Thursday, September 29, 2005

Projecto



Um belo projecto...

Será que em algum dia dos próximos anos o poderemos todos tornar realidade?
*

Wednesday, September 28, 2005

Voces sabem...



...o que é estar tão ocupada que se fica com 3 horas para dormir?!

Bom, essa é a razão porque estou com posts mais raros e 2 mailbox a arrebentar!

Quanto ao meu blog secreto já não posto faz semanas... mas não faz mal, é secreto mesmo...

E o outro, aquele menos conhecido, espaço-de-lendas-e-sonho, tambem não devo conseguir actualiza-lo nos próximos dias...

Tenho dito.

Doloroso, mas verdadeiro.

Logo possa, volto ao ritmo normal e tento compensar, claro!

;-)


***

'Vegetarianismo não é opção... é consciência'

*
'Coincidências são truques que Deus inventou para se manter anónimo'
*

Tuesday, September 27, 2005

O Bosque dos Pigmeus



Isabel Allende, num dos mais recentes livros que escreveu: tem sempre modo de introduzir na história alguns conceitos espiritualistas...

O primeiro sintoma de que alguma coisa extraordinária estava a acontecer foi os jovens conseguirem ver à noite com a maior clareza, [...]

Ali estavam as almas dos antepassados mortos e tambem as dos seres por nascer, almas que permaneciam indefinidamente num estado espiritual, outras prontas para adquirir forma física neste planeta ou noutros, aqui ou ali. [...]

Deram-se conta de que os espíritos não provocam doenças, desgraças ou morte, como tinham ouvido, e que o sofrimento é causado pela maldade e pela ignorância dos vivos. [...]

[...] Nada era igual, havia uma energia radiante. As árvores já não formavam uma massa compacta de vegetação, agora cada uma tinha seu próprio carácter, nome, memórias. As mais altas, de cujas sementes tinham brotado outras mais jovens, contaram-lhes as suas historias. As plantas mais velhas manifestaram o seu desejo de morrer rápidamente para alimentar a terra; as mais novas estendiam os seus rebentos tenros, agarrando-se à vida. Havia um murmúrio contínuo da natureza, formas subtis de comunicação entre as espécies.

Centenas de animais rodearam os jovens, alguns cuja existência desconheciam [...]
Diante deles desfilaram em harmonia, leopardos, crocodilos, rinocerontes e outras feras. Aves extraordinárias encheram o ar com as suas vozes e iluminaram a noite com a sua plumagem atrevida. [...]

Estavam no centro do bosque espiritual, rodeados por milhares e milhares de almas vegetais e animais. As mentes de Alexander e Nadia expandiram-se novamente e perceberam as ligações entre os seres, o universo inteiro entrelaçado por correntes de energia, por uma rede admirável, fina como seda, forte como aço. Perceberam que nada existe isolado; cada coisa que acontece, de um pensamento a um furacão, afecta as restantes. Sentiram a terra palpitante e viva, um grande organismo embalando no seu regaço a flora e a fauna, os montes, os rios, o vento e as planícies, a lava dos vulcões, as neves eternas das montanhas mais altas. [...]


Os jovens viram os inevitáveis céus de vida, morte, transformação e renascimento como um desenho maravilhoso no qual tudo acontece simultaneamente, sem passado, presente ou futuro, agora desde sempre e para sempre.

E, por fim, na última etapa daquela fantástica odisseia, compreenderam que as inúmeras almas, assim como tudo o que existe no universo, são partículas de um espirito único, como gotas de água de um mesmo oceano. Uma única essência espiritual anima tudo o que existe. Não há separação entre os seres, não há fronteira entre a vida e a morte.

in 'O Bosque dos Pigmeus' - Isabel Allende
*

Friday, September 23, 2005

Cidade: Nairobi



Contrastes e complexidades de uma cidade noutras cordenadas terrestres:
(Bons de visitar são tambem os anexos na página da reportagem, à esquerda)

Uma metrópole turbulenta brilha com as promessas de uma vida melhor, mas nem sempre as cumpre.

