Friday, July 09, 2004

Um pato dentro de um aquario...



Aconteceu-me a mim, em Junho. Precisamente quando estava a ficar super ocupada e quase sem tempo para postar, numa noite ultra-quente junto a um lago perto da faculdade de medicina e perto tambem de minha casa, parei para observar os muitos patos, e cisnes adultos que por ali andam na relva que rodeia o lago. Por vezes ficam estácticos longos minutos, todos juntos, pescoços esticados observando as luzes da cidade ao longe. Eu gosto de os apreciar e partilhar com eles essa pequena pausa ao fim de um dia junto do lago muito tranquilo aquela hora. Acho que alguns ja me conhecem...
Nesse dia foi diferente.
Andava por ali uma pequena criatura minúscula -um pato bebé- a redopiar sem parar na agua, mudando constantemente de sentido e piando na maior aflição sem parar um segundo que fosse. A principio, pensei que ele estava muito contente (deduções típicas do meu optimismo natural!) e pensei que estava a celebrar aquele belo momento de paz e liberdade com corridinhas alegres, mas depressa percebi que as razões eram muito diferentes. Provavelmente tinha-se perdido por qualquer motivo do resto da ninhada, já recolhida á muito, (eram vinte e duas horas) e estava em pânico.
Quando começou a ir pelo relvado fora correndo desajeitadamente em direcção a uma estrada que por ali há e onde os carros passam sem haver qualquer tipo de protecção que vede o acesso aos animais, achei que não podia do modo algum deixa-lo ali a noite inteira.
Arranjei maneira de o apanhar com mil cuidados e leva-lo comigo para casa bastante preocupada com a recepção que os meus três gatos lhe fariam...
Afinal não mostraram muito mais que curiosidade, e eu lembrei-me que tenho um aquario vazio e grande onde ele podia ficar em segurança até ao dia seguinte, depois de comer imenso -para o tamanho dele- pão molhado em agua, e ficar completamente envolvido num tecido bem quentinho (tremia muito, não sei se de medo, de frio ou tudo junto, "desmaiou" literalmente de cansaço até as dez horas do dia seguinte, altura em que foi devolvido á sua numerosa família debaixo de um sol acolhedor e onde ficou muito bem integrado.
Pormenor curioso: a mãe-Pata chegou-se bem perto de nós quando eu o estava a tirar do sitio onde o transportei e ficou a olhar longo tempo para mim, directo olhos-nos-olhos, enquanto o patinho nadava na direcão dela...

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