que assim pareciam á minha pouca idade.
Chamava-se A Menina Que Falava Com O Mar, com um enredo a respeitar o título a cem por cento.
Reconstituindo lembranças lembro-me que ambos tinham uma bela carga de simbolismo e no caso do segundo uma pouco usual conexão com a natureza.
Ambos eram extremamente poéticos.
Também me lembro que me pareceram muito leves e fáceis, comparados com os romances e poemas clássicos "residentes" permanentes da casa que eu tinha sempre a atracção invencível de pegar para "ler".
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