Para quem tente compreendê-la, Nairobi pode ser uma cidade muito fugidia. Há quatro anos, regressei a Nairobi, depois de passar uma década na África do Sul. A minha mãe acabara de morrer e eu queria voltar para casa. Tive dificuldade em adaptar-me. Fui morar ao pé de Mlango Kubwa, um bairro de lata na zona oriental da cidade, numa pequena pensão barata chamada Beverly Hills, frequentada por estudantes universitários e recém-empregados. Na primeira noite que lá passei, houve uma inundação e, ao acordar, dei com o meu computador portátil a flutuar sobre 10cm de água.

Depois acabei por me apaixonar pela cidade. Mlango Kubwa é um turbilhão de actividade. Torrentes de pessoas tentam encontrar maneiras originais de sobreviver e prosperar. [...]

Para gerir as suas vidas complexas, os habitantes de Nairobi aprenderam a ter duas personalidades. Passamos de uma língua para outra, de uma identidade para outra, navegando em mundos diferentes, alguns dos quais não se encontram.
[..]
Mash parecia conhecer toda a gente e tratar de milhares de negócios ao mesmo tempo. Era accionista de uma pequena loja que vendia períodos horários para utilização em telemóveis; em alguns fins-de-semana ia à província comprar feijões mung para vender em Nairobi. Muito do dinheiro que ganhava era gasto em advogados. Sentia ser sua responsabilidade recuperar os bens da mãe que julgava terem sido roubados por alguns familiares.
Um dia, vi-o em acção em Mlango Kubwa, ao depararmo-nos com um grupo de vendedoras de roupa em segunda mão, que tinham apanhado um ladrão. Uma multidão já se reunira, pronta para espancá-lo até à morte. Em Nairobi, onde a polícia é o inimigo, há pessoas que se encarregam de dominar as situações incendiárias. Mash agiu com mestria: fala muito bem kikuyu e usou-o nessa situação. Nós, kikuyu, damos grande valor às pessoas capazes de “falar bem”, capazes de chamar a atenção, até mesmo de modificar os comportamentos através da força da retórica.

Quando as mulheres estavam prestes a entregar o ladrão a alguns homens, Mash dirigiu-se às mulheres com um provérbio kikuyu que dizia que os homens não sabem lidar com situações difíceis: “Maitu, tha cia arûme itirî iria.” Que significa: “Os homens não conseguem que um bebé pare de chorar, amamentando-o.”

As mulheres riram.
[...]
Ao entardecer, eu e Mash passeávamos mais descontraídos. Há algo de mágico no momento em que a luz enfraquece, a cidade deixa de brilhar e as pessoas distanciam-se de si próprias, nessa hora de transição [mais]
*

Thursday, September 22, 2005

Notícias animalistas




No site Animalistas, muitas notícias sempre actuais, que digam respeito aos animais.

Embora o site seja espanhol é sempre possivel ajudar e divulgar

Destaques: para ajuda/adopção da cadela Lisboa

A luta para salvar as vítimas animais do furacão Katrina
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com fotos, descrições e petições para quem quiser assinar:

Petição da Peta* dirigida ao presidente Bush

A Petition to Protect the Animal Victims of Hurr


Encontra-se tambem na mesma página

mail modelo para a FEMA Federal Emergency Management Agency's

mail modelo al Alcalde de New Orleans Ray Nagin


*Peta - tem o vídeo Katrina Survivors
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Wednesday, September 21, 2005

step by step...



... se continua a avançar em direcção ao que será o primeiro santuario de animais em Portugal

Fase 1 do “Projecto Santuário”:

ANIMAL aceita terreno como doação ou para compra, a preço reduzido, para instalação do primeiro santuário para animais em Portugal

Se tiver um terreno rural (com área mínima de 15 hectares) que queira doar, ou vender a preço muito reduzido (não superior a 10.000 Euros), à ANIMAL, para instalação do primeiro santuário de animais em Portugal, por favor contacte já a ANIMAL

