Quem somos nós? é o titulo do artigo.
Este e outros igualmente interessantes, aí
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Quem somos nós? Esta é a pergunta que perpassa todo o contexto do filme que vem despertando uma grande polêmica no Brasil: “What the bleep do we know?” produzido por neurocientistas e físicos de universidades americanas e que foi traduzido por “Quem somos nós?”. Produzido sob a forma de um documentário alternando com flashes de uma história de fundo, ele trata da controvertida discussão entre física quântica e consciência, dois universos tradicionalmente distintos: um, das ciências exatas e o outro, das ciências humanas.
Falando para leigos, pesquisadores de renome mundial como Candace Pert, David Albert, Amit Goswani e muitos outros, expõem sua perplexidade diante das novas descobertas da ciência. Caem por terra preconceitos como o da “objetividade científica”, e a consciência volta à cena. Todos eles são unânimes em afirmar que realidade não é o que existe lá fora e sim, o que nosso cérebro produz através de uma complexa rede de conexões neuronais movida por... emoções. Ou seja, não existe isso que chamamos “realidade material”... a única realidade que existe é a nossa percepção individual e singular daquilo que nossa história de vida plasmou como sendo real.
Um depoimento do filme poderia ilustrar isto: conta-se que quando os navios de Colombo se aproximaram das costas caribenhas, os nativos não conseguiam ver nada no mar. Os navios estavam lá, mas eles não os viam. Por quê? Porque não havia em suas mentes nenhum registro daquilo, nada que pudessem reconhecer como “navio”. Foi o xamã quem “viu” primeiro; ele observou ondulações na água, entrou em transe e viu algo diferente se aproximando. Como era uma figura respeitada pelos nativos, eles acreditaram no que seus olhos viam e descreviam, e assim passaram a ‘ver’ também.
Uma das mais provocativas cenas do filme é quando a personagem principal, uma fotógrafa que é surda e fala com dificuldade, encontra o “garoto-maravilha” num parque. Leitor assíduo do gibi do Dr. Quantum, ele lhe ensina que quando ela pega numa bola, na verdade não está pegando em nada. Ela pega a “memória” da bola registrada em seu cérebro e, como há muito tempo não joga basquete e porque acredita que não consegue mais acertar, erra todas as cestas. Só quando traz de volta a lembrança de como era boa jogadora na adolescência, quando se vê mentalmente acertando todas, é que consegue mudar esse registro. E então compreende que vivemos num mundo de possibilidades; e que tudo é possível - desde que acreditemos nisso.
A física quântica (que estuda os quanta, a menor quantidade de energia capaz de criar a matéria) foi a maior descoberta do último século. Graças a ela hoje sabemos que não somos meros expectadores e sim, atores e produtores daquilo que julgamos ser a nossa realidade. Os chamados “objetos quânticos” (e tudo é objeto quântico!) são ao mesmo tempo ondas de possibilidade - transcendência pura -, que são transformados pelo nosso olhar em partículas sólidas e localizadas. Na verdade não é o olho, e sim o nosso cérebro que vê o objeto. Isso significa que o que vemos não corresponde de fato a algo existente lá fora.
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já vi o filme e...são minutos bem investidos na consideração e questão das nossas realidades e perspectivas - parabens pelo blog
ReplyDeleteObrigada,Mário! Ainda não vi o filme...
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