A criação de um santuário para animais em Portugal é um projecto extremamente necessário e urgente. Como é sabido, sempre que as autoridades precisam de apreender um animal e sempre que alguma associação de protecção dos animais precisa de resgatar um animal em situação de abuso ou perigo, sobretudo nos casos especialmente complexos, como sejam os casos de tráfico de animais exóticos, apreensão de animais de parques zoológicos, circos e espectáculos itinerantes com animais, como carrosséis de póneis, apreensão de animais usados para treinos de combate ou em lutas (cães e galos, sobretudo), apreensão de cães e outros animais usados por pedintes, apreensão e resgate de animais de companhia ou usados em pecuária que sejam vítimas de crueldade e de tratamento inadequado e ilícito, entre muitos outros casos, a falta de um espaço adequado e preparado para receber estes animais constitui quase sempre um obstáculo intransponível. Se se pretende não só corrigir situações ilícitas mas também – e sobretudo – devolver a estes animais a dignidade que merecem e a possibilidade de viverem de forma tranquila e segura, num espaço dedicado a eles, a falta de um santuário é, quase sempre, um factor que impede que esse objectivo seja cumprido. Excepto quando uma associação de protecção dos animais que tenha albergue ou um benemérito particular que tenha condições para isso se oferecem para acolher algum destes animais (capacidade que, considerando o volume de apreensões necessárias, rapidamente se esgota), as autoridades muitas vezes acabam por ter que deixar os animais apreendidos com quem ilicitamente os usou em primeiro lugar, sendo a eutanásia a única alternativa a essa opção que as autoridades habitualmente têm dispoível. As associações de protecção dos animais, por seu turno, muitas vezes têm o alcance da sua intervenção muito limitado por não terem um espaço com as características de um santuário, para onde pudessem enviar animais retirados de situações de grave crueldade. A ANIMAL encontra-se com situações dessas a cada passo, com uma frequência desesperante.

Neste sentido, e dada a urgente e extrema necessidade de que Portugal tenha um santuário para animais, e encontrando-se a ANIMAL, a cada passo, perante situações de crueldade extrema que mal consegue resolver por não ter um santuário onde colocar animais vítimas de violência, esta organização avança agora com a primeira fase do “Projecto Santuário” : a aquisição de um terreno para a instalação/criação do primeiro santuário animal em Portugal.

Assim, a ANIMAL procura, como doação, ou para compra a preço reduzido (cujo valor não exceda os 10.000 Euros), um terreno rural, com uma área total de *pelo menos* 15 hectares, em qualquer região de Portugal Continental, para rápida instalação e criação do primeiro santuário para animais em Portugal.

Se tiver algum terreno com estas características, por favor considere a hipótese de o oferecer à ANIMAL como donativo fundamental para a concretização do “Projecto Santuário”. Alternativamente, se tiver um terreno com estas características e optar por não o doar, por favor considere a hipótese de o vender, por um preço reduzido (que não exceda os 10.000 Euros), à ANIMAL, para a concretização do “Projecto Santuário”. Por favor, apresente a sua
oferta/proposta à ANIMAL, através de projectosantuario@animal.org.pt. Por favor, tenha em consideração que a instalação e criação do santuário exigirão avultados meios financeiros, pelo que é muito importante que a ANIMAL gaste o menos possível na aquisição do terreno para o santuário. Cada cêntimo disponível para este projecto deverá ser aplicado da maneira mais eficiente possível para proteger os animais que serão recolhidos no santuário.

Lembre-se: ao contribuir para a criação deste santuário, terá um papel decisivo para ajudar centenas de animais, desde leões a cães, ovelhas ou galinhas, cavalos e gatos, babuínos e zebras, entre animais de muitas outras espécies, a passarem de uma vida miserável de abuso constante, sofrimento e angústia para uma vida segura e tranquila, num espaço dedicado a eles, onde sejam acarinhados, recuperados e protegidos com o objectivo único de fazer com que sejam felizes. E, para a ANIMAL, conseguir fazer com que animais infelizes passem a ter uma vida digna e feliz vale todos os esforços… Contamos consigo para nos ajudar a ajudar e proteger animais em situações de risco e abuso extremo.

*

Lido por aí






















As nossas crenças chamam-se religião, as dos outros, superstição...

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Defender a liberdade de expressão é tolerar o que odiamos nos outros.

Frase atribuida a Salman Rushdie
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Tuesday, September 20, 2005

Alertas dolorosos




Confesso que fiquei chocado e irritado com o destino quando soube que em New Orleasn só morreram em sua maioria pobres, que não tinham pra onde ir e não puderam evacuar a cidade por velhice ou falta de recursos.
Mas devo lembrar a mim mesmo que a limpeza do planeta se dá em vários niveis, muitos acima dos que podemos perceber com os olhos mortais. É lá em New Orleans onde reside o núcleo do sofrimento do povo negro, um dos últimos bastiões da escravidão, e depois da opressão industrialista (leia-se escravidão) dos EUA desde a guerra da secessão, o gueto dos pobres, além de ser a "capital da magia negra" (
Vodoo). O que estará encrustado no campo espiritual desta cidade, que foi preciso a natureza devastar tudo e obrigar os homens a terem de demolir todas as casas e reconstruir a cidade do zero? Tudo isso custará o equivalente a duas guerras... Com isso, a natureza fez o que ninguém (nem o Al-Qaeda) poderia fazer: imobilizou a sanha bélica e os planos dos EUA para com a Coréia do Norte e Irã.

Devemos lembrar também que tais acontecimentos servem como alertas dolorosos para que sejam efetuadas mudanças e correções de rumo! Caso esse desastre tivesse acontecido na Califórnia, não haveria tamanha comoção, não teria havido descaso do governo, e a (dura) realidade de QUEM é o governo Bush não teria sido atirada na cara dos norte-americanos... o que aconteceu ali foi mais devastador do que QUALQUER atentado terrorista, porque não há alguém a culpar (como fizeram com o 11/9) a não ser eles mesmos! Esse episódio mostrou de forma dura que o maior país do mundo (com PIB de 10 trilhões de dólares) convive com (e esconde)
35 milhões de pessoas ABAIXO da linha da pobreza, na sua maioria negros!

O ex-presidente Bill Clinton resumiu o sentimento da maioria da população ao dizer que o atual governo norte-americano "não entendia como vivem os pobres" quando mandou-os evacuarem Nova Orleans (Louisiana) por causa do furacão Katrina sem oferecer meios para isso. [...]

Daí
*

Monday, September 19, 2005

Optima ideia!


















Num só autocolante apela à adopção para tantos gatos abandonados que esperam um lar e ainda combate o preconceito e ignorância de quem descrimina os animais pela cor da sua pelagem...
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Tintin, quem diria!



Circulei e voltei a circular
Não tinha encontrado o que queria e não desistia de procurar.
Não sabia bem que livro escolher, podia ser romance, podia ser ensaio, podia ser outra coisa qualquer.
Apenas sabia o que não queria e nenhum dos que tinha pegado até então me apetecia levar para casa.

No último momento, e não é sempre assim?! encontrei-o. Um livro capaz de me deliciar, e de caminho ainda me surpreender agradavelmente e, porque não, ensinar-me umas coisinhas...

Tintin no Psicanalista, escrito pelo médico Serge Tisseron, trouxe-me de volta os meus especialmente solares anos de infância: muito simplesmente eu era uma consumidora-devoradora de B.D. aí pelos meus 6-14 anos, ininterruptamente, embora com presença de outras leituras (algumas demasiado) clássicas para a idade...

Tintin, Asterix, Michel Vaillant, Corto Maltese, tantos outros/as...

Não poderia imaginar reencontrar Tintin numa interpretação que desvenda as suas inocentes aventuras como um muito bem orquestrado exorcismo cheio de sincronicidades, dos fantasmas psicológicos do seu autor, Hergé.

Serge Tisseron consegue a proeza de abordar a questão sem nunca perder a frescura e a leveza.

Qual o segredo que se esconde por detrás do rosto inexpressivo eternamente adolescente de Tintin? Ou antes, que podem ensinar-nos as imprecações do capitão Haddock, as extravagâncias de Castafiore, as distracções do Professor Tournesol sobre o segredo que Hergé escondia a si próprio? Serge Tisseron tomou aqui as aventuras de Tintin não como uma colecção arbitrária de álbuns independentes, mas como um enorme fresco que fala duma coisa diferente do que narra, o que é preciso decifrar. Um inquérito quase policial, fértil em achados e sobressaltos conduzirá primeiramente o leitor de descoberta sobre a personalidade tão atraente de Hergé; mas igualmente sobre o gesto gráfico e o trabalho criador quanto este combina o desenho e o texto. Serge Tisseron é psicanalista e médico.
(Contra-capa do livro. Edição Bertrand)

Tudo começa por um segredo. Segredo transmitido de geração em geração sem que algum dos seus sucessivos "portadores" dele pudesse ter consciência. Mas eis um descendente subitamente perseguido por um estranho, herdado do inconsciente dos seus próprios pais, que o herdaram, por seu turno do inconsciente de seus pais, segundo o que Abraham designa por a "lei da ignorância"
(capítulo Haddock e o fantasma do cavaleiro)
*

Por aí...

















Li uma bela declaração de amor, simultaneamente prática e poética:

Agradeço ao Universo, por ter nascido na mesma geração de M...

* * *
Ouvi em conversa alheia de circunstância, e fiquei a pensar...
*
"Você tem o que merece ou merece o que tem?"
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Tuesday, September 13, 2005

Outro livro



Estou a ler -e a gostar, de Ética Prática de Peter Singer; aborda questões incontornáveis muito actuais com a habitual objectividade: eutanásia, aborto, fome no mundo, refugiados, a questão dos animais não-humanos e ética e meio ambiente.

Há mais aspectos analisados e logo no início ficamos a saber que na Alemanha não foi ponto pacífico apresentar algumas das ideias que o livro aborda e debate, nomeadamente a questão da eutanásia e do especismo, tendo sido canceladas palestras.

A propósito de tal, Peter Singer diz no início do livro:

... fica claro que não existe caminho de volta. Por razões que serão apresentadas e desenvolvidas nos capítulos seguintes, a proibição de quaisquer comparações entre as espécies seria filosóficamente indefensável. Além disso, tornaria impossível superar os males que estamos fazendo agora a animais não-humanos e reforçaria atitudes que tem causado um dano imenso e irreparável ao meio ambiente deste planeta que compartilhamos com membros de outras espécies.

Portanto não abri mão das ideias que provocaram tanta controvérsia nos países de língua alemã. Se elas tem os seus perigos, são ainda maiores os perigos acarretados pela tentativa de manter os actuais tabus, que se estão esfacelando.
*

Monday, September 12, 2005

Reler


Um livro exigente, múltiplo em temas, fruto da profunda formação técnica da autora, do seu espírito irreverente e inteligência agressiva: um cocktail bem sucedido que me deu prazer reler no fim de semana.

Tema de fundo, o terramoto de Lisboa de 1755.

Acho que um dos muitos problemas do CM é que o senhor não faz qualquer ideia do que é que a palavra incondicionalmente quer dizer. Talvez a culpa não seja dele.Talvez seja só por ser um homem, e todos os homens carregam esta cruz. É aquele pobre cromossoma Y. É muito mais pequenino que o X. De maneira que eles são feitos de menos peças que nós, e por conseguinte ficam trancados dentro da sina do rei do xadrez, que só pode andar uma casa de cada vez. Os homens não dão saltos. E por isso têm sempre que estar desconfiados de qualquer coisa, e têm sempre que ter reservas sobre todas as coisas. Não conseguem render-se. Não sabem o que isso é. Coitados.Nem imaginam o que andam a perder.
[...]
Aqui o meu querido MT havia de argumentar que eu não estou qualificada para discutir estas coisas porque não pertenço a nenhuma das categorias em análise. É evidente que eu não sou um homem, mas ele diz que uma mulher é que eu tambem não sou de certeza. Ele gosta de dizer que eu sou um extraterrestre que aterrou aqui, não própriamente por engano, mas antes por obra de um grande plano cósmico que de vez em quando manda criaturas desviantes à Terra para desinquietarem os espíritos e manterem acesa a chama da cultura. É o que ele diz. Acho que é um elogio.
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In Os mensageiros Secundários - Clara Pinto Correia

Mestres são também Mensageiros...



"Gosto de pensar que as coincidências são o truque que Deus inventou para se manter anónimo"

Início de Os mensageiros Secundários - Clara Pinto Correia
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Sunday, September 11, 2005

Phone Booth


Phone Booth

Agendado faz tempo, mas ainda por ver, só hoje foi possivel seguir o suspense e crítica do guião de A Cabine Telefónica, ou Por Um Fio, no Brasil

Aparentemente simples, mas talvez não tão simples assim, feitas as contas não dei o tempo por perdido.
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Friday, September 09, 2005

Congo: verdades alucinantes


Fotografias de Randy Olson

Reportagem notável na National Geographic deste mês: realidades quase impossíveis, cenários surpreendentes e condutas humanas cheias de contrastes é o que reserva a leitura de Pigmeus de Ituri de Paul Salopek.

As florestas tropicais são lugares inundados de luz, o que causa alguma surpresa porque um sem--fim de livros e filmes nos fizeram crer o contrário. O mundo que existe sob as copas da floresta não é obscuro, nem sombrio, nem monocromático. Brilha com uma luz aparentemente de origem extraterrestre, tão improvável que possui uma qualidade onírica, da mesma forma que, nos sonhos, as cores parecem tangíveis, produzem sons ou fazem parar o tempo.
[...]
Poucos países do mundo “morreram na praia” de maneira tão desastrosa e regredindo de forma tão absoluta a um estado de ruína pré-industrial, como o Congo. Outrora denominado Zaire, o país foi explorado até à medula ao longo das três décadas de governo do ditador Mobutu Sese Seko, e foi depois estripado durante mais seis anos de anarquia e guerra civil. Nos dias que correm, o Congo é o colosso destruído da África Central. É um país quase do tamanho da Europa Ocidental, aparentemente levado como um sonâmbulo para um sonho febril. Em nenhum outro local a decadência é tão surreal como nas estradas que sulcam o Leste selvagem do país, a imensa selva onde os combates nunca foram interrompidos.
[...]
...no rio Congo, partilhei uma canoa escavada num tronco de árvore e que deixava passar a água com um linguista que, durante deliciosas horas a fio, me recitou as obras do poeta Robert Frost. Sempre que os guerrilheiros saltavam a bordo para nos roubar, golpeava-os com um guarda-chuva multicolor, lamentando-se com indignação, “Mas eu sou um professor!” Que futuro terá a região oriental do Congo? A África é o continente mais imprevisível do mundo. Contudo, nenhum país africano se confronta com um futuro tão fortuito como a impropriamente chamada República Democrática do Congo. Voltará a guerra para dividir o Congo em estados mais pequenos e antagónicos? Possivelmente. Poderá a frágil mas esperançosa paz perdurar, permitindo que o Congo, possa, enfim, aproveitar as suas fabulosas riquezas? Presumivelmente. As eleições aprazadas para Junho de 2005, o primeiro sufrágio verdadeiramente democrático desde a independência da Bélgica, em 1960, foram adiadas pelo menos por seis meses. Os especialistas da ONU alertam que mais de cem mil rebeldes, bandidos, membros de milícias, soldados e vários outros assassinos estão ainda por desarmar. E o estrondo político e étnico ao longo do rifte não irá provavelmente parar com uma mera eleição presidencial. Por isso, com paciência assombrosa e bom humor, milhões de pessoas retêm a respiração e aguardam. Acordando no seu reino de árvores, os pigmeus espreitam cuidadosamente a penumbra da manhã.
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Silêncio de Ensurdecer...


imagem de um texto a ler: Silêncio de Ensurdecer

A maior precisão científica do artigo de David Stipp na Fortune tornava-o até mais assustador que o da Observer para quem o soubesse ler. Que o mundo está a caminho de virar um inferno em razão das mudanças climáticas, há muito tempo deixou de ser novidade, mas se "há poucos anos tais mudanças pareciam ser sinais de possíveis problemas para nossos filhos e netos, hoje anunciam um cataclismo que pode não esperar, convenientemente, que já tenhamos passado à história".
O estudo do Pentágono trabalhou com a possibilidade bem real de estarmos muito perto de um limiar crítico a partir do qual o clima pode virar repentinamente, em menos de uma década - "como uma canoa que se inclina pouco a pouco até emborcar de repente", escreveu Stipp.

[...]
Como noticiar - ou simplesmente pensar de dentro do american way of life - que as emanações dos jipes esportivos que encantam as famílias norte-americanas podem ser muito mais úteis aos Quatro Cavaleiros do Apocalipse que todos os terroristas da Al-Qaeda e do Hamas, somados? Que a desregulamentação e o livre mercado, em vez de levar ao melhor dos mundos possíveis, podem nos conduzir ao pior desastre da história

O Rei está nu - A grande farsa :

[...]O que vimos é absolutamente claro para qualquer bom observador. Os EUA se tornaram - desde a bomba de Hiroshima - quando jogaram o primeiro artefato nuclear sobre a população indefesa, ao invés de atingir a frota imperial nos portos do Japão, o inconteste poder imperial mundial. Um poder que se baseia na infinita quantidade de armas de destruição de massa e que tem como sua mola propulsora, sua justificativa sagrada, a guerra ao terrorismo e o patriotismo, ícones intocáveis e que não precisam de mais questionamentos. Uma longa lavagem cerebral amplamente apoiada na sua poderosa indústria cinematográfica que, vamos lembrar direito, já colocava os colonizadores europeus e suas sempre presentes armas de fogo nos papéis de mocinhos bonitos e bonzinhos, sendo que os Índios nativos - com sua sabedoria e cultura peculiares em harmonia com a natureza - de perigosos e incultos bandidos, como se estes fossem culpados por estar vivendo em paz e em harmonia com a Natureza... em seu próprio território. Sim, ficou cada vez mais fácil golpear e levar a destruição em qualquer lugar do mundo, em nome de uma suposta democracia, de acabar com o terror dos infiéis em nome de Deus - um deus americano - de acordo com Bush que termina seus manjados discursos com "God bless América" (Deus abençoe a América), mas... só a América!? Ora, que deus patriota é esse que esqueceu dos outros 6 bilhões de seres humanos... ou não será que o verdadeiro nome deste deus é "lucro"?[...]
*

Help!



Depois da mobilização geral para ajudar as vítimas humanas do tornado Katrina na costa leste dos Estados Unidos, já se vai falando de equipes de socorro também para as vítimas animais.

Se no primeiro caso a sensibilização é geral e imediata, no segundo caso a resposta geral não é consensual... a mentalidade especista* a que tão brilhantemente Peter Singer alude na libertaçao animal, tem raízes fundas e subtis em quase todos nós.

No caso de catástrofes naturais, a salvação imediata e a reconstrução de qualidade de vida para as espécies atingidas são uma prioridade do mais alto grau.

Essa prioridade, no caso de espécies de animais não-humanos, fica com o grau de sensibilidade pessoal dos envolvidos directamente nos salvamentos, situação ainda agravada pela total falta de estruturas e meios para salvamentos direcionados para outras espécies que não a humana.

Os chamados animais domésticos são as maiores vítimas neste tipo de situações por razões óbvias, e os mais esquecidos.

Por isso, várias organizações de activistas dos direitos animais entre as quais a WSPA estão em campo, resgatando e salvando animais domésticos e silvestres.

*mentalidade especista: actualmente considerada quase um sucedâneo da postura racista: a vida das outras espécies vale menos que a da minha espécie.
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Wednesday, September 07, 2005

Pronúncia do Norte


imagem do poetrycafe

Secretária cheia de papeis na minha frente.
Ligada nas notícias, para não perder o fio condutor do mundo.

Nos intervalos, música, ao meu gosto, música daqui e de toda parte.

Quando quis encontrar a letra da Pronúncia do Norte encontrei-a em dois blogues que gostei e mais um terceiro linkado que tambem gostei

Há muitos mais, pois claro; o meu tempo é que não sobra.

Há um pronúncio de morte
Lá do fundo de onde eu venho
Os antigos chamam-lhe ralho
Novos ricos são má sorte

É a pronúncia do norte
Os tontos chamam-lhe torpe
Hemisfério fraco outro forte
Meio-dia não sejas triste
A bússola não sei se existe
E o plano talvez aborte
Nem guerra bairro ou corte

É a pronúncia do norte
Não tenho barqueiro nem hei-de remar
Procuro caminhos novos para andar
Tolheste os ramos onde pousavam
Da geada as pérolas pontes secaram
Corre um rio para o mar
E há um prenúncio de morte

E as teias que vidram nas janelas
Esperam um barco parecido com elas
Não tenho barqueiro nem ei-de remar
Procuro caminhos novos para andar
E é a pronúncia do norte
Corre um rio para o mar

Rui Reininho
*

Tuesday, September 06, 2005

Causa Pública



A Ananda alertou-me para esta causa. Eu deixo algumas das palavras dela e links sobre o assunto; fico desejando que todos os que entrarmos em contacto com esta notícia colaboremos pessoalmente e, também muito importante, a divulguemos

O Governo Chinês vai ser questionado pela ONU sobre o paradeiro do Menino Panchen Lama - Nós Podemos Ajudar! QUEM É O MENINO PANCHEN LAMA? É a segunda mais importante autoridade espiritual logo a seguir a Sua Santidade o Dalai Lama, por isso o Governo Chinês o raptou.

O seu nome é Gedhun Choekyi Nyima.


O QUE LHE ACONTECEU? A 17 de Maio de 1995, então com 6 anos de idade, o menino foi raptado pelo Governo Chinês após ter sido reconhecido por Dalai Lama como sendo uma importante figura no budismo tibetano; figura essa chamada de o "PanchenLama". Depois dessa data ninguém voltou a ver a criança. O Governo chinês sempre negou a visita de organizações internacionais (nomeadamente, Cruz Vermelha e Amnistia Internacional) ao menino. Recentemente o Governo Chinês começou a mostrar no Tibete um outro menino dizendo que é aquele o Panchen Lama, o que não é verdade.


Onde está então Gedhun Choekyi Nyima?

Esta é uma pergunta que devemos fazer. Hoje, passados 10 anos sobre o rapto, em Setembro o Comité da ONU irá novamente questionar o Governo Chinês sobre o paradeiro do menino. Esta é pois uma extraordinária oportunidade para se tentar salvar a criança. Por várias vezes se provou que vidas foram salvas no Tibete e na China devido a pressão internacional. Agindo nesse contexto, a International Campaign for Tibet (ICT) lançou uma campanha na internet para que todos possam enviar uma carta a ONU solicitando que questione o Governo Chinês sobre o paradeiro da criança. Tudo o que precisamos fazer é assinar a carta e enviar sem sair do nosso pc, confortavelmente.

Até dia 19 de Setembro podemos enviar. Aqui

De momento, mais de 40 mil assinaturas foram já recolhidas, o objectivo é conseguir 100 mil antes de19 de Setembro.

Se deseja ajudar na causa tibetana, saiba que em Portugal existe a Songtsen - Casa da Cultura do Tibete

Visite também
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Monday, September 05, 2005

E pronto!



Eles acabaram a viagem a Machu Picchu

Vá até lá conferir, texto e fotos valem a visita!
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Katrina, a fúria de Urano em Peixes




Na Constelar, mais uma vez, estabelece-se paralelos e correspondências entre aspectos planetários tensos e grandes alterações nos elementos naturais.

Casas destruídas, milhares de mortos, legiões de desabrigados. Parece Terceiro Mundo, mas é Nova Orleans, Louisiana. Confira o mapa do furacão e o das cidades devastadas.
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Astrologia: A questão da sincronicidade...


imagem

No artigo Sedna, a Deusa Mutilada, publicada em Constelar n° 70 (abril/2004), dizíamos o seguinte:

Descobertas de corpos celestes costumam coincidir com a ampliação dos horizontes civilizatórios, como se cada novo planeta representasse a emergência de um novo processo na consciência humana.

Em seguida, naquele mesmo artigo, apresentamos um quadro que relaciona os eventos e processos sociais coincidentes com a afirmação do heliocentrismo e com as descobertas de Urano (1781), Netuno (1846), Plutão (1930) e dos planetóides Quaoar (2001) e Sedna (2004). Em relação a este último, verificou-se que a simbologia remete à questão dos oceanos como fator de equilíbrio da vida na Terra e da sustentabilidade do meio ambiente. Sedna foi descoberto enquanto transitava em Touro, signo relacionado à natureza e compondo com Escorpião, seu oposto, o eixo da sustentação e da renovação dos recursos do meio ambiente. Além de Touro, Peixes também aparecia enfatizado, até pelo fato de Sedna ser uma deusa-mártir do fundo do oceano, segundo o mito esquimó.

Teria sido por acaso que alguns meses após a descoberta de Sedna a Terra foi sacudida pelo pior desastre natural dos últimos séculos? Falamos, é claro, da tsunami do Oceano Índico, que ceifou mais de 300 mil vidas. Não há aqui nenhuma intenção de atribuir a Sedna a responsabilidade pelas ondas gigantescas. Não se trata de uma relação de causa e efeito, mas apenas de sincronicidade: o mundo acorda para a dramática realidade da degradação ambiental no mesmo momento em que descobre um novo corpo celeste cuja simbologia aponta exatamente para esta questão.
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